Farinha de minhoca como alimento alternativo ao farelo de soja na dieta de poedeiras
Em um panorama geral, no Brasil a nutrição de aves é comumente realizada com milho e o farelo de soja como componentes principais. Estes dois componentes podem representar até 90% do total da dieta, e dessa forma também representam grande parte dos custos relativos à alimentação e, consequentemente, dos custos totais de produção.
Tais ingredientes, além de sujeitos a intensas oscilações de preço, visto que nos últimos anos seu preço tem se mantido inconstante, competem diretamente com a alimentação humana, chegando à indústria de alimentação animal a absorver mais de 60% do total da produção nacional destes alimentos.
- Dentro desse contexto, os profissionais da nutrição animal são desafiados diariamente na busca de alimentos alternativos que possam vir a substituir insumos até então utilizados no país, buscando reduzir custos e, mantendo ou melhorando o desempenho dos animais.
Atualmente, o uso de proteínas oriundas de insetos tem sido amplamente estudado e inserido no contexto da alimentação animal, principalmente na avicultura. Dentre essas pesquisas tem sido demonstrado o potencial da Eisenia fetida como fonte proteica alternativa na fabricação de rações. |
Várias características da farinha de minhoca promovem a sua utilização como matéria-prima na formulação. O teor de proteína das minhocas varia de acordo com a alimentação fornecida, podendo oscilar entre 68 e 82% de proteína bruta.
Assim, pode ser considerada extremamente adequada à nutrição animal. Nos estudos encontrados na literatura sobre o tema não foram relatados casos de interferência nos índices de qualidade do produto final, assim como não foram encontrados estudos que testaram a inclusão da farinha de minhoca na alimentação de poedeiras.
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As análises foram realizadas dentro de um período de 69 dias, divididos em 3 períodos de 23 dias. Foram utilizadas 36 aves, todas de linhagem comercial com 50 semanas.
Os animais foram condicionados a um período de adaptação de 10 dias previamente ao estudo. Em seguida, foram distribuídos em 12 aves por tratamento. Ração e água foram oferecidas à vontade.
Os ovos foram avaliados quanto ao peso do ovo, peso, resistência e espessura de casca, altura de albúmen, unidade Haugh (UH) e cor da gema ao final de cada período.
As dietas foram fornecidas diariamente conforme formulado para suprir de forma isoenergética e isonutritiva as necessidades nutricionais dos animais, contendo farinha de minhoca nas proporções de 0%, 2% e 4% correspondendo aos tratamentos 1, 2 e 3 respectivamente.
No que diz respeito às médias do peso dos ovos, pode-se observar que o tratamento 3 apresentou maior peso quando comparado aos demais. Este resultado é obtido pelo maior teor de triptofano presente na dieta com 4% de inclusão de FM e confirma aquilo que foi observado por Harms e Russel (2000).
Em relação à Unidade Haugh (UH) o Programa de Controle de Qualidade, com base na preconização realizada pelo United States Department of Agriculture (USDA), classifica como ovos como:
Com base nisso, é possível afirmar que, mesmo havendo diferença significativa entre os tratamentos, todos os níveis resultaram em ovos com a UH acima de 88, classificando assim os ovos como excelentes para o consumo.
Segundo Macari et al. (2013) esse aumento se dá pelo pela maior disponibilidade dos aminoácidos que fosforilam com a fosfovitina, que corresponde à fração granular da gema.
Segundo Melo et al. (2006), a explicação para este fato está na solubilidade do cálcio (Ca) presente na FM, isto é, por ser de origem orgânica, este cálcio tem maior biodisponibilidade e absorção intestinal visto que apresentam alta correlação com a solubilidade do mineral.
CONCLUSÃO
A substituição parcial do farelo de soja por farinha de minhoca resultou em melhores índices para os parâmetros peso do ovo, cor de gema, peso da gema e, espessura e resistência da casca.
Referências bibliográficas sob consulta.
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