BRF Espera Estabilidade no Custo da Ração e Deve Investir Mais no Próximo Ano | Companhia de alimentos projeta elevar investimentos em capacidade adicional para tirar proveito de uma demanda firme por seus produtos
BRF Espera Estabilidade no Custo da Ração e Deve Investir Mais no Próximo Ano | Companhia de alimentos projeta elevar investimentos em capacidade adicional para tirar proveito de uma demanda firme por seus produtos
A companhia de alimentos BRF espera estabilidade no custo da ração para aves e suínos no próximo ano, muito pelas indicações de oferta abundante de grãos, e também projeta elevar investimentos em capacidade adicional para tirar proveito de uma demanda firme por seus produtos, incluindo os de maior valor agregado.
As perspectivas até agora são de uma nova safra recorde de soja no Brasil em 2024/25. E mesmo que ocorra uma oscilação para cima no valor do milho, ela deve ser compensada por cotações mais baixas no farelo de soja, afirmou nesta quinta-feira o diretor vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Fabio Mariano.
“Então, ‘all in all’, a gente espera uma estabilidade no custo da ração no próximo ano, muito em função dessa abundância de grãos esperada”, declarou ele, durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre.
O custo da ração é fator fundamental para a BRF, uma das maiores produtoras de carne suína e de frango.
Segundo Mariano, o cenário é de uma colheita de soja no Brasil perto de 170 milhões de toneladas, enquanto os Estados Unidos estão terminando de colher uma grande safra este ano e a Argentina também deve ter produção com volumes relevantes em 2024/25.
Questionados sobre o avanço de usinas de etanol de milho no Brasil, que elevam a competição pelo cereal, executivos da BRF afirmaram que a companhia tem buscado diversificar as matérias-primas para ração.
Uma das opções é utilizar o próprio farelo de milho (DDG), um coproduto da indústria de etanol de milho, destacou o CEO da BRF, Miguel Gularte.
A companhia, dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou na quarta-feira lucro líquido de 1,1 bilhão de reais no terceiro trimestre, o melhor resultado na história da companhia para este período, com avanços operacionais em todos os mercados de atuação.
Com tal desempenho, a BRF aprovou remuneração aos acionistas de 946 milhões de reais, na forma de juros sobre capital próprio (JCP), no primeiro pagamento do gênero desde 2016, além de um programa de recompra de ações.
Investimentos em 2025
Executivos destacaram que há uma demanda firme para os produtos da BRF, especialmente a carne de frango, que está “extremamente competitiva”, além de produtos processados.
“Se você tem uma empresa performando bem, mercado está dando sinais de resiliência, cenário equilibrado em todos os seus aspectos, tanto em demanda como em oferta, as perspectivas são muito boas, sem querer dar guidance…”, ressaltou Gularte, quando falava do mercado externo.
Nesta linha, a BRF vê oportunidades de crescimento do investimento “bastante superior” ao ritmo executado nos últimos dois anos, acrescentou o CFO. “2025 vai ser um ano de mais intensidade no capex versus o 2024 e também o 2023”, afirmou.
Segundo ele, as oportunidades de “seguir crescendo em processados vão passar por investimentos, sem dúvida nenhuma”.
“Em alguns casos, já enxergamos demanda reprimida para ser atendida… Hoje já temos um ‘pipeline’ de projetos de 1 bilhão para avaliação, não estou dizendo que todos os projetos serão aprovados, mas temos convicção de que boa parte dos projetos vão cumprir requisitos de viabilidade econômica”, revelou.
Questionados se a BRF vai priorizar investimentos ou remuneração aos acionistas, algo que não acontecia há oito anos, o CEO afirmou que esta decisão deve passar pelos controladores da companhia, no caso, o grupo Marfrig.
Fonte: Forbes Agro
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