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Safra de soja deve ter novo recorde em 2025, com alta de insumos

23 Jan 2025

Safra de soja deve ter novo recorde em 2025, com alta de insumos

Em 2025, safra de soja deve ter novo recorde e preços de insumos devem subir

A colheita da safra brasileira 2024/25 de soja já iniciou e, segundo estimativas do setor público e consultorias privadas, a expectativa é de que o Brasil tenha um novo recorde na produção da oleaginosa.

“Estamos iniciando as primeiras colheitas nas áreas irrigadas, como no Mato Grosso, no centro-oeste do país. A região sul, começa o plantio um pouco mais tarde e, com isso, a colheita também é um pouco mais tardia. Contudo, o desenvolvimento das lavouras está excelente, praticamente, de norte a sul do Brasil. E as estimativas dessa safra 2024/25 estão sendo modificadas. Por vezes, há divergências entre elas, mas todas convergem para um volume recorde”, enfatizou Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Estimativa conservadora

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A Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, manteve sua estimativa de 166,2 milhões de toneladas de soja em seu último relatório de dezembro.

“Essa estimativa da Conab é a mais conservadora. Por exemplo, o próprio Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no seu último relatório desse mês, manteve a sua estimativa de uma safra de 169 milhões de toneladas. Vale ressaltar que tanto os números da Conab, quanto os do USDA, devem ser modificados e sofrer as alterações em função do desenvolvimento da safra”, disse o vice-presidente da SNA.

Exportações

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Sobre exportações, a Datagro prevê um novo aumento. A consultoria está estimando entre 105 e 107 milhões de toneladas, o que – se cumprindo- será um recorde sobre o do ano passado, que foi de 102 milhões de toneladas embarcadas.

Para o vice-presidente da SNA, do ponto de vista de oferta, há uma situação bastante interessante. “Se somarmos, por exemplo, as estimativas do Brasil com as da Argentina, Paraguai e Uruguai estaremos falando de uma produção na ordem de 240 milhões de toneladas, ou mais, na América do Sul, configurando uma situação muito tranquila”.

Essa grande condição, somada à colheita americana que foi de 122 milhões de toneladas e finalizou neste mês, mostra que o Brasil possui uma boa situação de oferta. E isso, evidentemente, está impactando nos preços do mercado internacional de soja. Os contratos futuros da soja na bolsa de Chicago, registrados nessa semana, foram as menores cotações desde setembro de 2020.

“Isso aí está pedindo nossa atenção. Estamos vendo também alguns problemas voltados para a demanda. O maior importador de soja do mundo é a China, porém o país está com um crescimento mais lento, a economia está enfrentando dificuldades em alguns setores, especialmente no setor imobiliário. Estamos vendo isso aí impactar”, explicou Sirimarco.

Dólar

Uma outra variável a ser considerada é o dólar, que está subindo tanto no Brasil quanto no exterior. Por exemplo, o Dolar Index – cesta do dólar contra as seis maiores moedas do mundo – registrou no dia 20 de dezembro a maior cotação desde novembro do ano passado. Com esta alta recorde do dólar no Brasil, foram registradas as maiores cotações desde o início da circulação do real.

No final deste mês, o Brasil está com pouca disponibilidade de soja e, a partir de janeiro, será iniciada a colheita da nova safra. No momento, a China está dando preferência à compra da soja americana, apesar de os preços por lá estarem mais altos, porque existe uma disponibilidade do produto.

Vendas antecipadas

De acordo com Hélio Sirimarco, as vendas antecipadas da nova safra de soja, até agora, são mais ou menos de 35% do volume estimado de 170 milhões de toneladas.

Insumos

Se por um lado, a alta do câmbio é benéfica para o produtor, do ponto de vista de competitividade da soja brasileira, ela impacta também os custos dos insumos, já que grande parte deles é importado ou precificado em dólar.

“Para a próxima safra, 2025/26, o produtor terá que prestar atenção, porque os custos devem aumentar em função dessa alta do dólar que estamos tendo”, finalizou o vice-presidente da SNA.

Por Larissa Machado – SNA

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