A população mundial está em crescimento, e junto com ela aumenta a demanda por alimentos, mais especificamente a proteína de origem animal. Nos próximos anos, a produção de alimentos deve quase dobrar para atender às necessidades da população mundial, pressionando o setor a maximizar a produção.
Sendo o desafio do setor aumentar a produtividade para atender a demanda do consumidor, que cada vez mais procura por alimentos com o mínimo possível de impactoao meio ambiente.
MAS SERÁ QUE A PECUÁRIA CONSEGUE ATENDER ESSA DEMANDA CRESCENTE, PRESERVANDO OS RECURSOS NATURAIS, SEM AUMENTAR SEUS CUSTOS?
O segredo pode estar na maximização da eficiência alimentar dos animais, que é uma das principais tarefas dos nutricionistas, junto à redução da fração indigesta.
Os números falam por si: a nutrição representa cerca de 70% dos custos totais da produção animal, sendo que, dos nutrientes fornecidos na dieta dos animais, apenas 75% são aproveitados por eles, pois 25% dos nutrientes disponíveis não podem ser totalmente utilizados devido a fatores anti-nutricionais na ração.
COMO MELHORAR O DESEMPENHO ANIMAL COM INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA RAÇÃO?
Inovações tecnológicas são fundamentais para se alcançar o melhor desempenho do animal com o menor custo na produção animal. Veja abaixo alguns pontos-chaves para melhorar a eficiência alimentar dos animais:
Melhorando as características de desempenho animal (por exemplo, a conversão alimentar com o fornecimento de alimentos com maior biodigestibilidade)
Minimizando custos (utilização de alimentos mais baratos e co-produtos na nutrição animal)
Maximizar a eficiência da produção de ração de forma sustentável (por exemplo, processos e práticas)
Matérias-primas tradicionais continuam a ser usadas a altas taxas, porém a utilização de tecnologias nutrcionais como enzimas exógenas permitem que ingredientes alternativos sejam utilizados na formulação da ração mantendo a os mesmos resultados no desempenho animal de forma sustentável.
As enzimas exógenas ajudam na digestão, promovendo a liberação de nutrientes que normalmente não estão disponíveis para o animal.
A ENZIMA COMO GRANDE ALIADA NA PRODUÇÃO
As enzimas possuem várias funções e são especialmente importantes para a indústria de rações, graças à sua capacidade de quebrar e disponibilizar nutrientes aos animais. Elas são catalisadoras, que aceleram a taxa da maioria das reações químicas que ocorrem dentro das células.
As enzimas desempenham um papel fundamental no processo digestivo do animal. Embora as enzimas digestivas sejam produzidas pelo próprio animal, os produtores também têm usado enzimas de ração exógenas na ração para o melhor aproveitamento dos nutrientes das matérias-primas.
O desempenho é, na maioria das vezes, a principal razão para a utilização de enzimas exógenas, pois permitem melhor digestibilidade e aumento da disponibilidade de nutrientes como fósforo, carboidratos e aminoácidos e, por sua vez, um aumento da energia disponível para o animal.
A utilização de enzimas exógenas na nutrição animal também permite o uso de uma gama mais ampla de alimentos, o que pode permitir uma flexibilidade na formulação da dieta usando fontes não convencionais ou matérias-primas alternativas proporcionando menor custo na formulação de ração e maior rentabilidade.
Essas fontes alimentares alternativas são bons substitutos de matérias-primas convencionais como milho, trigo e farelo de soja, que possuem demanda crescente na produção de alimentos para humanos.
O aumento da demanda por grãos faz com que o preço suba, levando produtores de ração e nutricionistas a procurar alimentos alternativos para reduzir custos. Fontes alimentares não convencionais, no entanto, podem não ser tão facilmente digestíveis.
A utilização de enzimas exógenas para tornar a ração mais digestível.
A EVOLUÇÃO DAS ENZIMAS NA NUTRIÇÃO ANIMAL
Pesquisas iniciais que avaliavam o papel das enzimas na nutrição avícola já estavam ocorrendo na década de 1920. A evolução em pesquisa e desenvolvimento continuou durante os anos 1950 e 1960, quando as dietas de cevada eram comumente utilizadas, e estas mostraram que as enzimas melhoraram o desempenho das aves.
Durante os anos 80 e 90, uma melhor compreensão dos polissacarídeos não amiláceos (PNAs) e seu impacto no desempenho animal tornou-se foco da pesquisa, e o uso de enzimas exógenas também se tornou predominante. Durante o final dos anos 1990, o uso de fitase tornou-se prática padrão.
Os benefícios do fornecimento de enzimas exógenas na alimentação incluem:
Redução de fatores antinutricionais na alimentação animal;
Uso de ingredientes alimentares de menor custo;
Melhoria na conversão de ração e desempenho animal.
Mas para obter o máximo da sua nutrição animal, é importante que você escolha a enzima de alimentação certa para atender às suas necessidades.
UM DESENVOLVIMENTO DE PROCESSO ÚNICO
A maior parte da produção de enzimas alimentares origina-se pelo uso de microrganismos bacterianos e fúngicos produzidos a partir dos processos de fermentação submersa (SmF) ou de fermentação de estado sólido (SSF).
Sistemas de fermentação em estado sólido podem ser adaptados para atender a necessidades específicas com base na seleção de substrato e microbiano. Por exemplo, a Aspergillus niger produz um coquetel de enzimas que contêm várias enzimas como fitase, xilanase, celulase, protease, betaglucanase, pectinase e amilase garantindo uma estabilidade entre as enzimas e conferindo uma melhor atividade enzimática.
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