A indústria global de proteína animal enfrentará grandes desafios nas próximas duas décadas. O mercado mundial da carne crescerá 45%, impulsionado pelo aumento da
população, o crescimento dos ganhos e as mudanças de preferência.
A carne de aves e o ovo serão as proteínas mais beneficiadas, com um crescimento total, em 20 anos, de 65% e 50%, respectivamente. Essa crescente demanda de proteínas animais, sobretudo pela carne de ave e pelo ovo, é um grande desafio para a indústria avícola de todo o mundo.
Mercados de consumo: um grande desafio
Os crescentes e dinâmicos mercados de consumo serão um grande desafio, especialmente porque 90% do crescimento em proteína animal estará nos mercados emergentes e 65% na Ásia.
A América Latina será responsável por 20% dessa porcentagem e continuará sendo um lugar-chave para o crescimento da demanda global.
Mas principalmente o crescimento do mercado asiático será um desafio para a indústria, uma vez que a disponibilidade de recursos nessa parte do mundo será muito limitada em termos de disponibilidade de água e terra.
Acreditamos que este é um dos grandes desafios estratégicos para os investimentos a longo prazo na indústria mundial de proteína animal.
Provavelmente, a indústria asiática será obrigada a se modernizar rapidamente, investindo em métodos de produção mais abrangentes, mais eficientes e verticalmente integrados.
As indústrias também serão levadas a se internacionalizar não só através das importações de grão a baixo custo de países como Brasil, Argentina, Ucrânia e Rússia, mas também de investimentos diretos para garantir o fornecimento.
Problemas sociais: um aspecto cada vez mais relevante
Com certeza, os problemas sociais serão mais importantes. A maior pressão sobre os recursos obrigará a abordar a questão da sustentabilidade e dos problemas sociais, que terão uma prioridade inédita, implicando:
A decisão de introduzir ovos de galinhas não confinadas, inciada na Europa e agora levada a outras partes do mundo, incluindo a América Latina, é um exemplo que exigirá investimentos bilionários na próxima década.
Os substitutos da proteína animal também se tornarão uma alternativa crescente, embora atualmente tenham uma participação no mercado ainda pequena (<0,5%).
O mercado de substitutos da proteína animal certamente crescerá, dados os grandes investimentos de capital privado, de investidores do Vale do Silício e de empresas da indústria da carne. Mas é provável que a participação desse setor se mantenha abaixo dos 2%-3% em 2025.
América Latina: principal
objetivo para os investidores
Nas próximas décadas, a América Latina será uma das áreas mais dinâmicas e atrativas para os investidores.
Sua posição como principal produtora de grãos, especialmente em países com excedentes, como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, lhe oferece a oportunidade de ocupar a liderança como produtora e exportadora de carne de aves e ovo em mercados globais como o Brasil e, em menor medida, na Argentina, que teve um boom nas últimas duas décadas.
Crescimento mundial
O comércio mundial avícola continuará crescendo à medida que a expansão do mercado aumentar a pressão sobre os recursos da Ásia.
O consumidor e o varejista também aumentarão suas expectativas sobre os produtos importados, sendo que os exportadores deverão sempre se adiantar às condições dinâmicas do mercado a fim de assegurar sua posição.
Isso significa a modernização contínua de padrões e instalações por parte desinvestidores, com os investimentos sempre próximos dos clientes internacionais.
Vínculos mais estreitos entre importadores e exportadores serão estabelecidos por meio de investimentos globais para aumentar a oferta e a demanda.
A América Latina é também uma das indústrias de proteína animal que mais cresce no mundo, representando mais de 20% do crescimento mundial. Países como Colômbia, Peru, México e Argentina pertencem às áreas de maior crescimento no mundo e oferecem muitas oportunidades de investimento não só em termos de expansão de volume, mas também em termos de criação de valor, uma vez que os mercados se modernizam através da participação crescente na distribuição moderna.
Muitos desses países têm uma preferência tradicional por produtos avícolas. E podes-e esperar que suas indústrias se tornem gradualmente regionais, como visto em outras partes do mundo, como Europa, Ásia Central e Oriente Médio.
Muitos varejistas e restaurantes fast-food já estão trabalhando em toda a América Latina, mas as indústrias até agora têm se mantido relativamente nacionais.
Certamente, também haverá certa volatilidade nos mercados, como vimos no passado. Mas, pela perspectiva do investimento, a América Latina, junto com o Sudeste Asiático e o Leste Europeu, será a área de investimento em indústria avícola mais atrativa na próxima década.
Na região, haverá oportunidades contínuas em termos de volume (mais frangos), valor (mais produtos processados, mais conceitos, mais vendas para o varejo) e investimentos mais consolidados e internacionalizados, com plataformas líderes no mercado e indústrias avícolas de mais rápido crescimento no mundo.
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