Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados, ou se perdem ao longo das cadeias produtivas, ou seja, 30% de toda a comida produzida por ano no mundo.
A ideia surgiu há mais de quatro anos, durante uma visita à Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Lá, ela se deparou com quilos de alimentos sendo descartados. Naquele dia, a advogada queria comprar frutas maduras para fazer geleia. Acabou criando uma empresa que conecta pessoas e, pode-se dizer, redistribui alimentos.
O projeto de lei não foi implementado, mas a semente do Comida Invisível já estava plantada. “O grande foco é a questão da alimentação. Somos uma empresa social, pensamos questões para gerar valor para sociedade”, explica a idealizadora.
A iniciativa começou com estudos sobre desperdício depois com ações educativas com “food trucks”. Por fim, veio o aplicativo, inicialmente desenvolvido para Android. “Fomos entendendo como ampliar, ir além e oferecer também para as pessoas físicas se cadastrarem. Reescrevemos para ser uma plataforma que atendesse computadores e celulares”, revelou ela sobre o processo para chegar até a nova versão do aplicativo, que agora não precisa ser baixado e pode ser acessado diretamente no navegador. A empresa é certificada pelo Save Food, da FAO.
Daniela conta com sócios em áreas como tecnologia, marketing e comercial. “A plataforma foi desenvolvida pensando em expansão para América Latina e está, em si, pronta para isso”, revelou a criadora. Na primeira versão, foram 3 mil downloads, a maioria deles na cidade de São Paulo, mas há empresas de outros estados que já têm cadastro, como o Rio de Janeiro. Entre os estabelecimentos cadastrados, 350 são restaurantes e 400 ONGs. Para o relançamento, quem já estava cadastrado continua tendo acesso ao conteúdo.
Nova versão
Como juntar a fome com a vontade de doar?
O aplicativo é gratuito e foi montado a partir das normas da Vigilância Sanitária. Para se cadastrar, o doador deve indicar o responsável técnico, que terá condições de avaliar se aquele alimento é próprio para consumo e passar por uma tela que explica políticas de boas práticas da Anvisa. Entre os itens estão cuidados para evitar contaminação cruzada e sobre o transporte das mercadorias.
A partir do momento em que os envolvidos aceitam fazer e receber a doação, abre-se uma possibilidade de troca de mensagens e é possível combinar quem vai levar ou buscar a doação. A criadora do Comida Invisível explica que quem cadastra os itens é responsável pelas informações, como o estado dos alimentos e a data de validade. Como toda doação, é sempre bom lembrar e um texto que descreve as tarefas do doador avisa:
A plataforma é apoiada por pessoas como a chef de cozinha Paola Carosella e a apresentadora de televisão e ativista Bela Gil. Veja, abaixo, o vídeo institucional do Comida Invisível:
Fonte: ANBA