Suplementação com arginina para fêmeas suínas em gestação: Parte I
A mortalidade pré-natal é um grande desafio ao desempenho reprodutivo de porcas hiperprolíficas, sendo este o maior problema reprodutivo dos mamíferos, incluindo humanos (Li et al., 2014).
(Kridli et al., 2016, Langendijk et al., 2016)
Além da mortalidade pré-natal, determinante no tamanho da leitegada, outros fatores como o peso ao nascimento do leitão e a uniformidade da leitegada são características de interesse econômico importantes.
Ademais, a hiperprolificidade tem sido associada ao crescimento intrauterino retardado (CIUR) em leitões. Quando a leitegada aumenta, o fluxo sanguíneo placentário também aumenta, contudo, em menor escala que o número de fetos, resultando em menor fluxo sanguíneo por feto e, portanto, menor suprimento de nutrientes e oxigênio (Père & Etienne, 2000).
A nutrição materna é o principal fator que afeta a sobrevivência, crescimento e desenvolvimento de embriões e fetos (Wu et al., 2006).
Neste sentido, o uso de aminoácidos como nutriente funcional durante a gestação vem sendo largamente estudado devido à participação destes em vias metabólicas relacionadas às funções reprodutivas dos animais (Palencia et al., 2018).
MECANISMOS DA ATUAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO COM L- ARGININA NA RAÇÃO DE FÊMEAS SUÍNAS GESTANTES
Dentre os aminoácidos utilizados como nutriente funcional, a arginina se destaca por, além da sua participação na síntese proteica no tecido muscular, ser precursor biológico de moléculas ativas como poliaminas (putrescina, espermina e espermidina) e óxido nítrico (NO) que favorecem a sobrevivência, o desenvolvimento e crescimento de embriões e fetos (Wu et al., 2013) através da promoção da proliferação celular e migração, angiogênese e dilatação de veias para aumento do fluxo sanguíneo (Wu et al.,2013; Krogh et al., 2017).
Considerando que o aporte de nutrientes para o útero ou para o feto é determinado tanto pela taxa de fluxo sanguíneo quanto pelas concentrações de nutrientes no sangue arterial e venoso (Wu et al, 2013; Wu et al., 2018), o desenvolvimento da vascularização do endométrio e da placenta são importantes na sobrevivência, crescimento e desenvolvimento do concepto (Bidarimath & Tayade, 2017).
As taxas de fluxo sanguíneo utero-placentária são altamente influenciadas pela disponibilidade de NO e de poliaminas (Reynolds et al. 2006; Khalil et al., 2015; Hussain et al., 2017). O NO e as poliaminas estimulam a proliferação e migração de...