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Custo de alimentação pecuária teve alta no Sudeste e no Centro-Oeste

20 Dec 2024

Custo de alimentação pecuária teve alta no Sudeste e no Centro-Oeste

Custo de alimentação pecuária teve alta no Sudeste e no Centro-Oeste em novembro | Dados da Ponta Agro mostram aumentos expressivos nas duas regiões, refletindo a forte demanda global por proteína animal e os desafios nos custos de insumos como milho e soja. Apesar desse cenário, a valorização da arroba do boi gordo segue como um alívio aos pecuaristas após um ano difícil para a pecuária

Em novembro de 2024, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) registrou R$ 15,05 na região Centro-Oeste e R$ 12,43 no Sudeste. Comparado a outubro de 2024, o ICAP registrou um aumento de 1,01% na região Centro-Oeste e 4,54% no Sudeste.

Esse movimento reforça a tendência de elevação nos custos de alimentação animal, impulsionada pelo reaquecimento do mercado de pecuária de corte. Além da alta demanda global por proteína animal, que estimula a produção e o consumo de insumos no Brasil, a exportação aquecida de milho e soja segue reduzindo a oferta doméstica, encarecendo os preços.

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Custo de alimentação pecuária teve alta no Sudeste e no Centro-Oeste em novembro

Visão trimestral dos insumos por região

No Centro-Oeste, o aumento do ICAP foi atribuído à elevação dos custos em todas as dietas de confinamento: adaptação, crescimento e terminação. O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação chegou a R$ 1.384,41, um aumento de 24,62% em relação aos últimos três meses. Entre os principais insumos utilizados, destacaram-se as altas na ureia (+13,55%), milho grão seco (+10,67%) e torta de algodão (+3,34%).

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No Sudeste, o ICAP foi impactado especialmente pelos insumos energéticos, que subiram 9,30% nos últimos três meses. O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação atingiu R$ 1.292,65, uma alta de 20,93% em relação ao trimestre anterior (ago-out).

Os insumos energéticos com maior alta foram o milho grão seco (+8,35%), casca de soja (+8,13%) e silagem de grão úmido de milho (+6,45%). No caso dos insumos proteicos, os maiores aumentos ocorreram na ureia (+10,20%) e no caroço de algodão (+7,26%).

Porteira pra Fora x Porteira pra Dentro

Ao comparar outubro de 2024 com outubro de 2023, o custo de engorda cresceu 0,27% no Centro-Oeste, enquanto o Sudeste registrou uma redução de 6,89%. Em novembro de 2024, a valorização do mercado foi sustentada por exportações recordes de carne bovina.

“Para 2025, espera-se uma leve acomodação nos preços devido ao aumento na oferta de gado de confinamento e ajustes nas escalas de abate. O comportamento do mercado dependerá, entre outros fatores, da recuperação do consumo interno e de novas oportunidades no exterior. A relação de troca entre boi gordo, boi magro e insumos, como milho, continuará sendo crucial para o equilíbrio de preços e a viabilidade da atividade”, avalia Paulo Dias, CEO da Ponta Agro.

Apesar do aumento nos custos, a valorização da arroba do boi gordo tem aliviado os pecuaristas.

A estimativa desse custo toma como base os valores médios observados nos clientes da Ponta Agro de cada região no ano de 2023: dias de cocho, total de arrobas produzidas e o percentual do custo de nutrição frente ao custo total. Os custos estimados são de R$ 220,86 e R$ 197,31 por arroba produzida para Centro-Oeste e Sudeste, respectivamente. Trata-se de um patamar de custos que permite um lucro superior a R$ 1.160,00 por cabeça* na região Sudeste e superior a R$ 840,00 por cabeça para a região Centro-Oeste, considerando apenas o preço de venda balcão.

Para ampliar as margens, além de eficiência produtiva, o pecuarista deve buscar bonificações junto aos frigoríficos. Atualmente, o diferencial de preço do Boi China em relação à cotação balcão varia entre R$ 5,00 e R$ 7,50, dependendo da região produtora.

*Estimativa de lucratividade realizada com cotação de arroba balcão, sem a adição de bonificações por rastreabilidade, padrão de qualidade e protocolos de mercado.

Sobre o ICAP

O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP), da Ponta Agro, é produzido mensalmente e reflete as variações dos preços dos insumos e commodities relacionadas à alimentação animal e seu impacto no custo da diária alimentar dos confinamentos bovinos brasileiros (R$/cabeça/dia). Gerado a partir de uma base de dados que corresponde a mais de 1,7 milhão de diárias de animais confinados no período, o ICAP tem como objetivo ser uma ferramenta para produtores e consultores analisarem seus custos de dieta e orientar o planejamento de compra de insumos para nutrição dos animais, auxiliando nas estratégias de gestão de estoque frente às tendências de preço praticados em cada região.

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