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Utilização de glicose em ruminantes

Escrito por: Dr. Juan Pablo Russi - Engenheiro Agrônomo, MSc. Nutrição Animal (Aberdeen Univesity), DSc. Ciências Veterinárias (Universidad de La Plata)

Utilização de glicose em ruminantes

Diferenças entre a absorção e o metabolismo do amido e da glicose em ruminantes

METABOLISMO DE GLICOSE EM RUMINANTES

O metabolismo da glicose em qualquer ser vivo é um dos mecanismos mais regulados do corpo. O ruminante, ao contrário dos monogástricos, é preparado para sintetizar a maior parte da glicose que precisa a partir do ácido propiônico (subproduto da fermentação).


Embora o intestino delgado dos ruminantes esteja preparado para absorver glicose, geralmente, esse carboidrato não atinge o intestino porque fermenta rapidamente no rúmen (NRC. 2001).

Nesse processo de fermentação ruminal, a glicose é transformada no ácido graxo volátil de 3 carbonos – ácido propiônico – que é absorvido pelas paredes do rúmen e transformado em glicose no fígado (Mc Donalds, 1995)

METABOLISMO DO AMIDO EM RUMINANTES

O caso do amido é diferente. Seu metabolismo depende de:
Dieta
Tipo de animal que o consome
Tipo e método de processamento do grão

Uma parte do amido é degradada no rúmen, produzindo propionato, e a outra parte acaba sendo absorvida na forma de glicose no intestino delgado ou fermentado no intestino grosso.

Owens e Zinn calculam que sua digestibilidade no trato digestivo total em vacas leiteiras e confinadas é entre 92 e 98% (Owens e Zinn, 2005).

Para calcular a energia fornecida pelo amido como energia líquida, é necessário saber onde ele é digerido, onde é degradado e absorvido pelo animal, no rúmen ou no intestino delgado (Harmon e McLeod 2001).
A contribuição da fermentação do amido através do intestino grosso é menor, pois o amido que passou por todo o animal até atingir o cólon é, geralmente, menos degradável.

 

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DA GLICOSE

As relações estequiométricas teóricas e os experimentos de infusão controlada demonstram que a absorção de glicose do amido é mais eficientemente convertida em tecidos quando é absorvida através do intestino delgado e não pela fermentação no rúmen.

No entanto, as limitações na digestão do amido e a absorção de glicose pelo intestino delgado muitas vezes desperdiçam essa maior eficiência (Mac Leod, 2001).

Huntington (2006), em uma tentativa de prever a digestibilidade do amido que entra no intestino delgado, traçou uma curva variando de 88% a 44% de digestibilidade quando a quantidade de amido que entra no intestino delgado oscila entre 300 a 1,5kg (Huntington 2006) .
Mc Leod em 2007, comparando o amido com a glicose como fontes de energia, em um de seus experimentos, infundiu 775 gr / dia de amido hidrolisado e 900 gr / dia de glicose, tanto no intestino como no rúmen, em animais com 280 kg de peso vivo mantendo uma dieta basal.

A infusão de glicose resultou em maior quantidade de tecido adiposo nos animais em relação à infusão de amido.

A razão pela qual ocorre essa diferença entre as fontes de energia não é conhecida, uma vez que os níveis de insulina nos animais não variaram entre os tratamentos, mas duas hipóteses são especuladas:

  1. O excesso de glicose que atua como um ativador da lipogênese nas células.
  2. Efeito causado pelo excesso de acetato que atua na síntese de novo dos ácidos graxos, estimulando-a.
A glicose precisa de energia para ser absorvida

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