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Variação na estimativa energética da farinha de soja

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Atuais modelos para a estimativa de EMAn da Farinha de soja na avicultura (Tabela 1) reportaram valores de energia metabolizável aparente corrigida por nitrogênio (EMAn) na FS (47% PB) numa faixa entre 2.180 e 2.360 kcal/kg (Tabela 2).


1 Os valores apresentados na tabela correspondem a valores médios do país e estão sobre 88% de MS.
2 Extrato etéreo sem hidrólise ácida prévia.
3 Extrato etéreo com hidrólise ácida (EEh) prévia. Tabelas que não apresentam este valor, utilizou-se o rácio entre EE e EEh de 0,59, estimado de acordo com o CVB (2018).
4 Valores médios de farinhas de soja dos USA, Brasil e Argentina.
5 Valores médios de farinhas de soja do Brasil e ARG.
6 Valores médios de farinhas de soja do Brasil e USA.
7 Valores para o conteúdo de açúcar dado pelo Fedna, correspondem apenas ao conteúdo de sacarose.
Portanto, não é comparável com as outras instituições.


Foram desenvolvidas equações de predição que nos permitem estimar o valor energético da FS, porém . muito importante considerar que entre instituições há uma variabilidade na composição química da FS. Consequentemente, o resultado dessas equações vai ser influenciado pelos valores que a instituição tenha utilizado.
As equações de predição para estimar o valor de EMAn na avicultura são encontradas publicadas pelas Tabelas Europeias de Valores Energéticos para Aves (WPSA, 1989) Segundo detalha em sua publicação, García-Rebollar et al. de 2016, esta metodologia se baseia principalmente no ganho energético de:

Quantidade ou tipo de açúcares
Presença de fatores antinutricionais (FAN)
Digestibilidade da PB e aminoácidos (AA) das FS
Comparação entre os valores de EMAn reportados pelas diferentes instituições
 Neste artigo apresenta-se uma comparação entre os valores de EMAn reportados pelas diferentes instituições (Tabela 3), em que foram utilizadas 3 equações de predição da EMAn em avicultura para a FS (principalmente galos).
A EMAn observada na Tabela 3 foi estimada com base nas equações de predição recomendadas pela WPSA (1989) e outras duas do CVB (2018).

1 Foram utilizados valores médios para a composição química das FS, publicados pelas diferentes tabelas de composição nutricional para calcular a EMAn das FS, principalmente em galos.
2 Equação da farinha de soja galos, calculada de acordo com as tabelas europeias (WPSA, 1989). Baseada no conteúdo de PB, extrato etéreo (sem hidrólise) e extrato livre de nitrogêneo.
3 Equação geral para o cálculo de EMAn para frangos de corte, CVB (2019). Considerar o coeficiente de digestibilidade da PB, fibra neutra detergente e o conteúdo de açúcares.
4 Equação para o cálculo de EMAn em frainha de soja, CVB (2018). Considerar o conteúdo de PB, cinzas e extrato etéreo (sem hidrólise) e a fibra bruta. Cada equação utilizada será explicada a seguir:



Afetar a mensuração

Um possível problema na hora de calcular o valor energético a partir dessas equações é que o método utilizado para analisar os componentes principais pode chegar a afetar a mensuração. Por exemplo, o conteúdo de EE pode variar devido ao tipo de processo, com um valor mais alto de EE para as FS, quando utilizada uma hidrólise prévia.
Consequentemente, a energia proveniente da fração lipídica da FS pode ser diferente entre amostras, inclusive quando as FS têm o mesmo conteúdo proteico e de EE.

Equações não atualizadas

Outra observação a ser destacada é que a equação da WPSA, que é amplamente utilizada para estimar a EMAn em avicultura, é uma equação com mais de 32 anos, que poderia não ser tão precisa como exigido atualmente (Mateos et al., 2019).
Esta equação utiliza o extrato livre de nitrogêneo (ELN) como uma variável principal na estimativa do conteúdo energético. Esta variável não tem um significado tão claro já que é obtida da diferença entre 1.000 e o conteúdo proximal das análises.
Revindran et al. (2014) e Lagos e Stein (2017) observaram maior digestibilidade de PB e maior conteúdo de sacarose para as FS dos USA em comparação às FS do Brasil (BRA), Argentina (ARG) e a Índia.
Se utilizamos a equação dada pelo WPSA (1989) as FS dos USA seriam penalizadas já que não se consideraria o potencial de maior digestibilidade da fração proteica e maior conteúdo de açúcar na FS (Mateos et al., 2019).
Outro possível aporte energético que não é mensurado por esta equação é o conteúdo de oligossacarídeos (principalmente estaquiose) que ainda que seja considerado como um fator antinutricional e que não possa ser digerido por animais monosgátricos, pode chegar a realizar um aporte extra de energia, especialmente em animais adultos, produto das fermentações (Coon et al., 1990). García-Rebollar et al. (2016) reportou maior conteúdo de oligossacarídeos para as FS dos USA em comparação às do BRA e ARG.

Devido às variações no conteúdo energético da FS reportadas em diferentes estudos (Garc.a-Rebollar et al., 2016; Mateos et al., 2019), preciso continuar trabalhando para desenvolver um modelo, ou equação de estimativa energética nas FS e, assim obter uma mensuração mais clara, ou menos variável do conteúdo de EMAn das FS.

MODELO A DESENVOLVER UNIVERSIDADE POLITÉCNICA DE MADRI






Nuproxa 07-2023

Por Lewis Aguirre(1), Lourdes Cámara(1), J.I.Barragán(2) e G.G. Mateos(1) (1)Departamento de Produção Agrária, UPM (2)Consultor Avícola

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