O Brasil ocupa lugar de destaque na exploração mundial de bovinos de corte, com um efetivo aproximado de 214 milhões de cabeças (ABIEC, 2019), o que corresponde a 60% do rebanho sul-americano e 15% do rebanho mundial (IBGE, 2006), garantindo a posição de maior rebanho comercial, segundo maior produtor e maior exportador de carne bovina do mundo.
Apesar dos números e dos avanços encontrados, os indicadores produtivos brasileiros estão aquém do seu potencial, e portanto, o destaque apresentado da cadeia bovina de corte é, em grande parte, sustentado pela abundância dos recursos naturais disponíveis no vasto território nacional.
A produtividade é o resultado do produto entre a taxa de lotação (TL) e o ganho de peso (GP) dos animais, e na média nacional, a baixa TL de 1,2 cabeças/hectare combinada com o baixo GP dos animais em pastejo de 120 kg/cabeça/ano, resulta em baixa produtividade (144 kg/ha/ano = 4,8@/ha/ano, rendimento de carcaça de 50%) (Figura 1), que dificulta a vida do pecuarista, pois a receita gerada anualmente dificilmente supera dos custos de produção.
Dessa forma, ao pecuarista só resta incrementar a produtividade, e portanto, melhorar o GP, a TL ou ambos.
Nesse contexto, o GP tem papel fundamental, pois além da produtividade, ele impacta direta e negativamente no ciclo produtivo dos animais, e consequentemente, sem alterar a quantidade de animais na fazenda, ele permite ao longo do tempo maior % de vendas, garantindo maior giro do capital, reduzindo os custos fixos do sistema. No início do processo de intensificação o GP se torna o foco principal, e atualmente as metas apontam que animais em pastejo devem apresentar um GP superior a 0,450 kg/cabeça/dia ao longo do ano.
O baixo GP é o resultado combinado de vários fatores, e entre eles destacam-se:
Escolha inadequada da forrageira
para o sistema adotado;
Falta de planejamento forrageiro;
Mau manejo das pastagens;
Ausência de correção;
Adubação de manutenção;
Falta da suplementação
Estratégica dos pastos.
Destaca-se que a bovinocultura de corte brasileira explora muito pouco o seu potencial em regiões tropicais, e que a produtividade obtida acaba sendo pelo menos 12,5 vezes menor do que poderia ser observado em um modelo mais intensificado, com a adoção de técnicas validadas pelo menos 30 a 40 anos atrás pela pesquisa brasileira (Figura 1).
O baixo potencial explorado pela bovinocultura de corte faz com que qualquer intervenção, mesmo que somente baseada em processos, sem a adoção de i...