A contribuição de aditivos que auxiliem na saúde do metabolismo e promovam um desenvolvimento satisfatório, influenciando no crescimento, produção e reprodução do animal, se torna uma importante ferramenta no cultivo.
Prebióticos e Probióticos
Para ler mais conteúdo de nutriNews Brasil 1° Trimestre 2023
Uso de prebióticos, probióticos e simbióticos como ferramenta nutricional: aditivos bem-vindos na aquicultura
No Brasil e no mundo, a aquicultura está em expansão significativa. Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o país terá um aumento de 104% na produção de pescados até 2025.
A contribuição de aditivos que auxiliem na saúde do metabolismo e promovam um desenvolvimento satisfatório, influenciando no crescimento, produção e reprodução do animal, se torna uma importante ferramenta no cultivo.
A melhora do desempenho de espécies de interesse zootécnico mantidas em sistema intensivo está entre os maiores interesses da piscicultura, visto que o sucesso produtivo depende de genética, manejo e nutrição adequados a cada espécie e sistema de cultivo. Diante da demanda atual da piscicultura, torna-se necessária a realização de pesquisas que permitam a administração de dietas cada vez mais completas, eficientes e economicamente viáveis.
A criação de pescados para fins econômicos demanda recursos hídricos para a sua execução, onde os animais aquáticos permanecerão durante todo o período de cultivo. Deste modo, a proliferação de doenças ou qualquer imprecisão no equilíbrio da produção podem acarretar a efeitos adversos no ambiente e, consequentemente, importantes perdas econômicas para o setor.
Nos últimos anos, o uso de antibióticos na aquicultura foi uma das ferramentas escolhidas para o controle de doenças e melhor desempenho zootécnico. Porém, o aumento do uso desse tipo de fármaco tem auxiliado na criação de patógenos resistentes aos antimicrobianos mais utilizados. [cadastrar]
Diante dessas implicações indesejáveis, houve a necessidade de lançar mão da suplementação dietética dos animais abrangendo alimentos probióticos, prebióticos ou mesmo simbióticos, isto é, alimentos que tem capacidade de estimular o sistema imunológico dos animais através do crescimento e nutrição dos microrganismos benéficos ao metabolismo e supressão e inibição do crescimento dos patogênicos, que são os micro-organismos maléficos.
Produtos contendo associação de minerais e prebióticos em sua composição se tornam boa alternativa para suplementação, pois microminerais são elementos essenciais na constituição de ossos e tecidos dos seres vivos, além de atuarem na ativação de enzimas que atuam em vários processos bioquímicos, constituindo hormônios, por exemplo.
Os peixes são capazes de absorver minerais diretamente da água através de seu sistema branquial e tegumentar, contudo, em sistema de cultivo intensivo onde o animal deve expressar seu máximo desempenho em um curto período de tempo, a forma mais prática de se ofertar qualquer suplementação seria via nutrição, deste modo, suprindo os déficits desses nutrientes.
Embora haja similaridade entre os nomes dos aditivos, suas funções são muito diferentes, tendo total importância no resultado dependendo da escolha de uso do produtor.
Os prebióticos são compostos não digeríveis por enzimas, ácidos e sais produzidos pelo metabolismo, mas sim, especificamente fermentados por microrganismos do trato gastrointestinal.
Ou seja, ele é uma forma de mantença dos microrganismos de interesse. Além disso, também podem atuar como adsorventes, aderindo às micotoxinas presentes no alimento, as levando para fora do trato gastrintestinal antes que sejam absorvidas pelas vilosidades intestinais. Esses compostos podem estar presentes na dieta diretamente ou mesmo serem adicionados de forma suplementar.
Já os probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades ajustadas a cada espécie, expressam benefício à saúde do metabolismo dos hospedeiros, pelo fato de melhorar o equilíbrio da microbiota, promovendo assim a melhora de digestibilidade, com o aumento do valor ou aproveitamento nutricional, inclusive a maior expressão de imunidade, que decorre em alta da resposta do organismo sobre a injúria.
Existem ainda combinações sinérgicas entre os componentes, que são chamados simbióticos: a mistura de prebióticos e probióticos que fornece o benefício de ambos, principalmente em razão dos efeitos sinérgicos entre eles. Este último vem sendo aplicado na aquicultura atrelado a muitos resultados positivos, impactando inclusive, na qualidade de água.
As principais respostas do uso de probióticos e prebióticos na aquicultura são:
Um exemplo de probiótico consagrado na piscicultura é o uso de Bacillus licheniformis e complexos probióticos adicionados, como promotor do estado de saúde e a resistência na criação de tilápias, que apresentaram aumento na altura das vilosidades intestinais, o que aumenta a área de absorção, além de maior área e volume dos núcleos das células do fígado, itens esses que podem ser considerados bons indicadores do estado nutricional dos peixes, pois o fígado é o órgão responsável pelo metabolismo dos nutrientes, sendo o volume de suas células, resposta ao estado de saúde dos peixes, quando encontrado alterações neste órgão, como adaptações, lesão ou morte celular.
Neste caso o uso dos aditivos probióticos e prebióticos contribui para a saúde e bem-estar do animal em sistemas com desafios, como por exemplo, as baixas temperaturas em determinados períodos do ano e exposição à patógenos.
É importante destacar que os microrganismos utilizados como probióticos ou prebióticos na aquicultura precisam ser sanitariamente seguros para o animal cultivado, para a água e também para o produtor e para o consumidor. Além da colonização e manutenção no trato digestivo, produzindo efeitos benéficos nos hospedeiros, outras características precisam ser observadas nestes microrganismos, como por exemplo:
Por isso, o uso de probióticos e prebióticos na nutrição de peixes é altamente recomendável, somado a um ótimo manejo e qualidade genética pode, inclusive, resguardar significativamente o uso de antibióticos em longo prazo.
Referências sob consulta.
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O uso de probióticos, prebióticos e simbióticos na aquicultura, como ferramenta de suplementação dietética, ganha cada vez mais importância. A melhor conversão alimentar e ganho de peso dos animais, aliado à redução de frequência de patogenias são fatores cruciais da produção aquícola que beneficiam estes aditivos. Deve-se salientar também que associado a esses fatores supracitados há a preservação do ecossistema em que ocorra a atividade.