Ao melhorar a escolha genética e nutrição dos suínos, uma equipe do laboratório de Genética, Fisiologia e Sistemas Pecuários (GenPhySE) do centro INRAE Occitanie-Toulouse mostra que é possível reduzir o impacto ambiental da suinocultura.
Como atividade produtiva, a suinocultura também contribui para a poluição ambiental e as mudanças climáticas. A produção de ração animal usa grandes extensões de terra arável. Para reduzir esses impactos, uma importante ferramenta é melhorar a eficiência alimentar dos animais, ou seja, manter o ganho de peso com menor consumo de ração.
Esse ganho de eficiência pode ser alcançado tanto por meio da genética, pela seleção dos animais mais eficientes para se tornarem multiplicadores; ou através da nutrição, ajustando melhor as rações e a escolha da alimentação às necessidades dos animais. Essas necessidades variam dependendo da idade e do tipo genético dos animais. Certos tipos de recursos alimentares não permitem que os animais mais eficientes expressem melhor seu potencial de crescimento.
Reduzir a pegada de carbono
Ao modelar as granjas, seus insumos (ração, energia, etc.) e suas produções (porcos, dejetos, etc.) a partir de perspectivas ambientais e econômicas, os pesquisadores quantificaram os impactos de diferentes cenários de seleção e criação, para encontrar aqueles que otimizassem o resultado econômico ao mesmo tempo em que reduz as desvantagens ecológicas.
Por exemplo, com uma ração de menor custo, a linha de animais mais eficiente teve um impacto ambiental reduzido em 7% e melhor eficiência econômica. Com alimentos com menor impacto ambiental ou combinando os dois critérios, menor custo e menor impacto, o benefício ambiental foi reduzido, respectivamente, em 4,9 e 4,3%. A alimentação que combina esses dois critérios atinge eficiência econômica semelhante para as linhas mais e menos eficientes.
Ser capaz de antecipar as relações entre o desempenho dos animais e os impactos ambientais e econômicos, permite antecipar as estratégias de seleção genética a serem implementadas para reduzir os impactos negativos e melhorar a sustentabilidade deste setor.
Esses primeiros resultados abrem perspectivas interessantes para orientar as escolhas de seleção e alimentação para sistemas de produção mais sustentáveis, integrando parâmetros ambientais aos aspectos econômicos. Também permitem pensar no melhor aproveitamento de recursos de menor qualidade nutricional, mas com menor impacto ambiental, como os subprodutos industriais, para a alimentação dos suínos menos eficientes.
Fonte: INRAE
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