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Autoridades do MAPA visitam áreas afetadas pelos efeitos da seca no Centro-Sul

Autoridades do MAPA visitam algumas das principais áreas afetadas nos estados do RS, SC, PR e MS e discutem com lideranças rurais soluções para minimizar os problemas dos produtores


O presidente da Embrapa, Celso Moretti, participou nesta semana da comitiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que vai passar por quatro áreas do Centro-Sul do Brasil que estão neste momento sendo fortemente afetadas pela estiagem: Santo Ângelo-RS, Chapecó-SC, Cascavel-PR e Ponta Porã-MS.
Fazem parte da comitiva a ministra Tereza Cristina; o secretário de Política Agrícola, Guilherme Bastos; o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro; o presidente da Embrapa, Celso Moretti; o diretor de Agronegócio, do Banco do Brasil, Antônio Carlos Wagner Chiarello; o subsecretário de Política Agrícola, do Ministério da Economia, Rogério Boueri; o chefe do Departamento de Crédito Rural e Proagro, do Banco Central, Cláudio Filgueiras; o diretor de Cooperativismo e Acesso aos Mercados, Márcio Madalena; e os parlamentares Jorginho Mello (senador do PL/SC), Sanderson (deputado federal pelo PSL/RS) e Osmar Terra (deputado federal do MDB/RS).
A forte estiagem que acomete os quatro estados neste momento é decorrente do fenômeno oceânico-atmosférico La Niña, que ocorre nas águas do Oceano Pacífico e é caracterizado pelo resfriamento do oceano, causando interferência em diversas regiões do mundo.
No Rio Grande do Sul, as regiões Oeste e Sul apresentam as maiores reduções de precipitações, principalmente nos períodos de primavera e verão.
Os baixos índices de chuva observados na safra 2021/2022 no Mato Grosso do Sul e na Região Sul do país confirmam a tendência de maior frequência de eventos extremos prevista pelos estudos sobre as Mudanças Climáticas Globais.
Em virtude dessa tendência, é fundamental que, além de ações emergenciais e de curto prazo, sejam estabelecidas estratégias de gestão de risco para minimizar os efeitos de condições adversas de clima sobre a agricultura nos próximos anos.
O primeiro local visitado, na manhã des quarta-feira (dia 12/01) foi uma propriedade rural no distrito de Buriti, em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul.

“Foram encontros bastante positivos. Conhecemos de perto a realidade da estiagem, bastante séria e grave, que está ocorrendo na região”, explicou Moretti.

Moretti ressaltou que a presença do Governo Federal, por meio do MAPA, da Conab e da Embrapa, mostra que o agro, que tanto produz e tanto ajuda o Brasil, não está sozinho em um momento como esse.

“O cenário que encontramos no RS é bastante preocupante. 60% da produção de milho sequeiro e de pastagens cultivadas no Estado está perdida, segundo levantamentos da Emater, o que tem reduzido a produção de leite em 1,6 milhão de litros por dia”, revelou.

Até a primeira semana de janeiro, 800 mil hectares de cultivos de verão já foram diretamente afetados, seja por perda total da produção, ou pela estiagem ainda não ter permitido a semeadura. Prognósticos climáticos apontam que a condição de La Niña seguirá até o final do verão 2022, o que deve aumentar ainda mais as perdas do setor agrícola no Rio Grande do Sul.
A comitiva seguiu para Santa Catarina. Visitaram outra propriedade rural, Rodeio Bonito, e depois discutiram soluções para os problemas encontrados com mais de 600 lideranças locais, na cidade de Chapecó.

“A Embrapa evidenciou as possibilidades que a tecnologia tem para ajudar os produtores neste momento, tanto na questão da reserva de água, por meio das Barraginhas, quanto pela condução e diversificação de lavouras de segunda safra e de inverno, com o uso de cereais de inverno na alimentação animal (triticale, trigo, canola, centeio, aveia e cevada)” afirmou o presidente Celso Moretti.

Esses cereais podem ser plantados a partir de março. São uma boa alternativa para recuperar um pouco a renda perdida com outras culturas. Embrapa Trigo e Embrapa Suínos e Aves têm estudos que mostram que o milho pode muito bem ser substituído, principalmente pelo trigo e pelo triticale, sem afetar a qualidade nutricional na composição de ração para suínos e aves.
Outra alternativa recomendada pela pesquisa para a atividade pecuária é a utilização de gramíneas forrageiras, como braquiárias ou panicuns. Em função da possibilidade de antecipação da semeadura, há grande potencial de produção de fitomassa em curto prazo, uma vez que essas plantas ainda se beneficiarão das condições do verão, bem como dos fertilizantes residuais aplicados anteriormente sobre as culturas afetadas pela estiagem.

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