Assim, a interação efetiva entre micotoxina-produto permite que essas não sejam absorvidas pelo organismo do animal e, portanto, sejam eliminadas através da excreção do aditivo junto com o argilomineral.
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Tecnologia natural e modificada (MYCOSID) de base mineral no combate às micotoxinas
Micotoxinas são metabólitos secundários gerados por fungos durante o armazenamento de grãos e cereais. Ao serem ingeridas por animais ou por seres humanos, essas toxinas podem gerar diversos problemas como de reprodução, cardíacos, hepáticos ou, ainda, apresentar efeitos carcinogênicos.
Essas toxinas também afetam a adsorção de nutrientes de rações, fazendo com que os animais apresentem uma queda no desempenho – principalmente nos machos, que possuem uma taxa de utilização de nutrientes maior que as fêmeas.
Em média, os animais possuem uma queda de desempenho de 17% quando são expostos à uma micotoxina e essa queda pode chegar a 45% quando há associação de múltiplas micotoxinas.
As micotoxinas também são prejudiciais à saúde humana, podendo causar vômitos, náuseas, problemas no fígado, no cérebro e nos rins. A intoxicação pode acontecer com a ingestão de grãos contaminados, como o trigo ou ainda, de forma indireta a partir do consumo de derivados.
O consumo de leite e derivados contaminados com micotoxinas também vem se mostrando um desafio desde a década de 60, conforme apontado por artigos científicos publicados na revista Nature. Em especial, a Aflatoxina B1, quando ingerida e metabolizada por animais, gera a Aflatoxina M1, que é excretada no leite – sendo esse metabólito classificado como cancerígeno também para seres humanos.
Em uma pesquisa feita pela DSM em 2021, foi observada a presença de Fumonisina em 66% das amostras analisadas e de Aflatoxina em 40%. Esses dados apontam um alto risco de contaminação por micotoxinas no país e indicam a necessidade de soluções para esse problema.
No desenvolvimento de produtos altamente efetivos para controle de micotoxinas, deve-se levar em consideração:
Assim, a especificidade de cada produto antimicotoxina deve levar em conta as particularidades da micotoxina-alvo e o conhecimento profundo do seu mecanismo de interação.
Nesse sentido, os produtos que possuem à base tecnológica argilomineral, como aqueles à base do minério bentonita, já são bem estabelecidos como controladores de micotoxinas polares no alimento contaminado e agem através da adsorção dessas moléculas indesejadas.
Assim, a interação efetiva entre micotoxina-produto permite que essas não sejam absorvidas pelo organismo do animal e, portanto, sejam eliminadas através da excreção do aditivo junto com o argilomineral.
Composta por camadas estruturais constituídas por duas folhas tetraédricas de sílica e uma folha central octaédrica de alumina, unidas entre si por átomos de oxigênio comum a ambas as folhas (denominadas de lamelas), a montmorilonita apresenta no espaço interlamelar alguns cátions como sódio, cálcio e magnésio, os quais estão coordenados à moléculas de água.
Devido a sua composição majoritária de montmorilonita, o adsorvente de origem mineral à base de bentonita é um material que quimicamente consegue interagir através de sítios de sorção polares presentes na região interlamelar do argilomineral com micotoxinas que também são polares, como ocorre para o mecanismo da Aflatoxina B1 (Figura 1 e Figura 2).
Adsorvente de micotoxinas de origem mineral à base de bentonita policatiônica altamente eficiente na adsorção de aflatoxinas |
Assim, a tecnologia que envolve o uso de montmorilonita é reconhecida por sua ótima performance no combate à Aflatoxina B1, sendo que o Mycosid A é produto da T-minas resultante da melhor preparação e seleção de propriedades físicas e químicas do mineral, as quais têm relação direta com sua aplicação-alvo.
Entretanto, as micotoxinas que possuem características químicas distintas da aflatoxina, como por exemplo a polaridade, entre outras, exigem a aplicação de tecnologias distintas e especialmente customizadas à tais propriedades químicas. |
Sendo este o foco deste trabalho, o qual demonstra tecnologias especialmente desenvolvidas para cada tipo de micotoxina quando classificadas por critérios químicos.
Desta forma, para combater micotoxinas com estruturas químicas menos polares, como a Zearalenona (Figura 4) e a Fumonisina (Figura 5), são feitas modificações na estrutura química da bentonita para se customizar a interação que se busca atingir e se obter produtos de elevada ação específica, necessitando obrigatoriamente adequar a solução tecnológica à micotoxina de interesse.
Assim como para outras micotoxinas, entender as propriedades químicas da Fumonisina e da Zearalenona auxiliam no design de materiais adsorventes mais adequados para cada uma delas.
Por ter um comportamento em meio aquoso diferenciado e ser parcialmente polar, a Fumonisina requer um material que é capaz de adsorvê-la eficientemente em todo trato gastrointestinal porque pode interagir diferentemente conforme a variação de pH do meio. |
A Zearalenona é uma molécula de baixa polaridade, ou seja, possui pouca afinidade por água e apresenta interações mais efetivas com compostos apolares.
A partir de estudos e pesquisas relacionados à química das micotoxinas e à modificação de argilas, a tecnologia de modificação de bentonita devidamente patenteada pela T-minas, emprega um método para organofilização de bentonita com a utilização de um agente modificante orgânico (Figura 6).
Com essa tecnologia, foi possível criar produtos voltados para o combate à Aflatoxina, Zearalenona e Fumonisina, de forma específica ou combinada (amplo espectro).
É muito comum que alimentos relacionados à nutrição animal contenham a presença de mais do que uma micotoxina na sua composição, sendo que em relatórios técnicos da área, vários ingredientes para nutrição animal se mostraram contaminados com pelo menos duas micotoxinas, e em muitos casos, até três micotoxinas simultaneamente.
Assim, a necessidade de se ter produtos que combatem simultaneamente as múltiplas contaminações de micotoxinas vem aumentando. |
Por isso, a adequação de produtos com diferentes pontos de interação não reversíveis e de alta eficiência se faz cada vez mais presente no dia a dia. Resultados do Mycosid AE estão apresentados no gráfico da Figura 7, no qual estão contidas as porcentagens de adsorção de aflatoxina, Zearalenona e Fumonisina em pH 3,0 e 6,5.
Os resultados apresentados demonstraram uma elevada especificidade do produto no combate às três micotoxinas estudadas, o que demonstra a necessidade de utilização de apenas um produto para controle da contaminação, o qual deve ser obrigatoriamente composto por ingredientes customizados para cada tipo de micotoxina. |
Além de todos os fatores que foram descritos ao longo do artigo para desenvolver materiais de alta eficiência, é importante também ter em mente a necessidade de garantir a qualidade do produto, isto porque, a adição de materiais que não tenham segurança e qualidade comprovada no início da cadeia, podem repercutir em problemas para todo o restante da produção.
A eficiência dos produtos da linha Mycosid é comprovada através de laudos e todos possuem garantias de qualidade exigidas pelo MAPA para assegurar a ausência de contaminantes tóxicos.
Assim, a partir dos riscos pontuados neste artigo, o combate às micotoxinas é um ponto importante no setor de nutrição animal, de forma a evitar a queda de desempenho na produção animal e, também, possíveis danos à saúde humana que podem surgir com a ingestão de alimentos contaminados.
Ainda, a escolha de produtos com eficácia comprovada no combate às micotoxinas é um fator chave para entregar soluções efetivas e garantir a saúde animal. |
Referências sob consulta.