As vitaminas diferenciam-se dos oligoelementos, também presentes na dieta em pequenas quantidades, pela sua natureza orgânica. As vitaminas são necessárias em pequenas quantidades (microgramas a miligramas por dia) para a manutenção da saúde, o crescimento e a reprodução. Muitas das vitaminas funcionam como coenzimas (catalisadores metabólicos).
É importante destacar que algumas vitaminas divergem da definição anterior porque nem sempre precisam ser constituintes dos alimentos. Certas substâncias que são consideradas vitaminas, são sintetizadas por bactérias do trato intestinal em quantidades frequentemente adequadas às necessidades do organismo. O ácido ascórbico, por exemplo, pode ser sintetizado pela maioria das espécies de animais, exceto quando são jovens ou sob condições de estresse.
Classificação das vitaminas |
Três das quatro vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D e E) são bem armazenadas em quantidades significativas no corpo do animal. Um suprimento dietético contínuo de vitamina K e das vitaminas hidrossolúveis é necessário para evitar deficiências. Pois, exceto pela vitamina B12, as vitaminas hidrossolúveis não são bem armazenadas e os excessos são rapidamente excretados.
As vitaminas solúveis em gordura são excretadas principalmente nas fezes através da bile, enquanto as vitaminas solúveis em água são excretadas principalmente na urina.
Requerimentos vitamínicos |
Aves, suínos e outros animais monogástricos dependem do aporte de vitaminas via dieta em um grau muito maior do que os ruminantes.
Vale destacar, que o rúmen não é funcional com relação à síntese de vitaminas ao nascimento. Durante os primeiros dias de vida, o jovem ruminante se assemelha a um não ruminante por necessitar de fontes dietéticas de vitaminas B.
Porém, iniciando aos 8 dias, e certamente por volta dos 2 meses de idade, a flora ruminal já se desenvolveu a ponto de contribuir com quantidades significativas de vitaminas B (Smith, 1970).
Em animais monogástricos, incluindo humanos, a síntese intestinal de muitas vitaminas B é considerável (Mickelsen, 1956), embora não tão extensa ou tão eficientemente utilizada como em ruminantes.
Vitamina A |
A vitamina A em si não ocorre nas plantas; entretanto, seus precursores (carotenóides) são encontrados nas plantas e podem ser convertidos em vitamina A verdadeira por uma enzima específica localizada no intestino.
O fígado normalmente contém cerca de 90% da vitamina A total do corpo. O restante é armazenado nos rins, pulmões, suprarrenais e sangue, com pequenas quantidades também encontradas em outros órgãos e tecidos.[registrados]
A vitamina A está altamente concentrada nos óleos estomacais de certas aves marinhas e na parede intestinal de alguns peixes. Toda a reserva de vitamina A de certos camarões está nos olhos.
Os carotenóides são distribuídos de maneira mais uniforme em espécies que têm a capacida
de de absorver e armazenar esses precursores. O gado alimentado com pasto tem grandes estoques de caroteno em sua gordura corporal, o que é evidenciado por uma cor amarela intensa.
A vitamina A é necessária para sustentar o crescimento e manutenção da saúde, tendo grande relevância no desenvolvimento de animais jovens em crescimento.
A deficiência de vitamina A causa pelo menos quatro lesões diferentes:
- perda de visão devido a uma falha na formação de rodopsina na retina;
- defeitos no crescimento ósseo;
- defeitos na reprodução (por exemplo, falha da espermatogênese e reabsorção do feto);
- defeitos no crescimento e diferenciação dos tecidos epiteliais, frequentemente resultando em queratinização. A queratinização desses tecidos resulta em perda de função; isso ocorre na alimentação, genital, reprodutiva, respiratória e urinária.
Assim, diarreia e pneumonia são efeitos secundários típicos da deficiência de vitamina A.
As necessidades de vitaminas, são altamente variáveis entre as várias espécies e classes de animais. Desse modo, as necessidades de suplementação precisam ser definidas de acordo com o ambiente de criação, conteúdo de energia da alimentação ou outros fatores que podem influenciar o consumo de ração ou as necessidades de vitaminas em outras formas (McGinnis 1986).
De modo geral, ruminantes com acesso a pastagem só precisam de suplementação de vitamina A se as pastagens são pobres em caroteno e possivelmente vitamina E (influenciado pelo status de selênio). Ruminantes alojados em condições de confinamento mais estritas geralmente requerem vitaminas A.
- as aves obtêm pouco ou nenhum benefício da síntese microbiana de vitaminas no trato gastrointestinal;
- as aves têm altos requisitos para vitaminas; e
- a concentração de alta densidade da moderna operações avícolas colocam muitos estresses nas aves que pode aumentar suas necessidades de vitaminas.
Farinha de grãos tipicamente utilizadas (por exemplo, farinha de milho-soja) nas dietas de aves são geralmente suplementadas com vitaminas A, D (D3), E, K, riboflavina, niacina, ácido pantotênico, B12 e colina.
Quais são os níveis de microminerais e vitaminas utilizados em rações comerciais para matrizes na indústria suinícola brasileira? |
As informações contidas no texto foram retiradas do livro “Vitamins in Animal and Human Nutrition”
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