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Economia Circular na Suinocultura: Biogás como Alternativa Sustentável

02 Jun 2025

Economia Circular na Suinocultura: Biogás como Alternativa Sustentável

Economia Circular na Suinocultura: Biogás como Alternativa Sustentável

O avanço da industrialização no mundo fez com que a energia se tornasse indispensável para que os processos industriais pudessem ocorrer. Dessa forma, com o uso desenfreado de fontes energéticas, surgiu a necessidade de novas matrizes, visto que as já existentes não estavam sendo suficientes. As fontes de energia podem ser classificadas em renováveis ou não renováveis, sendo as primeiras reabastecidas naturalmente pela luz solar, chuva, água de rios, vento e resíduos de biomassa. Já as fontes não renováveis são provenientes de recursos naturais finitos, como petróleo, gás natural, carvão e energia nuclear. Com o passar do tempo, o mundo começou a perceber a importância de investir em fontes de energia renováveis, que são menos nocivas ao meio ambiente, como a energia proveniente da biomassa.

A biomassa é gerada a partir de matéria orgânica, como dejetos animais e material vegetal, e pode ser transformada em energia por meio da decomposição desses resíduos. No Brasil, a agropecuária bem desenvolvida favorece o investimento nesse recurso, tornando sua implementação viável. Entretanto, o descarte inadequado dos dejetos pode causar impactos ambientais, contaminando o solo e os rios devido à liberação de carbono.

A integração da agropecuária com fontes renováveis resultou no Sistema Integrado de Produção de Alimentos e Energia (IFES), que utiliza dejetos animais como uma fonte energética limpa e sustentável. Esse modelo permite aos produtores adotar um sistema de co-geração, onde parte da energia gerada é utilizada na propriedade, enquanto o excedente pode ser comercializado, agregando valor econômico à produção.

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Produção Sustentável

É notável que, no mundo, o meio ambiente passou a ser um tema amplamente discutido, devido a várias ações que vêm degradando a natureza e causando impactos ambientais catastróficos. Essa discussão também se estendeu aos processos produtivos e agropecuários, que são economicamente promissores em muitos países. Assim, os países têm se organizado para atingir metas que reduzam práticas nocivas ao meio ambiente, como a diminuição da emissão de gases, por meio de políticas públicas que incentivem esse processo.

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O Brasil, impulsionado por sua agricultura e agropecuária desenvolvidas, tem adotado práticas e políticas públicas voltadas à conservação ambiental, como o Código Florestal de 2012, que protege áreas rurais. Nesse cenário, o manejo adequado dos dejetos animais se torna essencial, permitindo sua reutilização na produção de energia renovável e evitando impactos ambientais negativos.

Além disso, a biodiversidade e os recursos naturais do país favorecem iniciativas sustentáveis. Setores como bioeconomia, bioinsumos, produção de fibras e energias renováveis têm ganhado destaque, consolidando o Brasil como um ator relevante na preservação ambiental.

A suinocultura tem crescido no Brasil devido ao alto consumo de carne suína, impulsionando toda a cadeia produtiva. Com essa expansão, a geração de dejetos aumenta, especialmente em sistemas de confinamento. Diante da necessidade de fontes de energia mais sustentáveis, o biogás surgiu como alternativa viável. Além de ser ecologicamente correto, ele reduz os custos dos produtores, que podem utilizar essa energia em suas propriedades.

O aproveitamento dos dejetos dos suínos é essencial, já que a biomassa gerada é significativa. No entanto, muitos produtores não conseguem tratar esses resíduos adequadamente, o que pode causar danos ambientais. Assim, a suinocultura vai além da produção de carne, contribuindo para o desenvolvimento de fontes de energia renováveis.

Além disso, a produção de biogás se tornou uma aliada dos suinocultores, uma vez que gera recursos energéticos tanto para uso nas propriedades quanto para distribuição, possibilitando a venda de excedentes de energia. Isso não apenas contribui para a sustentabilidade econômica das propriedades, mas também fortalece a diversificação de renda no setor. A prática também auxilia na redução da emissão de gases de efeito estufa, como o metano, que é capturado e transformado em energia, evitando sua liberação na atmosfera. O digestato, resíduo gerado após a produção de biogás, também pode ser aproveitado como fertilizante orgânico, enriquecendo o solo e reduzindo o uso de adubos químicos, o que fecha um ciclo sustentável dentro da propriedade.

 

IMPORTÂNCIA DA ECONOOMIA NA FABRICAÇÃO DE BIOGÁS

A produção de biogás é importante para a economia, contribuindo para:

O QUE É UM BIODIGESTOR?

Biodigestor é basicamente uma câmara fechada com dois compartimentos interligados na qual uma biomassa é fermentada, para isso ocorrer tem que ser sem a presença de ar (anaeróbica), nutrientes e teor de água é de 90 a 95% de umidade em relação ao peso, a temperatura adequada é entre 15°C e 45°C. Como resultado desta fermentação à liberação de biogás, que pode ser utilizado como fonte de energia, e o biofertilizante, que é um adubo natural para o solo.

