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Efeito do estresse térmico crônico no TGI de frangos de corte

estresse térmico

Efeito do estresse térmico crônico na histologia gastrointestinal e na expressão de hormônios reguladores do consumo de ração em frangos de corte

 

O estresse por calor (ET) é um grande problema para a indústria avícola devido aos seus profundos efeitos na saúde animal, bem-estar e produtividade. O ET resulta da termorregulação desequilibrada que ocorre quando os animais produzem ou ganham mais calor em relação à sua capacidade de dispersá-lo no ambiente (Gonzalez-Rivas et al., 2020). Tal condição afeta a fisiologia do frango determinando múltiplos distúrbios que envolvem os sistemas imunológico e endócrino, bem como o desequilíbrio eletrolítico (Gonzalez-Rivas et al., 2020).

O trato gastrointestinal (TGI) é particularmente sensível ao estresse térmico (Tellez et al., 2017), de modo que pode ser considerado o tecido mais vulnerável em frangos de corte estressados ​​pelo calor (Quinteiro-Filho et al., 2010). Demonstrou-se que altas temperaturas afetam negativamente o desenvolvimento intestinal (Garriga et al., 2006), resultando em danos às células epiteliais da mucosa e atrofia das vilosidades, bem como em função de barreira da mucosa prejudicada e composição da microbiota alterada (Santos et al., 2015).

Uma das primeiras respostas dos frangos de corte à alta temperatura ambiental é a queda no consumo de ração para limitar a produção metabólica de calor (Gonzalez-Rivas et al., 2020). Os mecanismos que controlam o consumo de ração em espécies de aves são complexos, envolvendo o eixo intestino-cérebro, bem como sinais hormonais e não hormonais atuando por meio da integração com o sistema nervoso central (Tachibana e Tsutsui, 2016).

Muitos estudos revelaram que alguns hormônios gastrointestinais participam da modulação do consumo de ração em aves e mamíferos (Tachibana & Tsutsui, 2016, Honda et al., 2017). Vários autores relataram que a exposição prolongada ao calor altera a expressão de neuropeptídeos cérebro-intestinais em aves (Song et al., 2012, Lei et al., 2013, Chowdhury, 2019).

Portanto, entender as variações no número de células enteroendócrinas (CEEs) expressando alguns hormônios e aminas biogênicas, envolvidas na regulação do consumo de ração, pode revelar importantes mecanismos fisiológicos pelos quais altas temperaturas ambientais influenciam negativamente o consumo de ração e o desempenho de crescimento de frangos híbridos modernos de crescimento rápido.

Assim, o objetivo desta pesquisa foi fornecer uma caracterização abrangente das alterações morfológicas e morfométricas induzidas por condições crônicas de ET nas principais seções do TGI de frangos, como:

Além disso, a presença e distribuição de CEEs expressando alguns hormônios reguladores do consumo alimentar/amina biogênica foram avaliadas nos diferentes segmentos do TGI na tentativa de fornecer informações adicionais sobre os mecanismos que controlam o consumo alimentar sob exposição ao calor.

 

Materiais e métodos

Trezentos pintos machos de 300 dias de idade (Ross 308) foram divididos em duas instalações experimentais apresentando características idênticas. As aves colocadas na primeira instalação foram submetidas a condições termoneutras (TN) durante todo o período de ensaio (0-41 dias de idade da ave; grupo TN, seis repetições de 25 aves/cada).

Nesta instalação, as temperaturas ambientais foram consistentes com as recomendações atuais para frangos de corte de crescimento rápido (ou seja, 0 dia: 30 °C; 3 dias: 28 °C; 6 dias: 27 °C; 9 dias: 26 °C; 12 dias: 25°C; 15 dias: 24°C; 18 dias: 23°C; 21 dias: 22°C; 24 dias: 21°C; 27 dias em diante: 20°C).

As aves alojadas na segunda instalação foram criadas em condições ambientais semelhantes às aplicadas para o grupo TN até 35 dias de idade e depois submetidas a ET crônica (30 °C por 24 h/dia) nos últimos 6 dias do ciclo de criação (35–41 dias de idade das aves; grupo ET, seis repetições de 25 aves/cada).

A temperatura ambiente foi monitorada durante o período de ET como mostrado em Zampiga et al. (2021a). A umidade relativa flutuou entre 40 e 55% em ambas as salas durante o período experimental. A ração (dieta basal comercial; forma de farelo) e a água foram administradas ad libitum.

A densidade populacional e o fotoperíodo foram consistentes com a legislação da UE (Diretiva 2007/43/CE). Além disso, todos os aspectos relativos à criação, manuseio e processamento de aves estavam de acordo com a leTGIslação da UE em vigor (Diretiva 2007/43/CE; Regulamento 1099/2009/CE; Diretiva 2010/63/UE). O protocolo experimental (ID: 1031/2019) foi avaliado positivamente e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Bolonha.

Conclusão

A ET crônica induz alterações morfométricas não apenas no intestino delgado, mas também em um órgão-chave como o proventrículo. Além disso, as condições de ET afetam a presença e distribuição de EECs, sugerindo que alguns peptídeos TGI e aminas biogênicas podem estar implicados na regulação do apetite e ingestão voluntária de ração em frangos de corte estressados ​​pelo calor.

 

Por: M. Mazzoni, M. Zampiga, P. Clavenzani, G. Lattanzio, C. Tagliavia, F. Sirri, Effect of chronic heat stress on gastrointestinal histology and expression of feed intake-regulatory hormones in broiler chickens, animal, Volume 16, Issue 8, 2022, 100600, ISSN 1751-7311, https://doi.org/10.1016/j.animal.2022.100600.

Artigo completo disponível aqui: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1751731122001537

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