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Bactéria encontrada na rizosfera do mandacaru poderá ajudar lavouras de milho

Uma bactéria encontrada na rizosfera do mandacaru (Cereus jamacaru), importante cacto da região da Caatinga, poderá ajudar as lavouras de milho brasileiras a suportar a seca.
Bactéria
A rizobactéria Bacillus aryabhattai é a base de um novo bioinsumo que aumenta a resiliência e a capacidade de adaptação das plantas ao estresse hídrico. O produto é capaz de promover o crescimento da cultura mesmo em condições de seca.
A nova tecnologia é resultado de mais de 12 anos de pesquisa e chega ao mercado por meio de parceria entre a Embrapa Meio Ambiente (SP) e a NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola, de Minas Gerais. É o primeiro produto comercial destinado a mitigar os efeitos causados pelo estresse hídrico nas plantas.
O bioisumo é capaz de reduzir os efeitos causados pelas estiagens prolongadas, minimizando riscos e expressando o potencial das lavouras.

O foco inicial do produto será o milho, com estimativa de 70% da demanda na segunda safra (safrinha) e os 30% restantes na safra de verão, a primeira. Isso porque o milho de segunda safra é sempre o mais afetado por veranicos e restrições hídricas em geral.

O produto não aumenta a produção, porém, protege a lavoura de perdas ocasionadas pelo estresse hídrico. A estimativa é que o bioinsumo salve da seca entre seis e oito sacos de milho por hectare, em média, contra um investimento que gira ao redor de meio saco de milho por hectare. A intenção é ampliar o uso do produto para outras culturas, como soja e trigo.

“Por enquanto, só existe essa pesquisa sobre essa tecnologia em agricultura tropical, a qual, de fato, sofre maior impacto da seca”, ressalta o pesquisador da Embrapa Itamar Soares de Melo, que desenvolveu a pesquisa com a rizobactéria da qual derivou o novo bioativo.

Ele conta que os isolados de bactérias podem apresentar papéis importantes na promoção do crescimento de plantas em solos secos, por exemplo
“Essa tecnologia é o resultado de muitos anos de pesquisa na seleção de microrganismos com características de interesse para a agricultura e da parceria com uma empresa que vislumbrou esse futuro e agora torna o produto acessível ao produtor”, declara o chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi.

 

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