Uso de enzimas exógenas na alimentação de ruminantes: aplicações e benefícios
No que diz respeito aos alimentos para ruminantes, deve-se pontuar que eles são vastamente variáveis e influenciados de acordo com os objetivos zootécnicos da cadeia produtiva animal, bem como por fatores regionais relacionados a questões mercadológicas de insumos e produto final.
À medida que os estudos foram evoluindo, a compreensão de como utilizar esse aliado tecnológico de maneira mais eficiente tem ganhado força entre os bovinocultores.
As enzimas podem ser adicionadas à dieta na forma de suplementos comerciais, que são misturadas com a ração ou silagem dos animais. A adição de enzimas pode melhorar a digestibilidade de nutrientes específicos, como amido, proteína e fibra, o que pode levar a um melhor desempenho animal, aumento da produção de leite e redução dos custos de alimentação.
- Deste modo, é necessário que o uso das enzimas esteja estritamente alinhado com a composição nutricional da dieta dos animais.
As enzimas fibrolíticas, como celulases e hemicelulases, são usadas na alimentação de bovinos para melhorar a digestibilidade das fibras presentes na dieta, como as fibras de celulose e hemicelulose encontradas em alimentos como o feno e a silagem.
Estudos apontam que a adição de enzimas exógenas em dietas para ruminantes promove melhora em ganho de peso (em até 15%), assim como em melhoria da eficiência alimentar (em até 14%).
Esses benefícios se traduzem em significativo aumento na lucratividade da atividade pecuária de corte, e também vêm mostrando resultados promissores na redução de impacto ambiental da produção, uma vez que há significativa diminuição de perdas de nutrientes nas excretas e, sobretudo, na quantidade de dejetos despejados no ambiente.
Portanto, é possível aumentar a eficiência alimentar dos bovinos e reduzir os custos com alimentação, já que é possível reduzir a quantidade de alimento necessário para manter os animais saudáveis e com bom desempenho produtivo.
Além disso, as enzimas fibrolíticas também ajudam a reduzir a produção de metano pelos bovinos, o que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa na pecuária, que segue sendo uma pauta importante dentro da produção animal.
Essas enzimas ajudam a quebrar as proteínas menores, facilitando a absorção dos aminoácidos pelo trato digestivo do animal.
As amilases são enzimas utilizadas com eficiência na alimentação de bovinos em sistema intensivo para melhorar a digestibilidade dos carboidratos presentes na dieta, como os amidos encontrados em alimentos como o milho e a cevada.
Os oligossacarídeos podem ser usados como fonte de energia eficiente pelos microrganismos que degradam fibras – o que também é conhecido por “alimentação cruzada”.
Já as lipases são enzimas que atuam na digestão de lipídeos e tem participação importante no metabolismo de vitaminas lipossolúveis, sendo amplamente utilizadas na alimentação de bovinos para melhorar a absorção de energia e das vitaminas presentes na dieta.
- As lipases microbianas também podem ser utilizadas como aditivos em alimentos para modificar e realçar as propriedades organolépticas, atuando como precursor de palatabilidade.
Pudemos ao longo desta leitura, identificar vários benefícios no uso de enzimas. No entanto, é importante lembrar que a adição de enzimas na dieta de ruminantes deve ser feita com cautela e sob orientação de um profissional qualificado, zootecnista ou médico veterinário especializado em nutrição, levando em consideração fatores como a composição da dieta, a idade e a saúde dos animais.
Além disso, é importante garantir que as enzimas utilizadas sejam seguras para os animais e não apresentem riscos à saúde ou ao meio ambiente.
Referências sob consulta