Existem vários modelos de biodigestores, cada um deles com suas vantagens e desvantagens. Os biodigestores são encontrados em modelos chinês, indianos, tailandês, paquistanês, filipino, canadense etc. Os principais são o modelo Indiano, mais sofisticado e técnico para aproveitar melhor a produção de biogás, e o modelo Chinês, que é mais simples e mais econômico. Os biodigestores Chineses foram desenvolvidos para produzir biofertilizante necessário para produção de alimentos de sua população numerosa, não se valoriza muito a produção do biogás, pois os Chineses ainda utilizam os combustíveis fósseis como fonte de energia principal. Os biodigestores indianos foram desenvolvidos para suprir a demanda por energia, sendo projetados para converter resíduos orgânicos em biogás. Eles são especialmente importantes na suinocultura brasileira, onde, junto com o modelo canadense, são os mais utilizados. Esses sistemas não apenas geram energia renovável, mas também ajudam a reduzir a emissão de gases poluentes e a melhorar a gestão de resíduos na produção.

As maiores dificuldades encontradas para a implantação dos biodigestores são os investimentos fixos, a manutenção dos equipamentos, a certificação e venda das cotas de resgate, que exigem conhecimentos muito especializados e muita credibilidade no meio onde ocorrem às vendas dos créditos de carbono. A busca de terceiros, especializados e focados nesse processo, pode ser a alternativa mais factível para os suinocultores (PIG LIGHT, 2008).

O biogás é um tipo de combustível produzido a partir da decomposição de matéria orgânica em ambientes anaeróbios, ou seja, sem a presença de oxigênio. Ele é composto principalmente por uma mistura de metano (CH₄), que representa entre 50% e 75% do volume, e dióxido de carbono (CO₂), que varia de 25% a 50%. Também contém pequenas quantidades de outros gases, como hidrogênio, sulfeto de hidrogênio e amônia.

A produção de biogás ocorre graças à ação de diferentes grupos de microrganismos que decompõem a matéria orgânica em condições específicas. Fatores como o pH, a temperatura e o tipo de substrato utilizado influenciam diretamente a eficiência do processo e a composição do biogás resultante. A ausência de oxigênio no ambiente é essencial para que ocorra a formação de metano.

Esse processo é natural e comum em diversos ambientes, como pântanos, fundos de lagos, esterqueiras e até no rúmen de animais ruminantes. Durante a decomposição anaeróbia, a matéria orgânica é quase completamente convertida em biogás, gerando também certa quantidade de energia (calor) e nova biomassa.

Para que o biogás seja formado, o processo de decomposição é dividido em várias etapas interconectadas. Esses estágios incluem a hidrólise, acidogênese, acetogênese e metanogênese, e precisam estar em equilíbrio para que o sistema funcione corretamente. Diferentes técnicas de fermentação e tecnologias de construção de usinas podem otimizar a produção de biogás, adaptando as condições do meio para melhorar a eficiência e o rendimento do processo.

Os biodigestores operam por meio do processo de biodigestão anaeróbica, onde os dejetos são decompostos na ausência de oxigênio, resultando na separação das frações sólida e líquida. A fração sólida pode ser utilizada como fertilizante orgânico, enriquecendo o solo de maneira natural e evitando o uso de fertilizantes químicos. A fração líquida, pode ser tratada e reaproveitada em processos agrícolas.

Outro benefício é a redução do descarte incorreto de resíduos. De acordo com o Relatório de Resíduos Sólidos do Brasil de 2021, elaborado pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), mais de 30 milhões de toneladas de resíduos são armazenados de forma inadequada no país todos os anos. A recuperação de energia a partir desses resíduos pode melhorar significativamente a gestão desse material.

A adoção de sistemas de biodigestão na produção de suínos não apenas melhora a eficiência e sustentabilidade da atividade, mas também gera soluções inovadoras para os desafios ambientais. A produção de energia a partir de resíduos, além de reduzir o impacto ambiental, representa uma economia significativa para os produtores, que podem substituir o uso de eletricidade e fertilizantes químicos. Assim, a suinocultura pode se alinhar aos princípios de bem-estar animal e sustentabilidade, beneficiando tanto os produtores quanto o meio ambiente.

Autoria: Ana Fabian R. Viana; Bruna Teixeira M. Ferraz; Carolina R. santos; Gabriela P. de Carvalho; Larissa de F. Firmino; Marcelly de S. Costa; Maria Eduarda Machado;  Maria Fernanda G. da silva;  Milena C. Gil; Nathalia G. Morais; Lorena Salim de Sousa

Referências sob consulta junto ao autor.

Autor correspondente:  [email protected]

 

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