Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
Introdução
As fontes proteicas convencionais utilizadas nas formulações de dietas apresentam elevado custo, tanto do ponto de vista econômico quanto ecológico, e podem se tornar escassas em virtude do aumento expressivo da população, visto que grande parte das fontes de proteínas utilizadas em alimentos comerciais para cães e gatos se assemelham àquelas consumidas por humanos (Swanson et al., 2013).
Sendo assim, em resposta à preocupação global em relação aos recursos ambientais limitados, associado ao aumento da consciência dos tutores em relação às questões de sustentabilidade, há maior demanda por pesquisa e desenvolvimento de ingredientes seguros, sustentáveis, naturais ou orgânicos.
Neste sentido, cada vez mais atenção está sendo direcionada aos insetos como uma fonte alimentar alternativa e sustentável. Os insetos são considerados excelente fonte de proteína, tendo um perfil adequado de aminoácidos, que pode variar conforme a espécie, estágio de desenvolvimento e dieta que recebem. Além disso, podem substituir parcialmente as fontes convencionais de proteína que já fazem parte da matriz de alimentação, necessitam de poucos recursos ambientais para se produzir ao mesmo tempo que fornecem significativa bio-conversão de resíduos orgânicos (FAO, 2013).
Apesar das suas qualidades nutricionais, a desinformação sobre o uso de insetos como ingredientes alternativos na alimentação de cães e gatos leva à uma percepção errada desta matéria-prima pelos tutores, principalmente quanto a segurança alimentar.
Com o desenvolvimento do conhecimento técnico-científico, esta revisão visa fornecer informações sobre o estado atual dos benefícios nutricionais e ambientais do uso de insetos como ingrediente na formulação de dietas para cães e gatos.
Proteína de alto valor biológico
A recomendação mínima de proteína bruta (PB) para cães e gatos em manutenção é de 18% e 25%, respectivamente, considerando uma dieta com 4,0 kcal/g (FEDIAF, 2020). Desta forma, os alimentos comerciais destinados para essas espécies são formulados com relativa alta inclusão de ingredientes proteicos de:
origem animal (farinha de vísceras de aves, farinha de torresmo, farinha de vísceras de suínos, farinha de peixe, ovo em pó, entre outros) e
origem vegetal (farelo de soja, farelo de glúten de milho, entre outros).
Com o alto valor agregado e a disponibilidade limitada no futuro de fontes proteicas, a utilização de...