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Os avanços da nutrição in ovo na produção de frangos de corte – parte II

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Para ler mais conteúdo de nutriNews Brasil 4 Trimestre 2021

Itallo Conrado Sousa de Araújo

Doutorado em ZOOTECNIA pela Universidade Federal de Goiás, Brasil
Itallo Conrado Sousa de Araújo

Tainá Silva Brandão Lopes

Mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil(2020)
Tainá Silva Brandão Lopes
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Os avanços da nutrição in ovo na produção de frangos de corte – parte II

A técnica de inoculação de substâncias exógenas para embriões de frangos de corte é hoje amplamente reconhecida como uma estratégia com grande potencial de utilização em escala industrial.
Na Parte I da revisão acerca dos avanços da nutrição in ovo foram abordados o histórico e desenvolvimento das técnicas de inoculação, e os principais resultados do fornecimento de carboidratos e aminoácidos para embriões de frangos de corte. Nesta segunda parte serão abordadas as vitaminas, minerais e pré/probióticos.

VITAMINAS E MINERAIS

A presença de vitaminas e minerais no ovo é essencial para o desenvolvimento embrionário sendo que a deposição desses nutrientes ocorre exclusivamente pela capacidade de deposição da matriz durante a formação do ovo.
Nutrição in ovo

Ou seja, o embrião é dependente de quantidades finitas de nutrientes e a inoculação in ovo pode beneficiar etapas fisiológicas e bioquímicas durante a incubação. Dentre as vitaminas lipossolúveis pode-se destacar os efeitos da D e E sobre o metabolismo do embrião dos frangos de corte.
A vitamina D possui como principal função regular a absorção intestinal de cálcio e o aumento da reabsorção óssea em situações de hipocalcemia, ou ainda, induzir a deposição de matriz óssea e diferenciação de células ósseas. Por isso, o foco da inoculação in ovo de vitamina D é voltado para melhorar propriedades ósseas e características de carcaça dos frangos de corte (Gonzales et al., 2013).
Apesar de não ter efeito sobre índices de incubação tais quais o percentual de eclosão ou qualidade dos pintos de um dia (Gonzales et al., 2013), Yair et al. (2015) sugerem que o colecalciferol possui a capacidade de minimizar a reabsorção óssea durante o desenvolvimento embrionário final, aumentando a concentração de minerais como o cálcio, o que pode ser positivo para a resistência óssea em frangos de corte machos durante o período pós-eclosão.
Mais recentemente, Fatemi et al. (2021a) relataram que o fornecimento de 2,4 μg de 25-hidroxicolecalciferol no 18° dia de incubação possibilita um maior armazenamento desta vitamina nos músculos e a expressão da enzima ativadora da vitamina D resultando em maior síntese proteica e hipertrofia do músculo do peito nas primeiras duas semanas pós-eclosão.

Também são avaliados as capacidades e os mecanismos pelos quais o fornecimento de vitamina D in ovo pode modular a resposta inflamatória e desempenho de frangos de corte no período pós-eclosão.
No entanto, os mecanismos pelos quais a vitamina D pode proporcionar tais melhoras ainda não estão completamente elucidados (Fatemi et al., 2021b).
A vitamina E é um conhecido agente antioxidante, capaz de atuar como um protetor celular, ao ligar-se ao radical peroxil e impedir reações oxidativas. Além disso, essa vitamina é também relacionada a integridade dos tecidos musculares, nervoso e sistema imune.
Devido aos seus efeitos, principalmente, sobre aspectos reprodutivos essa vitamina é suplementada na dieta de matrizes de frangos de corte, no entanto, a inoculação de vitamina E in ovo pode possibilitar maior garantia de disponibilidade deste nutriente à progênie.Nutrição in ovo
Outras funções interessantes envolvem a atuação da vitamina E in ovo como agente protetor dos nutrientes presentes na gema, garantindo sua utilização no desenvolvimento morfológico e funcional do trato gastrointestinal e também o aumento da presença de proteínas hepáticas e enzimas antioxidantes circulantes.

O que indica a ação da vitamina E como protetor dos órgãos embrionários quanto à ação de agentes reativos oxidativos (Araújo et al., 2019).
O cálcio e fósforo são os minerais mais abundantes no metabolismo animal e tem, dentre outras, a função de composição do tecido ósseo.
Nesse sentido, a depender do status nutricional da ave, o osso como tecido pode agir como reservatório ou como fonte desses minerais e por isso, o balanço de cálcio e fósforo torna-se importante para o correto desenvolvimento do tecido ósseo e prevenção da ocorrência de lesões como a discondroplasia tibial, alteração óssea de grande importância para avicultura de corte.
Na última semana de incubação há redução nos estoques de minerais do saco da gema, o que é crítico para o período entre o nascimento e alojamento, onde o saco da gema residual é a principal fonte de nutrientes e uma baixa nos níveis de minerais como cálcio e fósforo podem impactar negativamente o desenvolvimento inicial das aves.
Nessa perspectiva, o fornecimento in ovo de minerais tais quais cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobre e manganês no 17° dia de incubação mostrou-se capaz de aumentar os níveis destes minerais no saco da gema residual aumentando a disponibilidade destes nutrientes para o embrião neonato (Yair & Uni, 2011).
Apesar da maior disponibilidade de minerais, o fornecimento de microminerais tais quais:

  • Zinco
  • Manganês
  • Cobre

Coomo estratégia para melhorar a qualidade óssea em frangos de corte ainda não foi completamente estabelecida uma vez que Oliveira et al. (2015a, 2015b) não encontraram diferenças sobre o peso ao nascimento, tamanho da tíbia, resistência óssea e conteúdo mineral na tíbia de pintos de um dia e frangos de corte aos 21 dias que foram suplementados ou não com zinco, manganês e cobre in ovo. 
Destaca-se que até o momento é escassa a quantidade de artigos que avaliem a inoculação in ovo de macro/microminerais e vitaminas, assim como, seus efeitos sobre desempenho zootécnico, desenvolvimento do tecido esquelético, e até mesmo sobre a prevenção de alterações ósseas.
Portanto, é necessária a constante observação acerca dos avanços no fornecimento de vitaminas e minerais in ovo.

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PREBIÓTICOS E PROBIÓTICOS

A inoculação in ovo de pré e probióticos vem sendo desenvolvida com o objetivo de modular diferentes aspectos do metabolismo das aves ainda durante a incubação, principalmente por contribuir para a fixação e desenvolvimento de uma microbiota saudável para o frango de corte.




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