As aves, animais onívoros, sempre ingeriram várias espécies de insetos para suprir parte das proteínas e gorduras demandas ao seu “adequado” desenvolvimento e isso também acontecia com galinhas da espécie Gallus Gallus domesticus enquanto eram, predominantemente, criadas soltas, até o início do século XX. Com a implementação das tecnologias produtivas, as “galinhas” começaram a ser criadas em galpões e, portanto, passaram a consumir apenas as rações processadas e disponibilizadas nos comedouros.
Na busca por rações cada vez mais equilibradas e capazes de nutrir animais cada vez mais exigentes, os nutricionistas passaram a considerar nas suas formulações de rações apenas alimentos produzidos ou coproduzidos pelo homem e que possuíam disponibilidade ao longo do ano e boa densidade nutricional.
Nesta edição o professor Stelio Bezerra juntamente com sua equipe, nos fornecem um panorama sobre o uso de insetos na alimentação animal!
No Brasil, a tradicional dobradinha milho e farelo de soja se consolidou e é referência comparativa para qualquer avaliação nutricional de eventuais alimentos que possam ser adicionados nas rações animais, sejam por aspectos nutricionais ou econômicos.
Nesse contexto, de se buscar eventuais substitutos para esses alimentos tradicionais, certamente o maior desafio é encontrar fontes viáveis para constituir a fração proteica da ração, mesmo que em associação ao farelo de soja. É claro que as farinhas de origem animal produzidas em frigoríficos e abatedouros são eficientes, mas possuem algumas limitações de uso, particularmente da opinião pública de países mais desenvolvidos que não enxergam com ‘bons olhos’ essa utilização.
[cadastrar]Pesquisar e estabelecer tecnologias de produção para as variadas espécies de insetos alimentícios, com potencial nutritivo, nos parece ser um cenário com elevada perspectiva de sucesso, particularmente quanto as vantagens ambientais quando comparado com outras cadeias produtivas.
Nesse contexto, acreditamos também que a criação de insetos não ficará restrita à produção de farinhas para eventuais inclusões em rações animais, mas será capaz inclusive de gerar alimentos direto para os seres humanos, como concentrados proteicos e fontes de fibra (quitina).
Nesse cenário, já existem legislações que regulamentam a utilização de insetos e farinhas na alimentação animal. Na Europa, em 2017, foi liberada a utilização de insetos para alimentação de animais aquáticos e em agosto de 2021 para aves e suínos.
O Minist...