Sindirações prevê um ano instável com as incertezas geradas pela pandemia da Covid-19
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), divulgou os dados de encerramento de 2020, em relação a 2019 houve um crescimento de praticamente 5% na produção de alimento animal, com um total dede 81,5 milhões de toneladas.
Segundo o sindicato “A expectativa para 2021, no entanto, é bem mais cautelosa”. Alguns fatores de destaque para a cautela são o cenário macroeconômico estagnado; a desvalorização do Real e a alta do Dólar no ambiente doméstico; o alto preço do milho e da soja e a disputa pelos grãos (ração animal e alimentação humana X etanol x biodiesel x exportações).
Segundo Ariovaldo Zani, Vice-Presidente Executivo do Sindirações, “Milho e soja, respectivamente, já subiram em dólares no ano corrente, 25% e 14% e, em doze meses, 43% e 54% (fevereiro/21 em comparação a fevereiro/20). Inclusive, alguns analistas apostam até em um novo “super ciclo” das commodities (notadamente petróleo e minério de ferro).” Porém, apesar do incremento de preços, de milho e soja, por exemplo, países predominantemente exportadores como o Brasil podem ser beneficiados.
Além disso agentes públicos como da CONAB e do Ministério da Agricultura são importantes para implementação de mecanismos que estimulem o aumento do plantio de milho, sorgo, milheto, etc
DESEMPENHO DOS SEGMENTOS |
Apesar do custo dos principais insumos (milho e farelo de soja, afora os aditivos importados e precificados em dólar), o auxílio emergencial e o persistente déficit interno chinês pelas carnes contribuíram na demanda por frango, e em consequência asseguraram avanço de 4% na produção de rações para frangos de corte durante o ano de 2020.
O crescente e contínuo alojamento de poedeiras, apurado em boa parte do ano passado, culminou na demanda de 7,2 milhões de toneladas de rações, avanço da ordem de 5%. Ao longo de 2021 a moderação no alojamento deve se ajustar naturalmente à demanda mais fraca e em consequência a produção de rações para galinhas de postura avançar 2% e contabilizar 7,3 milhões de toneladas no corrente ano.
A cadeia produtiva que demandou 18,8 milhões de toneladas de rações para suínos em 2020. É provável que o ritmo contínuo ainda verificado nos embarques ao exterior permita estimar a produção de 19,3 milhões de toneladas e avanço de 3% durante o corrente ano.
O plantel de bovinos leiteiros demandou 6,4 milhões de toneladas durante o ano passado, um avanço da ordem de 3,1%. O encarecimento da alimentação dos animais por conta do forte aumento do preço do milho, farelo de soja e dos insumos importados ainda sem previsão de retrocesso pode limitar a produção das rações a 6,6 milhões de toneladas e culminar no avanço de pouco mais de 2% em 2021.
Durante o ano de 2020, a produção de rações e concentrados para bovinos de corte alcançou 5,48 milhões de toneladas e incremento de 6%. Considerando a continuidade do bom desempenho exportador da carne vermelha, é até provável apurar a produção de 5,73 milhões de toneladas, ou um avanço de 4,5%.
O sucesso apurado por conta do sistema de produção integrado e a motivação das demais categorias de produtores que povoaram bastante impulsionou a produção de rações para peixes que somou 1,29 milhão de toneladas em 2020. Os efeitos da pandemia (prós e contra) também influenciaram sobremaneira a carcinicultura, cuja produção demandou 92 mil toneladas de rações. Os hábitos de consumo impostos pela pandemia podem levar à demanda de 1,46 milhão de toneladas de rações em 2021 e assim repetir o avanço da ordem de 6% apurado no ano passado.
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