Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
Os lisofosfolipídeos são emulsificantes de gordura, moléculas que elevam a capacidade de preservação dos nutrientes no processo de absorção de óleos e gorduras. Podem ser considerados mais eficientes nesta função quando comparados aos surfactantes químicos sintéticos, pois requerem uma menor concentração para formação de micelas, o que possibilita maior absorção de ácidos graxos.
Essas substâncias são utilizadas para estabilização no processo de suspensões de gordura, como é o caso dos monoglicerídeos lisofosfolipídeos como a lecitina. Além disso, a inclusão de lecitina na dieta animal apresenta-se como fonte energética altamente digestível.
A lecitina é composta por uma mescla de fosfolipídios (50%), triglicerídeos (35%) e glicolipídios (10%), carboidratos, pigmentos, carotenoides e outros microcompostos. As propriedades tensoativas da lecitina são provenientes da estrutura molecular dos fosfolipídeos, que são componentes ativos da lecitina. A lecitina pode ser obtida da soja e de diversas fontes de óleos vegetais como o óleo de palma, óleo de canola e o óleo de girassol, bem como o leite.
Emulsionantes sintéticos derivados da hidrólise enzimática da lecitina como lisolecitina ou lisofosfatidilcolina também executam a mesma função e auxiliam na absorção de ácidos graxos (Figura 1).
Vários estudos já mostraram que a inclusão de lisofosfolipídeos como a lisolecitina resultaram em benefícios no desempenho de animais de produção.
O consumo de gordura foi 19% maior em cordeiros alimentados com lecitina de soja, influenciando diretamente sobre o rendimento e qualidade de carcaça (Lough et al.,1991).
Em frangos de corte, a adição de emulsificantes exógenos na dieta aumentou a digestibilidade, o ganho de peso e a conversão alimentar (Roy et al., 2010), assim como a energia metabolizável e a emulsificação do óleo de palma (Yordan et al., 2013).
Os fosfolipídios também apresentam ação semelhante aos antibióticos na flora intestinal, desestabilizando o equilíbrio iônico das bactérias (Silva Júnior et al., 2009). Esta ação tem grande importância para algumas espécies e categorias, como é o caso de bezerros e leitões, uma vez que são animais susceptíveis às proliferações de microrganismos patogênicos em seu sistema gastrointestinal.
A utilização de emulsificantes na dieta de bovinos pode melhorar o desempenho animal em resposta ao aumento na absorção de nu...