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02 Jun 2021

Agronegócio emprega 1 de cada 3 trabalhadores do Brasil

Estudo feito pelo Cepea/Esalq (Centro de Estudos de Economia Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz de Piracicaba, SP) mostra que o agronegócio brasileiro emprega 19 milhões de pessoas. Esse número abrange o total de trabalhadores no campo e nas empresas ligadas à cadeia do agronegócio, incluindo as que fornecem os insumos para o campo e as que compram a matéria-prima e fazem o processamento para a colocação no mercado. Com 11,5 milhões de trabalhadores, a agricultura familiar é o setor que mais emprega no agronegócio.
O agronegócio absorve quase 1 de cada 3 trabalhadores brasileiros. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 32,3% (30,5 milhões) do total de 94,4 milhões de trabalhadores brasileiros eram do agronegócio no ano de 2015. Desses 30,5 milhões, 13 milhões (42,7%) desenvolviam atividades de agropecuária, 6,43 milhões (21,1%) no agrocomércio, 6,4 milhões (21%) nos agroserviços e 4,64 (15,2%) na agroindústria.
Em 2016, a soma de bens e serviços gerados no agronegócio chegou a R$1,3 trilhão ou 23,6% do PIB brasileiro, e essa participação tem crescido nos últimos anos, o que torna o setor fundamental para o crescimento econômico do Brasil. Nesse contexto de crescimento em que o agronegócio emprega parcela significativa da população brasileira, apresentam-se números mais atualizados sobre a importância do agronegócio na economia do país, material que foi abordado em reportagem pelo Yahoo Finanças, que destacou o papel da pecuária neste contexto.
Em sua introdução, o portal fala sobre a agricultura brasileira como “um dos principais pilares da economia do País. Assim, ao mesmo passo, não é possível ignorar a importância da pecuária para a roda econômica brasileira”. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor bruto da produção em 2020 da pecuária foi de R$ 307,38 bilhões — alta do valor do ano anterior, de R$ 284,78 bilhões. Em 2021, deve bater R$ 323 bilhões.
Desde a década de 1990, o setor apresenta crescimento constante e consistente, com ocupação média em cabeças por hectare saltando 34% desde então, segundo a Athenagro.
Além disso, a produção por hectare cresceu 147% no período, se dividindo na criação de bovinos, suínos, caprinos e ovinos, avicultura, piscicultura e bubalinos — criação de búfalos. “A pecuária tem papel importantíssimo hoje no saldo da balança comercial brasileira”, diz Caio Vinícius Rossato, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos.
Para entender essa participação na economia com números, é só analisar a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio abocanha 26,6%, com uma produção total de quase R$ 2 trilhões. Desse valor, a pecuária é responsável por 24,56% — acima do 24,2% do agrícola.
“A pecuária é um dos setores com maior crescimento nos últimos dois anos. É um setor que estava passando por dificuldades, com preços baixos e dificuldade de deslanchar. Mas, com a persistência do pecuarista e uso de tecnologia dentro da pecuária, tornou- se competitiva”, diz Antonio Pitangui de Salvo, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em entrevista ao Yahoo! Finanças.

Carne de exportação

Um dos grandes motores para esses números está, principalmente, na exportação. A pecuária brasileira consolidou-se como a maior exportadora mundial em 2020, com aproximadamente 2,6 milhões de toneladas de equivalente carcaça (TEC). O dobro da Austrália, segunda colocada, com 1,41 milhões de toneladas de equivalente carcaça.
Abaixo, confira a lista dos dez maiores importadores de carne brasileira. A medida é a toneladas de equivalente carcaça (TEC), com a porcentagem da participação total do Brasil.

  1. China: 647 mil (50,43%)
  2. Hong Kong: 413 mil (106,46%)
  3. Egito: 212 mil (79,95%)
  4. Chile: 143,9 mil (40,75%)
  5. Estados Unidos: 95,9 mil (7,37%)
  6. Emirados Árabes Unidos: 95,3 mil (60,98%)
  7. Rússia: 88,6 mil (23,39%)
  8. Irã: 83,7 mil (75,09%)
  9. Reino Unido: 57,1 (14,04%)
  10. Arábia Saudita: 55,7 (41,26%)

Em 2021, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a exportação está seguindo um caminho parecido. Pensando no total já exportado pelo Brasil nos primeiros meses do ano, a China é responsável por 21,74% da carne exportada. Enquanto isso, União Europeia fica em segundo lugar, com 16,76%; e EUA, com 8,66%.
Hoje, e também nos primeiros meses de 2020, o Mato Grosso lidera as exportações do País, com 18,5% de toda a carne enviada para fora. São Paulo fica colado, em segundo lugar, com 18,16%. Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais completam esse ranking dos cinco maiores exportadores, com 11,61%, 9,96% e, enfim, 9,34%, respectivamente.
O Brasil tem muito pasto já aberto e estamos usando cada vez mais tecnologia de ponta”, diz o professor Ezequiel Silva, especialista em agronegócio. “Com isso, conseguimos ganhar em cima de países que não tem espaço para pasto. E é interessante que é uma roda que vai se alimentando. É difícil, em médio prazo, ter uma redução na pecuária”.
Em 2019, no último levantamento divulgado nesse sentido, a carne de frango foi a que liderou dentre as exportações brasileiras. Confira, abaixo, o valor total por mil toneladas:

