A maioria das pastagens cultivadas no Brasil são pastagens do gênero Brachiaria.
Apesar da importância na pecuária brasileira, algumas cultivares do gênero Brachiaria podem causar problemas para ruminantes devido à ocorrência de fotossensibilização hepatogênica, também conhecida pelo nome popular de requeima.
Os ovinos são mais sensível à fotossensibilização, entretanto, pode ocorrer também em bovinos, normalmente com faixa etária que vai da desmama até os dois anos, e em caprinos.
A ocorrência de fotossensibilização é relatada em animais que consumiram Brachiaria decumbens, B. brizantha, B. humidicola e B. ruziziensis.
Os sinais clínicos observados na fotossensibilização hepatogênica incluem dermatite com pele espessa no flanco e períneo, icterícia, secreção ocular, apatia, anorexia, fotofobia e edema facial e auricular subcutâneo.
Inicialmente, a fotossensibilização foi associada à presença da micotoxina produzida por Pithomyces chartarum em Brachiaria decumbens. Posteriormente, foi demonstrado que a intoxicação em ruminantes foi causada por saponinas.
A protodioscina, uma saponina presente nas plantas do gênero Brachiaria, pode causar lesão hepática e, posteriormente, fotossensibilização.
Estudos observaram a ocorrência de protodioscina ao longo do ano em todas as estações em cinco cultivares de Brachiaria brizantha:
Arapoti
Paiaguás
Xaraés
Marandu
Piatã
Neste estudo, todas as gramíneas apresentaram maior teor de protodioscina durante o outono.
Os prejuízos vão desde o gasto com tratamento, diminuição da produção de carne ou leite e até a perda de animais.
Ao detectar a fotossensibilização, o primeiro passo é retirar os animais da pastagem e da exposição à luz solar. O tratamento pode ser feito com substâncias hepatoprotetoras para o fígado, administração de vitamina A para estimular a regeneração da pele e dos pelos, uso de corticoides, pomadas cicatrizantes e protetor solar nos locais da pele mais afetados.
O controle da doença é diversificação das pastagens. Além disso, é necessário fazer a detecção o mais rápido possível. para maiores chances de cura da doença, já que, dependendo da extensão das lesões na pele e no fígado, o quadro pode ser irreversível e levar o animal à morte.
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