A cultivar de trigo BRS Tarumaxi foi desenvolvida visando a oferta de forragem para a produção de leite e de […]
A cultivar de trigo BRS Tarumaxi foi desenvolvida visando a oferta de forragem para a produção de leite e de carne na Região Sul.
O ciclo tardio permite o período prolongado de pastejo, suprindo o vazio outonal com forragem de alto valor nutritivo. BRS Tarumaxi é um dos destaques nas comemorações dos 49 anos da Embrapa, com celebração marcada para o dia 27 de abril, na sede da empresa em Brasília, DF.
Aliado à baixa eficiência no uso da terra no inverno, existe enorme demanda (déficit) de matérias-primas para alimentação animal em quantidade e em qualidade, que pode ser suprida com o cultivo de cereais de inverno com adaptação e desempenho agronômico superior em sistemas de integração lavoura-pecuária. Fonte: Embrapa Trigo
Para atender a demanda, a Embrapa Trigo desenvolveu cultivares de cereais de inverno adaptadas ao período prolongado de pastejo, com semeaduras em março/abril com oferta de forragem até o final de outubro, viabilizando forragem de alto valor nutritivo no outono/inverno, quando as pastagens tradicionais apresentam taxa de crescimento reduzida no Sul do Brasil.
O trigo BRS Tarumaxi é o mais novo lançamento da Embrapa, indicado para a produção de forragem, com ênfase na produção de pasto. A cultivar foi adaptada a curtos períodos de calor, suportando as oscilações de temperatura que variam de 10ºC a 30ºC no outono da Região Sul.
A variação de temperaturas também ocorre nos meses de agosto e setembro, o que exigiu o melhoramento genético para que o trigo, cultivo tradicionalmente de clima temperado, pudesse estender o desenvolvimento vegetativo para oferta de pasto em quantidade e com qualidade.
Outro avanço na cultivar é a tolerância ao alumínio do solo. Experimentos a campo na Embrapa Trigo mostraram raízes do trigo BRS Tarumaxi com 1,30 metros de profundidade em área de pastagem moderadamente compactada, resultado tanto da genética mais tolerante ao alumínio, quanto do sistema radicular mais desenvolvido devido aos rebrotes e ciclo mais tardio.
Na sanidade, BRS Tarumaxi é resistente à ferrugem da folha e moderadamente resistente às manchas foliares, mosaico, germinação na espiga, debulha e ao acamamento. Moderadamente suscetível ao oídio e ao complexo de viroses transmitidas por pulgões (VNAC).
A cultivar BRS Tarumaxi é fruto do melhoramento genético no cruzamento com BRS Tarumã, primeira cultivar de trigo destinada à alimentação animal no Brasil, lançada pela Embrapa em 2002. No aprimoramento da tecnologia, BRS Tarumaxi alcançou maior capacidade de rebrote e afilhamento, permitindo de um a dois ciclos a mais de pastejo, com volume de forragem até 13% maior.
De acordo com o pesquisador, a produção de pasto em período crítico resulta em aumento da renda do produtor rural, com a conversão de forragem em carne, leite ou lã.
Além da diversificação de renda e redução de riscos, a cultivar de trigo gera outros importantes benefícios aos sistemas de integração lavoura-pecuária, com destaque para:
A maior produtividade do rebanho,
A cobertura do solo antecipada (que resulta em maior controle de erosão e retenção de água),
A melhoria das propriedades química, física e biológica do solo (como consequência da melhor proteção do solo e do sistema radicular mais desenvolvido),
A promoção da conservação da biodiversidade,
A melhora na ocupação de mão-de-obra no campo e
O aumento do uso da terra no inverno.
A cultivar BRS Tarumaxi passou por cinco anos de avaliação (2017 a 2021), em 14 locais no RS e em SC. Novos locais deverão compor a rede de avaliação para estender a indicação de cultivo para outros estados.
Para a safra 2022 estão registrados no MAPA cerca de 200 hectares com campos de sementes licenciados de BRS Tarumaxi, volume suficiente para cobrir com forragem 4 mil hectares. Os produtores parceiros que comercializam BRS Tarumaxi estão disponíveis no site da Embrapa.
O produtor Gilson Perin alimentou o rebanho leiteiro com BRS Tarumaxi, em Serafina Corrêa, RS. A semeadura do trigo foi realizada em meados de março, com o primeiro pastejo em 32 dias.
O plantel com 28 vacas em lactação, permaneceu cerca de 3 horas em cada piquete em pastejo tipo rotatínuo, onde os animais entraram na pastagem com as plantas próximo a 25 cm de altura e saíram do piquete com o trigo a 10 cm.
A adubação após cada pastejo foi com esterco líquido. No total, foram 16 ciclos de pastejo até o final de outubro.
A suplementação contou com 10 kg de silagem de milho/dia e 12h em pastagens de azevém, aveia e trigo. Como o trigo apresentou mais proteína bruta (teor de 14 a 15%), o produtor reduziu a necessidade de suplementação com proteína no cocho.
Fonte: Embrapa Trigo
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