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Ácido Butírico: uma estratégia nutricional em alternativa aos antibióticos na nutrição de frangos de corte
A preocupação com a segurança alimentar, assim como o impacto de resíduos químicos dos alimentos na saúde humana tem aumentado gradativamente nos últimos anos fazendo com que a indústria de produção animal busque soluções significativas e sofra grandes transformações.
Somado a isso, devido à restrição dos antibióticos em 2006 pela União Européia, houve a necessidade de se buscar alternativas que possam substituí-los (Widiastuti et al., 2019).
O ácido butírico é um dos aditivos zootécnicos mais utilizados nas dietas para frangos de corte, estando envolvido no:
desenvolvimento dos tecidos da parede intestinal;
modulação da microbiota intestinal;
além de contribuir com a melhora da imunidade (Dauksiene et al., 2021).
Segundo Sengupta et al. (2006), o ácido butírico tem efeito direto na proliferação, maturação e diferenciação das células da mucosa, porque pode influenciar a expressão gênica e a síntese proteica, além do crescimento das alturas das vilosidades, fazendo com que haja aumento da superfície de absorção no intestino delgado e a otimização da utilização dos nutrientes.
Trata-se de um dos aditivos alimentares mais eficazes a serem utilizados na nutrição animal já que promove melhora da saúde intestinal resultando na absorção de mais nutrientes por todo o trato gastrintestinal, sendo utilizado como fonte de energia para os enterócitos, células absortivas presentes no intestino. Além disso, diminui os efeitos das perdas causadas por estresse ou doenças que acometem os animais (Imran et al., 2018; Balta et al., 2021).
Os ácidos graxos de cadeia curta, como o ácido butírico, são rapidamente absorvidos e metabolizados pelas células da mucosa.
Desse modo, quando as aves ingerem a dieta, sua absorção e metabolização inicia-se na mucosa do papo podendo continuar ao decorrer de todo trato gastrintestinal, limitando a quantidade de ácido butírico que chega ao intestino delgado, restringindo seu uso prático na produção animal (Kaczmarek et al., 2016).
A técnica do microencapsulamento foi desenvolvida para melhorar a proteção, a biodisponibilidade e a liberação controlada do ácido no organismo do animal.
Pois, grande parte do ácido fornecido é dissociado e absorvido antes mesmo de chegar ao intestino, prejudicando a eficácia deste ao longo do trato gastrintestinal que tem valores de pH mais alcalino.
Com a finalidade de promover a liberação lenta e contínua do ácido ao longo do trato digestório foi desenvolvida a técnica do microencapsulamento na qual pequenas partículas ou gotículas são cercadas por uma película constituída de carboidratos, celuloses, lipídios ou proteínas, formando pequenas cápsulas esféricas de parede uniforme (Jyothi Sri et al., 2012).
Resultando assim, na liberação lenta, após a ingestão pela ave, de modo que o ácido atinja o trato intestinal e os cecos sem ter sido dissociado nos órgãos anteriores sendo melhor absorvido (Van Immerseel et al., 2003). |
O butirato de sódio (BS) é um ácido graxo de cadeia curta formado após o ácido butírico ser quelatado pelo mineral sódio (Na+2), e sua fórmula molecular é C₄H₇O₂Na. Por ser mais estável, possuir odor menos intenso, e proporcionar efeitos positivos no desempenho e na integridade intestinal, é o mais utilizado em dietas para frangos de corte (Jiang et al., 2015; Lan et al., 2020).
Levando em consideração a multifuncionalidade e alta eficiência, o butirato de sódio é uma estratégia para melhorar a produção e saúde avícola (Miao et al., 2021).[registrados]
Alguns resultados encontrados na literatura com a utilização de butirato de sódio na dieta de aves: |
Kaczmarek et al. (2016) ao avaliarem o desempenho de frangos de corte no período de 1 a 14 dias de idade, não observaram diferenças entre dietas suplementadas com butirato de sódio microencapsulado nas doses de 200 mg/kg, 300 mg/kg e 400 mg/kg.
Sikandar et al. (2017) não encontraram diferenças no desempenho de frangos aos 14 dias de idade, recebendo dietas contendo 500 mg/kg e 1.000 mg/kg de butirato de sódio microencapsulado.
Levy et al. (2015) ao analisarem o desempenho de frangos de corte, aos 21 dias, alimentados com 0, 100, 200, 300, 400 e 500 mg/kg de ácido butírico encapsulado, observaram menor consumo da dieta com a dosagem mais alta do ácido e piora da conversão alimentar.
Da mesma forma, Imran et al. (2018) ao testarem doses diferentes (250, 350 e 450 mg/kg) de ácido butírico microencapsulado na dieta de frangos de corte apontaram diminuição no consumo dos frangos ao receberam dietas com a maior quantidade do ácido.
Wu et al. (2018) não observaram diferença no desempenho de frangos aos 21 dias de idade, alimentados com diferentes doses de butirato de sódio (200, 400, 800 e 1.000 mg/kg) e antibiótico.
Lan et al. (2020) ao avaliarem os efeitos do BS em frangos de corte notaram melhora no desempenho, em que aves aumentaram linearmente o ganho de peso médio diário. A suplementação de BS aumentou o comprimento relativo do duodeno, jejuno, e íleo, assim como melhorou a estrutura intestinal, aumentando a altura das vilosidades no jejuno e íleo, além da contagem de células caliciformes no duodeno, jejuno e íleo.
Wang et al. (2021) em sua pesquisa com ácido butírico constatou que o peso corporal aumentou no início da fase criação (7 e 14 dias) em comparação às aves que não receberam qualquer tipo de aditivo.
Além disso houve aumento na altura das vilosidades duodenais aos 20 e 33 dias de idade.
O aumento na altura das vilosidades era previsível, pois os enterócitos usam o ácido butírico como fonte de energia, resultando no desenvolvimento de vilosidades. O ácido butírico induz a expressão gênica e a produção de proteínas, tornando a barreira epitelial intestinal menos permeável a patógenos e toxinas, o que pode contribuir para o desenvolvimento e maturidade da saúde intestinal.
Boling et al. (2000), Abdel-Fattah et al. (2008) e Kana et al. (2011) relataram que níveis mais altos de ácidos incorporados à dieta, diminui a ingestão de ração pelas aves, o que pode ser devido à palatabilidade das dietas acidificadas durante os primeiros dias. No entanto, nas fases subsequentes de criação, as aves tendem a se adaptar à acidificação das dietas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS |
Diversos resultados foram relatados, e as diferenças nas respostas encontradas podem ser devido ao conteúdo disponível de butirato de sódio, idade do animal, status imunológico e higiene do ambiente.
O butirato de sódio microencapsulado pode ser utilizado como alternativa ao antimicrobiano químico, no entanto, é importante considerar a dosagem a ser utilizada nas dietas animais, visto que muitas pesquisas não definiram uma dose correta.
Referências bibliográficas
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