  1. Frango: 4120,96
  2. Carne Bovina: 1846
  3. Carne Suína: 737,17
  4. Couros: 488
  5. Outros produtos: 409
  6. Animais Vivos: 183
  7. Pescados: 46

A carne brasileira está correndo o mundo”, diz João Abbade, pecuarista e analista do setor. “Mas sempre digo para as pessoas que não estamos em todo nosso potencial. Hoje, até países pequenos, como Israel, estão conseguindo produzir alguma carne. Tecnologia é tudo. Devemos focar na produção cada vez maior de suínos, búfalos e até rãs. Há espaço”.

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Pecuária no Brasil


Atualmente, a pecuária está bem dividida no Brasil. A produção pecuária de bovinos é feita principalmente no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, enquanto o Nordeste tem predomínio sobre as criações de caprinos e muares. Os ovinos estão no Sul e Nordeste, com Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará liderando. Já os suínos e as aves se concentram no Sudeste e no Sul.
No entanto, Antonio Pitangui de Salvo chama a atenção de um problema enfrentado pelo agronegócio como um todo: a imagem do setor. “Nós precisamos melhorar a nossa imagem. Ela não retrata a realidade de quem nós somos. Somos protecionistas. Eu quero preservar a nascente das minhas fazendas. Quem é extrativista não é pecuarista. Ele é uma pessoa que precisa, mais do que nunca, preservar seu solo, suas águas… Trabalhamos com práticas modernas para manter a qualidade do solo. Isso é a sustentabilidade”, disse.
Além disso, o Brasil é conhecido internacionalmente pelo bem-estar dos animais, com gado livre em pastos e controle total da febre aftosa — em alguns estados, inclusive, com controle da doença, inclusive sem vacina, aumentando as possibilidades de exportação. Além disso, novas tecnologias estão permitindo produções cada vez maiores de animais em todo País.
“Somos, atualmente, o segundo maior produtor de frango e de carne bovina. E ainda somos o sexto maior produtor de carne suína. Além disso, estamos crescendo de maneira interessante na produção de búfalos, peru e leite de vaca”, continua o professor Ezequiel Silva. “Acredito que nos setores que já somos líderes, o Brasil vai se fortalecer ainda mais”.

Mercado de trabalho

Seguindo a importância do agronegócio como um todo, a pecuária tem força no mercado de trabalho brasileiro. O setor absorve 1 em cada 3 trabalhadores. Nos números mais recentes do setor nesse sentido, de 2015, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 32,3% (30,5 milhões) do total de 94,4 milhões de trabalhadores brasileiros eram do agro.
Desses, 13 milhões (42,7%) em agropecuária; 6,43 milhões (21,1%) no comércio do setor, 6,4 milhões (21%) focados em agrosserviços e 4,64 milhões (15,2%) na agroindústria.
A Forbes fez um levantamento baseado em demonstrativos financeiros das empresas, da agência Standard & Poor’s, da CNA e da empresa de informações financeiras Economática para determinar as maiores empresas do setor. Em 2020, JBS tinha a medalha de ouro, com a Raízen Energia e Cosan completando o pódio. Ambev, Marfrig e Cargill em seguida.
Confira, abaixo, um demonstrativo do ranking, com as 15 empresas mais bem colocadas:

  1. JBS, com R$ 204,5 bilhões de receita.
  2. Raízen Energia, com R$ 120,6 bilhões.
  3. Cosan, com R$ 73,0 bilhões.
  4. AMBEV, com R$ 52,6 bilhões.
  5. Marfrig Global Foods, com R$ 48,8 bilhões.
  6. Cargill Agrícola, com R$ 48,7 bilhões.
  7. Archer Daniels Midland, com R$ 48,7 bilhões.
  8. Bunge Alimentos, com R$ 37,6 bilhões.
  9. BRF, com R$ 33,5 bilhões.
  10. Copersucar, com R$ 29,9 bilhões.
  11. Suzano, com R$ 26,0 bilhões.
  12. Cofco International Brasil, com R$ 23,8 bilhões.
  13. Louis Dreyfus, com R$ 20,6 bilhões.
  14. Amaggi, com R$ 18,8 bilhões.
  15. Minerva Foods, com R$ 17,1 bilhões.

“A JBS é uma das empresas mais valiosas do Brasil, a mais forte do agronegócio como um todo. E é focada exclusivamente no processamento de carnes bovina, suína, ovina e de frango e no processamento de couros”, diz Henrique Luís Martins, analista de mercado alimentar. “A pecuária é uma mina de ouro. Só é preciso ter cuidados maiores na produção”.

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Fonte: Associação dos Criadores de Mato Grosso | Acrimat

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