Fitato e as fitasas
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As enzimas são compostos proteicos cuja função é catalisar reações biológicas, aumentando a velocidade das reações químicas sem serem alteradas nesse processo. Enzimas exógenas vêm sendo utilizadas na produção animal para reduzir o custo alimentar, melhorar o aproveitamento dos nutrientes, além de reduzir algumas propriedades antinutricionais presentes nas dietas.
Nas últimas décadas uma serie de enzimas tem sido usadas para melhorar a digestão de carboidratos complexos e aumentar a liberação de fósforo fítico, bem como clivar estruturas complexas de proteínas.
Nesse contexto as carboidrases são representadas pelas xilanases, glucanases, pectinases, celulases, galoctosidades, mananases e amilases.
Em um estudo de desempenho zootécnico com poedeiras, foram avaliadas dietas experimentais à base de milho e farelo de soja, com inclusão ou não de xilanase e diferentes níveis de energia metabolizável.
Fitato e as fitasas
O fitato é encontrado naturalmente nos vegetais e sua presença reduz a digestibilidade do ingrediente na dependência da concentração desse antinutriente na dieta. O fitato é capaz de se ligar às proteases endógenas (pepsina, tripsina e quimiotripisina) no trato digestório, diminuindo a atividade dessas enzimas, com consequente redução na digestibilidade de proteínas e aminoácidos (Liu et. al., 2009). As fitases, são as enzimas mais utilizadas na produção de rações para animais, e tem por finalidade aumentar a disponibilidade do fósforo e de outros minerais contidos principalmente nas matérias primas de origem vegetal. As duas classes de fitase mais utilizadas são:
A 3-fitase libera fosforo a partir da posição C3 e, a 6-fitase inicia a hidrolise na posição 6 do anel de myo-inositol hexakisfosfato (Selle e Ravindran, 2007).
Nos últimos anos tem-se recomendado doses mais elevadas de fitase (acima de 500 FTU/kg). Resultados científicos têm mostrado que, além de liberar mais fosforo, doses de fitase acima de 1000 FTU/kg de ração resultam em melhor digestibilidade de outros nutrientes da dieta (Chung et al., 2013). A suplementação de um complexo enzimático contendo carboidrases e fitase, especialmente durante a fase de crescimento, pode melhorar o desempenho, a digestibilidade da matéria seca, energia, fósforo e nitrogênio, mesmo quando as aves são alimentadas com uma dieta com deficiência nutricional à base de soja e milho (Lu et al., 2013).
As proteasas
As proteases são uma classe de enzimas que ocupam uma posição importante em relação às suas aplicações nos campos fisiológico, nutricional e comercial e podem ser classificadas em 3 categorias:
As proteases têm como substrato as proteínas (ligações peptídicas) e são usadas como suplementação das enzimas endógenas, hidrolisando de forma mais eficiente as proteínas da dieta, clivando as ligações peptídicas e disponibilizando aminoácidos, além de auxiliar na hidrolise dos complexos formados entre fitatos e proteínas, disponibilizando aminoácidos que seriam excretados. Estas enzimas estão sendo extensivamente avaliadas na produção animal, adicionadas às raçoes com o objetivo de melhorar a digestão de proteínas e inibir fatores antinutricionais contidos em alguns ingredientes tais como farelos de soja, arroz e sorgo. Vários estudos científicos têm mostrado melhorias nos parâmetros zootécnicos do uso “on top” de proteases em dietas para monogástricos jovens, possivelmente pela ação inibitória parcial ou total destes fatores que dificultam a digestão dos alimentos.
Os avanços nas técnicas analíticas demonstraram que as proteases conduzem modificações altamente específicas e seletivas nas proteínas (Godfrey et al., 1996). Vieira Filho et al., (2015), ao suplementar poedeiras semipesadas com protease, observaram que dietas com redução dos níveis nutricionais, obtiveram produção de ovos e conversão alimentar semelhantes as que receberam ração com níveis nutricionais indicados pelo manual da linhagem, sem apresentar efeito sobre a qualidade de casca dos ovos. Joshua (2011), estudando a redução da proteína bruta em 5% e 10%, com inclusão de protease na dieta, observou uma melhora no desempenho e nos parâmetros de qualidade dos ovos, conclusão também observada por Bertechini et al,. 2015 que obteve melhoria na produção de ovos com doses crescentes de proteases ácidas e alcalinas para aves leves de ovos brancos.
A inclusão de diferentes níveis de complexos enzimáticos na dieta de galinhas poedeiras podem demostrar melhora nas características produtivas, mas muitas pesquisas não demonstram efeito em determinadas características, como o estudo de Oba et al. (2013), onde os autores relataram que os resultados da adição do complexo a base de fitase, celulase, pectinase, protease, amilase, β-glucanase e xilanase nas rações à base de milho e farelo de soja de galinhas de postura velhas não proporcionou melhorias no desempenho das aves, na qualidade da casca, na matéria seca e mineral das fezes e microbiologia do conteúdo intestinal. Porém, estes autores observaram que houve uma resposta linear significativa quando se aumentou os níveis do complexo enzimático, onde este proporcionou um aumento do pH e uma menor viscosidade da digesta no intestino delgado.
Por serem específicas em suas reações, às enzimas quando utilizadas isoladas podem ser insuficientes para produzir o máximo benefício. Inúmeros estudos estão sendo realizados, particularmente utilizando complexo multienzimático, mostrando que existe uma complementação de ações das diferentes enzimas, pois cada uma delas libera nutrientes de substratos específicos. Os ingredientes alternativos regionais de menor custo, em substituição ao milho e ao farelo de soja, podem ser utilizados nas formulações das rações com mais segurança quando associados ao uso de enzimas nas dietas, permitindo melhorar os custos das formulações e maximizando o aproveitamento das dietas, ajustando-se ao desempenho zootécnico desejado.
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