Há uma crescente demanda global por sistemas de criação que favoreçam o bem-estar animal. As boas práticas do bem-estar animal são compostas pelas cinco liberdades:
Estar livre de fome e sede
Estar livre de desconforto
Estar livre de dor e doenças
Ter liberdade para expressar os comportamentos naturais da espécie
Estar livre de medo e de estresse
A ausência dos princípios do bem-estar afeta a saúde do animal, desempenho e qualidade da carne e do leite por meio de funções imunológicas suprimidas pelo estresse. Para ficar claro, vejamos a definição de estresse por Alexandre Rossetto Garcia, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste:
Portanto, o manejo inadequado dos animais, como a apresentação de novos estímulos, transporte, violência e o uso de restrições, é um . Já o manejo favorável ao bem-estar pode reduzir o estresse e oferecer certos benefícios à saúde para os ruminantes.
Por exemplo, em comparação com um manejo adequado aos animais, um manejo estressante aumenta o medo do bovino em relação aos humanos e resulta em aumento da frequência cardíaca, concentração total de cortisol no sangue, aumento da temperatura corporal e glicólise rápida (queda do pH). Além disso, o estresse afeta a secreção de ácido gástrico e o balanço de ativação dos sistemas nervosos simpático e parassimpático.
Quando o objetivo do sistema é produção de carne, é importante reduzir o estresse dos animais durante a rotina de manejo, pois se sabe, por exemplo, que animais agitados durante o manejo correm mais riscos de acidentes, levando ao aumento de contusões nas carcaças.
Além do manejo inadequado, o estresse calórico também é um dos principais fatores que afetam o desempenho dos animais, especialmente fêmeas em lactação. Um dos distúrbios causados no animal que sofre por estresse calórico é a redução da quantidade de saliva produzida, o que pode prejudicar a funcionalidade ruminal.
Portanto, não é surpreendente que o manejo das mudanças induzidas pelo estresse na produção de saliva por ruminantes afetará, por sua vez, o ambiente e a microbiota ruminal.
Além disso, essa alteração da microbiota ruminal pode ser prejudicial à digestibilidade da forragem e, consequentemente, à produção animal. Já, que diminui a população de bactérias celulolíticas.
Um estudo publicado em 2021, observou que ao provocar estresse em ovelhas através do manejo inadequado, diminuiu a capacidade do rúmen para digerir forragem, que nesse caso foi o feno. Isso foi devido à alteração da microbiota ruminal.
Além disso, neste estudo, os animais que receberam um manejo inadequado tiveram menor consumo e digestibilidade da forragem e ph ruminal. Observaram também que ovelhas expostas ao estress tinham mais bactérias patogênicas e menos bactérias celulolíticas no rúmen.
Os potenciais riscos de produção animal colocados por um manejo estressante, têm implicações no bem-estar dos animais, assim, no desempenho final em sistemas de produção de ruminantes.
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