Para a safra 2021/22 é prevista uma área plantada de milho em 20,8 milhões de hectares (ha), o que representa uma expansão de 5% na safra atual. A previsão é de 118 milhões de toneladas métricas, superando facilmente o recorde de produção de milho de 102 milhões de toneladas métricas (MTM) estabelecido em 2019/20.
Esta previsão também representa um aumento de 40%, ou 33 MMT, na temporada atual. O rendimento para a próxima safra é de 5,67 toneladas métricas por ha (TM/ha) e é baseado nos investimentos em tecnologia, padrões climáticos médios e plantio pontual do milho safrinha.
Caso a previsão de produtividade se concretize, representaria um retorno às produtividades ótimas das safras de milho 2018/19 e 2019/20, quando a produtividade atingiu 5,77 TM/ha e 5,51 TM/ha, respectivamente.
Na última década, o Brasil viu a produtividade do milho melhorar em quase um terço, de 4,16 TM/ha da produtividade média registrada na safra 2010/11 para 5,51 TM/ha na safra 2019/20. Os principais motivos para a melhoria da produtividade são a adoção e o investimento em insumos, como sementes geneticamente modificadas e o uso de produtos químicos e fertilizantes.
O Brasil é um dos líderes globais no plantio de safras geneticamente modificadas, com a taxa de adoção pelos agricultores brasileiros em quase 90%. Dito isso, o investimento em tecnologia não é suficiente para mitigar totalmente a variabilidade trazida pelas condições climáticas em todo o país. Por exemplo, devido a secas extremas, geadas e chuvas fora dos prazos ideais em 2020 e 2021, estima-se que os rendimentos serão em média cerca de 4,27 TM/ha nesta temporada, quase o mesmo que há 10 anos.
Outro fator importante a ser considerado, especialmente para os produtores de proteína animal, é em relação aos preços praticados do milho. É esperado que os preços do milho permaneçam altos em 2022, considerando a forte demanda interna, bem como os estoques dizimados, resultando da decepcionante safra 2020/21.
Na tentativa de segurar os preços, o governo brasileiro também introduziu vários programas para incentivar o plantio de milho e garantir que os setores de produção animal tenham acesso a ração com preços adequados.
Primeira safra |
O milho da primeira safra é responsável por cerca de um quarto da produção total de milho do Brasil e é plantado principalmente no Sul e Sudeste do Brasil. Grande parte do milho da primeira safra é consumido internamente pela pecuária, que tem suas maiores operações nessas regiões.
Está previsto o aumento de 4% na área plantada para o milho da primeira safra, cerca de 1% acima da taxa de expansão da safra atual. O aumento da área plantada é motivado pelos preços historicamente elevados e pelos atrativos contratos a termo oferecidos pelos pecuaristas.
O milho da primeira safra brasileiro é plantado entre agosto e dezembro, com a colheita ocorrendo de janeiro a maio. Segundo a consultoria AgRural, até o dia 20 de setembro, o plantio do milho primeira safra estava cerca de 22% concluído, em linha com a área semeada nesta época da safra passada. Até agora, os padrões climáticos têm estado estáveis.
O estado do Rio Grande do Sul, é normalmente o maior produtor de milho de primeira safra, responsável por mais de um quinto da produção total de milho do país. De acordo com o Serviço de Extensão do Rio Grande do Sul (EMATER/RS), os produtores do estado vão aumentar a área plantada com milho em quase 7%, para 834.000 ha.
Relatórios de campo indicam que, a partir da terceira semana de setembro, mais da metade da área prevista com milho já foi semeada no estado. A colheita do milho no estado terá início em janeiro. A EMATER/RS espera que o estado produza mais de 6,1 MMT de milho de primeira safra, assumindo padrões climáticos ideais durante o desenvolvimento da planta e colheita.
No sul do Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral) estima a área plantada com milho na primeira safra em 45% a partir da terceira semana de setembro, bem acima dos 34% da área registrados nesta época do ano passado. O plantio está mais avançado nos municípios do sul do Paraná, onde os produtores começaram a semear em agosto. Semelhante ao Rio Grau do Sul, a colheita no Paraná terá início em janeiro.
Notavelmente, a expansão do milho na primeira safra poderia ter sido maior se a safra não competisse com a soja na primeira safra. Apesar dos preços historicamente altos e uma campanha do governo local para aumentar a produção de milho, muitos produtores optaram por continuar a semear a soja da primeira safra. Isso ocorre em grande parte porque a soja é mais fácil de exportar, a demanda global permanece alta e é menos volátil. Como a soja também apresenta preços e rentabilidade historicamente elevados, ela é considerada uma aposta certa pelos produtores brasileiros.
Clima |
De acordo com projeções da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), há 70-80% de chance de ocorrência do fenômeno La Niña em outubro-novembro deste ano, com águas frias no Pacífico e menor volume de chuvas.
A possibilidade do La Niña está gerando preocupação no mercado, principalmente porque a forte seca e os padrões climáticos irregulares do ano passado esgotaram os reservatórios de umidade do solo.
Dito isso, em meados de setembro, o Serviço Meteorológico do Brasil (INMET) projetou precipitação média para grande parte do Brasil. O INMET prevê que o La Niña provavelmente será relativamente fraco e de curta duração este ano.
Aumento de preços |
A forte demanda doméstica dos setores de avicultura e pecuária, bem como a crescente indústria de etanol de milho, expandiram o consumo de milho nos últimos anos, impulsionando os preços domésticos.
Junto com a abundância de exportações e a desvalorização do real, os preços internos do milho tiveram uma alta meteórica nos últimos dois anos. Como resultado dos preços mais altos, a área plantada teve uma expansão de 7,6 % em cada temporada, acima da taxa média de expansão de cinco anos de 4,5 %.
Os preços recordes do milho motivaram os produtores não apenas a expandir a área de milho nesta safra, mas também a correr o risco de diminuição da produtividade, empurrando o ciclo de cultivo mais para dentro da estação seca.
Fonte: USDA
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