Micotoxinas e o uso de betaína na alimentação de frangos de corte
As micotoxinas são metabólitos produzidos por fungos e são conhecidos por exercerem efeitos tóxicos em animais e humanos.
Algumas micotoxinas são mais comumente encontradas em grãos, como o milho, por exemplo, aflatoxinas (particularmente aflatoxina B1 [AFB1]), desoxinivalenol (DON), zearalenona (ZEN), e por isso, tem grande importância na produção animal.
A contaminação por micotoxinas resulta na perda do valor nutritivo dos alimentos e leva a micotoxicoses, que variam desde doenças agudas com alta morbidade até doenças crônicas com redução da produtividade animal. O grau de toxicidade depende principalmente das toxinas presentes, dosagem, duração da exposição e uma variedade de outros fatores, como espécie animal, idade e nutrição. Geralmente, os níveis de micotoxinas presentes nos grãos não são altos o suficiente para causar uma doença evidente, mas podem causar uma série de distúrbios metabólicos.
A betaína é o termo comum para trimetilglicina. Devido a sua estrutura química, a betaína apresenta propriedades osmoprotetoras. É relatado que a suplementação de betaína pode mitigar o estresse osmótico induzido por diarreia e coccidiose em animais, também fornece seus grupos metil para a metilação da homocisteína em metionina. Além disso, é considerada um agente antioxidante promissor.
Devidos aos efeitos deletérios causados pelas micotoxinas e o efeito antioxidante e osmoprotetor da betaína, pesquisadores realizaram uma pesquisa, com o objetivo de avaliar os efeitos da betaína em frangos de corte alimentados com uma dieta a base de milho contendo micotoxinas.
Para o experimento foram utilizados 192 frangos de corte Ross com 1 dia de idade. Os frangos foram divididos em 4 tratamentos, sendo que cada tratamento recebeu uma concentração diferente de betaína, sendo 0, 250, 500 ou 1000 mg/kg de betaína. E na ração oferecida aos animais também continha milho com Aflotoxina B1 e Zearalenona.
Desempenho zootécnico e qualidade de carcaça |
Os grupos que receberam betaína na dieta tiveram um aumento no ganho de peso médio diário, e redução na conversão alimentar.
Os grupos alimentados com betaina também apresentaram maior rendimento de peito e menor perda por gotejamento, porém, não houve diferença no percentual de rendimento de gordura abdominal ou efeitos na coloração da carne.
Concentrações de micotoxinas no fígado e no músculo mamário |
As concentrações de Aflotoxina B1 no fígado e no músculo do peito não foram afetados pela inclusão de betaína na dieta, mas as concentrações de Zearalenona no músculo do peito diminuíram linearmente com a inclusão de betaina da dieta, ou seja, quanto maior a inclusão de betaina, menor a concentração de Zearalenona.
Os autores concluíram que a suplementação de betaína na dieta melhorou linearmente ou quadraticamente o desempenho de crescimento, o rendimento do músculo do peito e a saúde do fígado e a qualidade da carne em frangos alimentados com dieta contendo micotoxinas. No geral, o nível de adição ideal de betaína foi de 500 e 1.000 mg/kg. |
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As informações desse texto foram retiradas do artigo intitulado “Betaine improves growth performance, liver health, antioxidant status, breast meat yield, and quality in broilers fed a mold-contaminated corn-based diet” com autoria de:
Chao Wen; Rui Chen; Yueping Chen; Liren Ding; Tian Wang; Yanmin Zhou
College of Animal Science and Technology, Nanjing Agricultural University, Nanjing 210095, China
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