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São responsáveis pela adstringência de muitos frutos e outras partes das plantas, com função de defesa contra à herbivoria.
Nos últimos anos, aumentou o interesse no uso de plantas e extratos vegetais ricos em taninos na dieta de ruminantes para melhorar a saúde e o bem-estar animal, a eficiência alimentar, bem como para mitigar o impacto ambiental dos sistemas de produção de ruminantes.
Existem dois grupos de taninos: os taninos hidrolisáveis e condensados. No artigo de hoje, vamos abordar a respeito do tanino condensado (TC) na nutrição de ruminantes.
Embora promissores, os resultados sobre o uso de taninos na alimentação de ruminantes são controversos, resultando em efeitos prejudiciais, inócuos ou benéficos. Vários fatores, como o tipo e a estrutura química dos taninos, a quantidade ingerida, a composição da dieta basal e a espécie do animal, podem contribuir para a resposta inconsistente aos taninos.
Esta ligação reversível da proteína com o tanino, protegendo-a da degradação ruminal, confere ao tanino a característica de bypass, ou seja, proteína não degradada no rúmen.
O destino dos TC depois de ingerido têm efeitos diversos no metabolismo ruminal, principalmente, relacionados à redução na digestibilidade dos alimentos ingeridos. Esse efeito ocorre, principalmente, sobre as proteínas, mas também afetam outros componentes como celulose, hemicelulose, amido e minerais.
Portanto, a ocorrência dos taninos nos alimentos pode ter um benefício nutricional, protegendo parte da proteína da degradação ruminal, podendo ser degradada no duodeno ou no intestino delgado.
Diversos estudos comprovaram que o tanino na dieta dos ruminantes reduzem as
Essa amônia excedente é removida do rúmen, excretada na urina ou reciclada para o rúmen. Se parte desse nitrogênio excedente liberado no rúmen for transformado em proteína não degradada no rúmen e absorvido no intestino, influenciaria positivamente o balanço de nitrogênio pelos ruminantes, aumentando o N retido como produto animal e diminuindo as perdas desse nutriente para o ambiente.
Muitos estudos demostram efeitos adversos desse complexo tanino-proteína, diminuindo a digestibilidade desse nutriente e, como consequência, ocorre o aumento da excreção fecal de N. É importante perceber, que as consequências da ingestão de taninos incluem também o aumento da secreção de proteínas endógenas. Portanto, este aumento de nitrogênio fecal pode ocorrer a partir do aumento do N de origem endógena.
Além disso, os animais que foram alimentados com dietas de menor % de proteína bruta não diminuíram produção de leite quando foi adicionado o tanino a 45 g.kg-1 de MS de TC, além disso, aumentou a eficiência de utilização de N (N no leite/ N consumido), diminuiu o teor de N-NH3 no leite e no fluido ruminal, indicando efeitos benéficos.
Para que seja amenizado os efeitos negativos dos taninos na nutrição dos ruminantes é necessário saber a quantidade máxima que pode ser fornecido aos animais sem que ocorra prejuízos. Apesar das divergentes respostas em relação à quantidade utilizada, foi relatado em diversos trabalhos que quantidades de tanino a partir de 20 g.kg-1 até 50 g.kg-1 da MS é benéfico à alimentação dos ruminantes.
Apesar de muita pesquisa, resultados encontrados sobre os mecanismos pelos quais taninos exercem seus efeitos sobre a nutrição de ruminantes variam consideravelmente. O estudo dos efeitos nutricionais dos taninos é complexo devido a grande diversidade estrutural. Taninos são compostos que devem ser estudados individualmente porque a sua origem, a estrutura química e as propriedades biológicas são muito diversas.
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