A demanda por alimentos alternativos e que sejam produzidos de forma sustentável é crescente. Algumas opções já são conhecidas, como o uso de insetos nas rações. Neste artigo, falaremos sobre uma promissora alternativa, as microalgas na nutrição de animais de produção.
As microalgas são amplamente reconhecidas como matéria-prima de terceira geração para a produção de biocombustíveis, devido à sua alta eficiência fotossintética, alta produtividade de área e adaptabilidade ambiental superior.
Porém, a indústria de alimentação está investigando cada vez mais os potenciais deste novo ingrediente, principalmente por seu alto teor de proteína e valor nutritivo.
Microalgas com alto teor proteico são consideradas uma alternativa sustentável para proteínas animais em rações. Outro fator relevante, é a facilidade de produção. As microalgas são superiores às plantas terrestres para a produtividade da biomassa e não estão sujeitas à interferência com recursos agrícolas, como terra arável e água.
O USDA (United States Food and Drug Administration) classificam algumas algas com o GRAS (geralmente considerado seguro). Deste modo, garante que estas algas não possuem toxinas endógenas e são seguras para consumo humano e animal dentre elas pode-se citar:
Membros dos gêneros Arthrospira, Chlorella e Nannochloropsis são utilizados principalmente para aplicações em rações animais. Tetraselmis, Pavlova, Isochrysis, Chlorella, Nannochloropsis, Phaeodactylum, Skeletonema, Chaetoceros, Thalassiosira e Haematococcus são tipicamente usados como ração na aquicultura.
Tanto do ponto de vista da segurança quanto do meio ambiente, as microalgas são ingredientes alimentares eficazes. Atualmente, cerca de 22.000–25.000 toneladas de biomassa de microalgas são produzidas para nutrição humana e animal, e cerca de 30% disso é adquirido para a produção de rações.
Composição da biomassa de microalgas – componentes do valor nutritivo e funcional na alimentação animal/aquicultura |
Os principais constituintes das microalgas por seu papel como ingrediente especial para rações são o alto teor de proteína, pigmentos benéficos e carotenóides, como clorofila, luteína, astaxantina e β-caroteno, ácidos graxos poliinsaturados, valiosos compostos farmacêuticos e nutracêuticos, vitaminas e minerais.
Os benefícios gerais para a saúde da suplementação de farinha de algas em rações para animais e aquicultura são listados abaixo:
Suplementação geral de biomassa microalgal na ração:
Carboidratos microalgais:
Lípidos de microalgas:
Proteínas microalgais:[registrados]
Ácidos graxos poliinsaturados derivados de microalgas:
Pigmentos derivados de microalgas e carotenóides
Fibra dietética derivada de microalgas:
Como pode ser observado, a inclusão de microalgas na alimentação traz diversos benefícios a produtividade animal, qualidade da proteína produzida e benefícios ao meio ambiente.
![]() ![]() Insetos na nutrição animal: fantasia ou realidade? |
As informações desta matéria foram retiradas do artigo científico intitulado “Sustainable aquaculture and animal feed from microalgae – Nutritive value and techno-functional components”
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