Minerais

Exigências nutricionais de vitaminas e minerais para a coturnicultura

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Para ler mais conteúdo de nutriNews Brasil 2 Trimestre 2021

Tainara Ciuffi Euzébio

Tainara Ciuffi Euzébio

Tatiana Carlesso dos Santos

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Importância das pesquisas sobre as exigências nutricionais de vitaminas e minerais para a coturnicultura

O Brasil possui um importante efetivo de codornas e se destaca mundialmente em relação a criação tanto para a produção de ovos ocupando o segundo lugar mundial, quanto para a produção de carne estando na 5ª posição de volume produzido. As espécies comumente utilizadas no País são as codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica), com seleção genética especializada para a produção de ovos, e as codornas comuns ou europeias (Coturnix coturnix coturnix) mais utilizadas para produção de carne.
Com uma expressiva capacidade de crescimento da atividade coturnícola no País, o sucesso da produção vem alinhado com a disponibilidade de material genético e principalmente de planos nutricionais adequados as exigências das aves que são garantia de eficiência produtiva e diminuição de custos na produção.
Se por um lado as exigências nutricionais estão mais do que estabelecidas para frangos de corte, matrizes de frangos e galinhas de postura, sendo a produção desses animais feita a partir de linhagens, de empresas de genética que fornecem manuais e exigências nutricionais específicas para todo o ciclo de desenvolvimento e de produção; para as codornas, devido a difusão de linhagens, ainda não há um plano nutricional para atender especificamente todas as subespécies existentes.

Dessa forma, a formulação de dietas para codornas é comumente extrapolada das exigências de outras categorias de aves, o que pode subestimar ou superestimar as reais necessidades das aves.

As vitaminas e minerais apresentam funções fisiológicas especificas no organismo animal apesar de serem ingredientes que estão presentes em baixas concentrações na dieta.

Vale ressaltar que diversos fatores podem influenciar as necessidades do animal em relação aos minerais e vitaminas, como:
diferenciação genética das subespécies de codornas
estado fisiológico da ave
fatores ambientais
composição nutricional dos ingredientes da dieta.
Os níveis das vitaminas e minerais que são empregados atualmente nas dietas das aves são sugeridos por órgãos de pesquisa como National Research Council (NRC, 1994), Agriculture and Food Research Council (AFRC), Institut National de Recherche Agronomique (INRA).

Para grande parte dos nutrientes esses compilados apresentam apenas exigências mínimas, sendo que as exigências propostas pelos manuais nem sempre condizem com a realidade da produção atual por estarem desatualizados, como é o caso das exigências abordadas no NRC para codornas que consta sua última atualização em 1994.
No Brasil, o principal compilado de informações sobre exigências nutricionais para animais não ruminantes são as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos. Porém as exigências apresentadas para codornas se limitam a alguns nutrientes e dessa forma em grande parte dos trabalhos a determinação dos níveis nutricionais é realizada com base nas exigências de frangos de corte e galinhas poedeiras. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados dados comparativos de experimentos realizados no Brasil e dos principais manuais.

VITAMINAS

As vitaminas desempenham funções indispensáveis para o funcionamento do organismo e seus processos metabólicos, sendo as principais precursoras de hormônios, doadoras ou aceptoras de íons e coenzimas, e também são estabilizadoras das membranas celulares.
Podem ser divididas em duas classificações principais como lipossolúveis e hidrossolúveis.
As vitaminas lipossolúveis são assim chamadas por apresentarem afinidade por lipídios e fazem parte dessas categorias as vitaminas A, D, E e K.
No grupo das vitaminas hidrossolúveis, que apresentam afinidade pela água, estão as vitaminas do complexo B e vitamina C (Bertechini, 2006; Combs, 2017).
Animais monogástricos necessitam do recebimento da grande maioria das vitaminas em sua dieta por não serem capazes de sintetizá-las. Essa necessidade de receber de forma exógena faz com que o conhecimento sobre as necessidades e exigências para as codornas seja de vital importância para o sucesso da produção.
Por estar envolvida diretamente no metabolismo ósseo e de calcificação da casca do ovo a vitamina D se apresenta como a principal vitamina para as aves.
A vitamina D após ingerida ainda necessita de duas hidroxilações, uma no fígado e uma nos rins, para chegar a sua forma ativa a 1,25-dihidroxivitamina D3 e ser efetivamente utilizada no metabolismo (Saunders-Blades and Korver, 2015).
A atividade antioxidante da vitamina D3 também vem ganhando espaço após a descoberta de um receptor que atua em tecidos que não tem ligação direta com o cálcio e o metabolismo ósseo. Este receptor comumente chamado de VDR vem sendo relacionado à prevenção de doenças crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares e doenças renais em humanos, por haver evidências sobre a capacidade de induzir a expressão de moléculas envolvidas no sistema de defesa antioxidante como a GSH-Px e a SOD (Mokhtari et al., 2017).
O NRC preconiza a dose de:
750 UI/kg de ração de vitamina D para codornas na fase de crescimento,
e 1200 UI /kg de ração na fase de postura e para animais na idade de reprodução.
Marques et al. (2011), forneceu para codornas de postura com 44 semanas de idade três níveis de vitamina D: 500; 1.000 ou 1.500 UI/kg de ração. Com base em seus resultados produtivos eles recomendam uma inclusão de 1.500 UI de vitamina D para codornas criadas no Brasil.
Dentre as funções da vitamina A, pode-se destacar o importante papel para:
visão
reprodução
manutenção do tecido epitelial
síntese de mucopolissacarídeos
controle da estrutura de membranas
celulares
utilização de proteínas
pressão do fluído cérebro espinhal
a síntese de DNA e RNA
desenvolvimento do tecido ósseo (Rutz, 2008; Penteado, 2003).
As recomendações da suplementação de vitamina A (em Unidades Internacionais) para codornas são discrepantes na literatura, Silva et al. (2009) trazem para fase de crescimento uma exigência de 850 UI e 1.650 UI para o período produtivo. O NRC de 1994 indica o uso de 1.650 UI para crescimento e para o período produtivo 3.300 UI.
Essas diferenças podem trazer uma excreção indevida da vitamina, que além de não ser benéfico para o organismo do animal, também induz ao produtor um custo desnecessário.




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