PIB Agropecuário: Estimativa de crescimento do setor passou de 2,8% para 1%
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (22/3), a revisão da estimativa para o valor adicionado (VA) do setor agropecuário de 2022 de crescimento de 2,8% para uma alta de 1,0%.
O principal motivo para o ajuste foi a nova estimativa do Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) de queda de 8,8% da produção de soja. A revisão do valor adicionado da produção vegetal passou de um crescimento de 2,6% para uma queda de 0,3%. Já para a produção animal, a estimativa de crescimento, que era de 3,6%, foi revista para 3,0%, conforme o gráfico abaixo.
Previsão de variação do VA do setor agropecuário para 2022 por componente (em %)
Fonte: IBGE e Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.
O VA para a produção vegetal vem sustentado por um cenário oposto ao encontrado em 2021, tanto para a elevada queda na produção de soja quanto pelas estimativas de crescimento de outras culturas de grande peso, como:
- Milho, c
- Cana-de-açúcar,
- Café e
- Algodão.
A produtividade estimada para a cultura de soja nesses estados foi fortemente reduzida, com destaque para as produções dos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, apresentando quedas de 35,8% e 40,7%, respectivamente.
Apesar da forte de alta na produção esperada para essas culturas, o estudo ressalta que um possível choque climático adverso que afete essas culturas de forma significativa pode ser suficiente para levar a estimativa de leve crescimento na produção vegetal para o campo negativo.
Por outro lado, o trigo é outro segmento que pode ter uma reversão de sua estimativa atual negativa.
No mesmo sentido, as produções de suínos e aves devem crescer 4,5% e 3,0%, respectivamente.
O documento considera que o maior risco para o VA da produção animal é a redução da demanda por proteínas animais por conta do aumento dos preços e da expectativa de uma atividade econômica pouco aquecida em 2022. A alta dos preços dos grãos e do petróleo no mercado internacional tendem a pressionar os custos do produtor que, para manter a rentabilidade, pode repassar esses aumentos ao consumidor final, impactando negativamente a demanda pelos produtos do segmento.