De outro lado, o analista chama ainda a atenção da relação dos preços das commodities com o movimento do dólar. Apesar de pontuais baixas, a valorização da moeda americana poderia continuar diante do atual quadro inflacionário nos EUA e com esse avanço se confirmando poderia haver certa pressão sobre os preços das commodities. “Temos que estar atentos a essa virada e ela pode acontecer este ano ainda”, acredita o analista.
DEMANDA – BRASIL X EUA
No front da demanda, a China ainda está tímida no mercado, não tem se feito muito presente, uma vez que as margens estão bastante ruins, se mostram ainda negativas. E as poucas compras que têm sido feitas pela nação asiática se concentram no Brasil, uma vez que a oleaginosa por aqui se mostra mais competitiva até outubro.
Tradicionalmente, a soja do Brasil se mostra mais atrativa aos importadores até agosto, quando aos poucos a oferta americana começa a ser aguardada e se torna mais barata ao chegar ao mercado. Neste ano, porém, há essa diferença, o que também pode limitar a subida das cotações na CBOT, “quando a demanda passar a ser a orientação dos preços”, explica Vanin., “Por enquanto, o que pesa mais é o clima”.
DEMANDAS INTERNA E EXTERNA DISPUTANDO NO BRASIL
Do mesmo modo, essa demanda alongada da China no Brasil pode acirrar a disputa com a demanda interna, que recebeu a notícia nesta semana de que a mistura obrigatória do biodiesel em 12% para o 81º Leilão e que pode se estender pelos próximos meses. A volta do B12 poderia ajudar em uma continuidade das altas do preço da soja no mercado nacional, uma vez que não há grandes volumes ainda a serem comercializados da safra 2020/21.
E este cenário tende a promover uma valorização dos prêmios no Brasil. “E são os prêmios que vão nos mostrar se há volume de soja suficiente para atender estas duas demandas“, explica Vanin. “O diferencial do preço vai vir da disputa pelo grão”.
Por: Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas