Para ler mais conteúdo de nutriNews Brasil 1 Trimestre 2021
INTRODUÇÃO
Reconhecidamente, as vitaminas exercem muitas funções, auxiliando no metabolismo de outros nutrientes, na utilização da energia e da proteína, e na promoção dos
índices reprodutivos, do desempenho e da saúde animal (HERNANDEZ et al., 2012).
Neste cenário, a suplementação vitamínica nas rações, baseado no retrospecto de trabalhos científicos e experiências comerciais, visa atender as demandas da espécie, que são muito dinâmicas.
Assim, as exigências estabelecidas pelas tabelas clássicas de nutrição (ROSTAGNO et al., 2011; 2017; NRC, 2012, FEDNA, 2013) buscam indicar níveis adequados de requerimento e preservar uma relação de custo-benefício otimizada (HERNANDEZ et al., 2012).
Estas mesmas premissas valem para os níveis de minerais traços, cuja maioria das pesquisas voltadas para a determinação destas exigências foram realizadas nas décadas de 40 e 50 e dirigidas para evitar quadros de deficiência (GAUDRÉ; QUINIOU, 2009).
Embora atualmente hajam iniciativas comerciais de suplementação de algumas vitaminas e minerais traços sob níveis mais elevados, visando atender as diferentes demandas que as matrizes suínas modernas detêm, não se conhece, todavia, o que exatamente as empresas têm efetivamente praticado no Brasil.
No entanto, esta limitação de informações não é exclusiva de nossa suinocultura. São poucos os levantamentos em nível mundial que tratam desta questão.
Com exceção, dois estudos realizados nos Estados Unidos (Coelho and Cousins, 1997; Flohr et al., 2016) indicaram grandes variações no uso de minerais traços e vitaminas entre produtores de suínos, corroborando com a limitação de dados sobre as exigências nutricionais destes nutrientes para a matriz suína contemporânea.
Assim, objetivou-se com este estudo identificar os níveis de minerais traços e de vitaminas utilizados comercialmente nas rações de matrizes no Brasil, servindo este como uma fonte suplementar de informação que poderá auxiliar nutricionistas e pesquisadores nas ações em prol da melhora dos aspectos técnicos e econômicos no segmento. |
Este levantamento foi realizado entre os meses de Junho e Dezembro de 2019 junto a empresas produtoras de premix/núcleo (n = 15) para suínos com atuação nas diversas regiões do Brasil e às principais cooperativas/agroindústrias (n = 15) do setor suinícola brasileiro.
Cada empresa participante também informou a fase na qual o produto (premix/núcleo e/ou ração) era indicado, compreendendo a idade do animal ou sua faixa de peso ou a categoria atendida. As fases de produção corresponderam às praticadas comumente no país, compreendendo:
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leitoas de reposição |
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gestação |
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lactação |
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macho reprodutor |
Dentro de cada fase foram avaliados os seguintes microminerais e vitaminas:
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cobalto (Co) | ![]() |
vitamina K (vitK) |
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cobre (Cu) | ![]() |
tiamina (vitB1) |
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cromo (Cr) | ![]() |
riboflavina (vitB2) |
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ferro (Fe) | ![]() |
niacina (vitB3) |
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iodo (I) | ![]() |
ácido pantoténico (vitB5) |
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manganês (Mn) | ![]() |
piridoxina (vitB6) |
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selênio (Se) | ![]() |
biotina (vitB7) |
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zinco (Zn) | ![]() |
ácido fólico (vitB9) |
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vitamina A (vitA) | ![]() |
cobalamina (vitB12) |
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vitamina D (vitD) | ![]() |
colina |
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vitamina E (vitE) | ![]() |
ácido ascórbico (vitC) |
Os dados foram compilados e submetidos a análises estatísticas descritivas. Para cada fase de produção foram calculadas taxas entre as médias dos níveis de suplementação de microminerais e vitaminas obtidos no presente estudo e os valores registrados nas Tabelas Brasileiras de Suínos e Aves (TBSA; Rostagno et al., 2017) para as fases correspondentes; e também a relação destes com os valores obtidos no levantamento realizado junto à indústria suinícola americana (USA; Flohr et al., 2016), estabelecendo um processo comparativo com estas referências.
VALORES DE VITAMINAS E MICROMINERAIS PARA LEITOAS DE REPOSIÇÃO E PORCAS EM GESTAÇÃO