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Os peixes de água doce podem ser fonte de ômega 3?
Os ácidos graxos poli-insaturados (PUFA – polyunsaturated fatty acids), linoleico (18:2n6 – LA) e linolênico (18:3n3 – ALA) não podem ser sintetizados pelos humanos sendo então considerados nutricionalmente essenciais, e precisam ser obtidos via alimentação.
Os ácidos graxos da série ômega 3 (n3) são amplamente reconhecidos como sendo um nutriente essencial para a saúde e bem-estar de seres humanos, particularmente no que diz respeito aos ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (n-3 LC-PUFA – long chain polyunsaturated fatty acids), eicosapentaenoico (EPA; 20: 5n-3) e docosahexaenóico (DHA, 22: 6n-3), que exercem uma variedade de benefícios para a saúde através da sua ação molecular, celular e fisiológica.
Os n3 LC-PUFA, DHA, para as membranas biológicas e a importância de EPA, pelos seus efeitos a nível vascular (ações antitrombóticas e anti-inflamatórias) exercidas através do metabolismo dos eicosanoides.
A deficiência de desses ácidos graxos da série n3 estão associados a dermatite escamosa, alopecia, trombocitopenia e, em crianças, deficiência intelectual. Assim, são especialmente importantes entre os alimentos funcionais; prova disto, é a recomendação de organizações profissionais para um consumo individual diário de 500mg desses ácidos graxos, que proporcionaria benefícios à saúde.
Os peixes são a principal fonte alimentar de n-3 LC-PUFA para os seres humanos, sendo uma excelente fonte de proteína, vitaminas e minerais. Recomendações para os níveis de ingestão diária recomendada de EPA e DHA variam enormemente, dependendo da organização científica. No entanto, a maioria dessas organizações recomendam o consumo de pelo menos duas porções de peixe por semana, uma das quais deve ser de peixe gordo, com elevada concentração de n-3 LC-PUFA (Aha, 2015).
A biossíntese de EPA, DHA e ARA endógena é possível para a maioria dos organismos superiores a partir dos compostos da série n3 e n6 de 18 carbonos.
Nesse processo de biossíntese dos LC-PUFA da série n-3 e n6 (Figura 1), é necessário a introdução de carbonos e duplas ligações catalisadas por enzimas específicas: as elongases e as dessaturases.
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