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A partir de dados do fígado de animais da raça Nelore, a bióloga Marina Ibelli Pereira Rocha (foto) está buscando descobrir como a característica de eficiência alimentar é transmitida do pai, ou da mãe, para o filho. Eficiência alimentar é a capacidade de o bovino alcançar o peso ideal (e produzir mais) consumindo menos alimentos.
Para sua pesquisa, ela está avaliando os extremos em eficiência alimentar – 15 animais mais eficientes (que alcançam o mesmo peso comendo menos) e 15 menos eficientes (comem mais para chegar ao mesmo peso). “Temos dados de sequenciamento de RNA, ou seja, expressão dos genes dos dois grupos, e estamos avaliando as diferenças de expressão de cada um deles”, afirmou.
No caso, Rocha estuda um tipo de expressão dos genes chamado alelo-específica. Cada animal possui duas cópias de cada gene – uma oriunda do pai e outra da mãe. “Supostamente, eles vão se expressar igualmente, porém, em determinados casos um se expressa mais que o outro. Ainda há muito a estudar sobre a expressão diferencial desses alelos, se vêm do pai ou da mãe. É o que chamamos de imprinting”, conta. Uma descoberta a cientista já fez: a vaca é tão importante para determinar as características do filhote quanto o touro.
Nos estudos sobre a expressão alelo-específica e a diferença entre as cópias, a pesquisa levantou alguns genes que fazem sentido para explicar essa “transmissão de dados”, que a genômica chama de transcrição. Para descobrir o fenótipo (característica “visível”) de, por exemplo, depósito de menos gordura, que geralmente indica um animal mais eficiente, a cientista procurou as vias metabólicas nas quais os genes que tentam explicar essa característica atuam. Nesse caso, a atuação dos genes em vias de ácidos graxos ou na ocorrência de estresse oxidativo dentro da célula poderia ajudar a entender.
Na literatura há vias que explicam as modificações fenotípicas. Encontrar essas vias seria como localizar a página de um livro, mas ainda é preciso descobrir se as letras que estão ali fazem sentido.
Em abril de 2019, um trabalho de Marina sobre metilação gênica foi premiado em um workshop realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Trata-se de uma modificação química do nucleotídeo, que é a base nitrogenada da estrutura que compõe o DNA. Em sistemas biológicos, a metilação está normalmente associada à regulação de expressão gênica e de funções de proteínas e metabolismo.
Para sua pesquisa, a bióloga extraiu o tecido do fígado do Nelore, macerou as amostras, quebrando as células e deixando apenas o DNA. O grupamento metil pode ou não fazer parte do DNA e a bióloga usou uma técnica que modifica quimicamente o DNA de forma a separar e quantificar as bases que contêm metil das que não têm. Os genes portadores dessa alteração química são geralmente inativos. “Conseguimos identificar as regiões do genoma nas quais a modificação química ocorreu e que provavelmente estão desativados”, conta.
A partir daí, foi feita a comparação dos animais mais eficientes com os menos produtivos para descobrir quais tinham metil e em quais genes. “Assim podemos saber que genes estudar para compreender melhor as características produtivas”, finaliza.
Ana Maio (MTb 21.928/SP)
Embrapa Pecuária Sudeste
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