Os avanços da nutrição in ovo na produção de frangos de corte – parte II
A técnica de inoculação de substâncias exógenas para embriões de frangos de corte é hoje amplamente reconhecida como uma estratégia com grande potencial de utilização em escala industrial.
Na Parte I da revisão acerca dos avanços da nutrição in ovo foram abordados o histórico e desenvolvimento das técnicas de inoculação, e os principais resultados do fornecimento de carboidratos e aminoácidos para embriões de frangos de corte. Nesta segunda parte serão abordadas as vitaminas, minerais e pré/probióticos.
VITAMINAS E MINERAIS
A presença de vitaminas e minerais no ovo é essencial para o desenvolvimento embrionário sendo que a deposição desses nutrientes ocorre exclusivamente pela capacidade de deposição da matriz durante a formação do ovo.
Ou seja, o embrião é dependente de quantidades finitas de nutrientes e a inoculação in ovo pode beneficiar etapas fisiológicas e bioquímicas durante a incubação. Dentre as vitaminas lipossolúveis pode-se destacar os efeitos da D e E sobre o metabolismo do embrião dos frangos de corte.
A vitamina D possui como principal função regular a absorção intestinal de cálcio e o aumento da reabsorção óssea em situações de hipocalcemia, ou ainda, induzir a deposição de matriz óssea e diferenciação de células ósseas. Por isso, o foco da inoculação in ovo de vitamina D é voltado para melhorar propriedades ósseas e características de carcaça dos frangos de corte (Gonzales et al., 2013).
Apesar de não ter efeito sobre índices de incubação tais quais o percentual de eclosão ou qualidade dos pintos de um dia (Gonzales et al., 2013), Yair et al. (2015) sugerem que o colecalciferol possui a capacidade de minimizar a reabsorção óssea durante o desenvolvimento embrionário final, aumentando a concentração de minerais como o cálcio, o que pode ser positivo para a resistência óssea em frangos de corte machos durante o período pós-eclosão.
Mais recentemente, Fatemi et al. (2021a) relataram que o fornecimento de 2,4 μg de 25-hidroxicolecalciferol no 18° dia de incubação possibilita um maior armazenamento desta vitamina nos músculos e a expressão da enzima ativadora da vitamina D resultando em maior síntese proteica e hipertrofia do músculo do peito nas primeiras duas semanas pós-eclosão.
Também são avaliados as capacidades e os mecanismos pelos quais o fornecimento de vitamina D in ovo pode modular a resposta inflamatória e desempenho de frangos de corte no períod...