Dietas expandidas para suínos: aproveitamento de nutrientes
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) (2023), o Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína, com uma produção estimada em 4,8 milhões de toneladas em 2022.
Ao analisarmos os custos de produção na suinocultura brasileira observamos um comprometimento significativo dos insumos que compõem a ração, principalmente o milho e a soja, que juntos chegam a representar mais de 60% do custo operacional efetivo (COE) (CNA, 2022).
Neste contexto, o processamento de rações possui grande relevância na suinocultura.
Embora possa contribuir para aumentar os custos, técnicas de processamento que aumentam a suscetibilidade à degradação enzimática dos ingredientes alimentares (Nolan et al., 2010), oferecem benefícios tangíveis no desempenho e rendimento de carcaça dos suínos, como evidenciado por estudos como o de Dozier et al. (2010).
Uma dessas técnicas é a expansão que tem como finalidade melhorar o aproveitamento dos nutrientes (Teixeira Netto, et al., 2019), pois aumenta a velocidade enzimática da amilase, que é responsável pela hidrólise da molécula de amido em carboidratos mais simples e solúveis, fazendo com que seja absorvida uma maior quantidade de água, o que promove aumento no coeficiente de digestibilidade do ingrediente (Lima et al., 2016).
Esse processo é realizado antes da peletização, por ter influência na melhoria da qualidade do pelete (Teixeira Netto, et al., 2019), podendo ser utilizado tanto na dieta total quanto em ingredientes individuais (Rojas e Stein, 2017).
As barreiras físicas como a cutícula da semente e a matriz proteica que envolve os grânulos de amido, podem dificultar a digestão dos nutrientes.
Alguns processos, como a trituração, por exemplo, rompem a cutícula, mas, normalmente, têm pouco efeito sobre a matriz proteica ou sobre sua solubilidade.
A utilização mais completa requer um maior grau de rompimento do grânulo de amido, que pode ser obtido por meio do processamento a vapor e por pressão, por isso tratamentos que envolvem umidade, calor e pressão podem aumentar sua eficiência de utilização (Germany, 1992).
Portanto, a expansão resulta em modificações mais intensas nas estruturas físicas dos ingredientes, melhorando a qualidade do pelete e, assim, levando a melhorias no desempenho de crescimento (Nemechek et al., 2015; Muramatsu et al., 2016).
No processamento excessivo, porém, grupos amina livres da proteína reagem com grupos carbonila...