Gigantes da proteína animal reforçam expansão global e devem impulsionar demanda por eficiência nutricional
Gigantes da proteína animal reforçam expansão global e devem impulsionar demanda por eficiência nutricional
A cadeia de proteína animal passa por um momento de reestruturação estratégica, puxado por três dos maiores players do setor: JBS, BRF e Minerva. Os anúncios recentes feitos pelas companhias revelam movimentos claros de crescimento, diversificação e internacionalização — fatores que impactam diretamente os elos da cadeia de insumos, especialmente o setor de nutrição animal.
A JBS, maior empresa de proteína animal do mundo, comunicou dois movimentos significativos. O primeiro é a conclusão da aquisição de 50% das ações com direito a voto da Mantiqueira Alimentos S.A., maior produtora de ovos da América do Sul. A operação representa a entrada da empresa em uma nova frente de proteína, com foco na expansão da oferta e no fortalecimento da presença em mercados estratégicos, como os Estados Unidos. O segundo foi o anúncio de um investimento de US$ 100 milhões para construção de duas fábricas no Vietnã, que irão processar carne bovina, suína e de aves. As matérias-primas virão, principalmente, do Brasil.
Esses dois movimentos mostram que a companhia está ampliando seu portfólio e descentralizando sua produção, o que tende a gerar novas exigências técnicas e sanitárias — inclusive nutricionais — adaptadas a diferentes mercados e espécies. Além disso, a diversificação geográfica e produtiva exige padronização de desempenho zootécnico em escala global.
A BRF também anunciou um importante passo estratégico: a construção de uma nova planta de processados em Jeddah, na Arábia Saudita, com capacidade para 57 mil toneladas/ano. O foco na ampliação da produção halal — segmento com exigências específicas — aumenta a responsabilidade das indústrias fornecedoras de ingredientes, aditivos e premixes, especialmente no que diz respeito à rastreabilidade e à formulação alinhada a padrões internacionais. A empresa também captou R$ 1,25 bilhão e teve seu rating revisto para “positivo”, o que amplia seu fôlego para novos investimentos.
A Minerva, por sua vez, anunciou um aumento de capital de até R$ 2 bilhões, voltado ao reforço de caixa e expansão nas operações da América do Sul. Com recorde de abates e crescimento das exportações em 2024, a empresa segue ampliando sua capacidade produtiva — movimento que tende a elevar a demanda por nutrição de precisão e soluções voltadas à eficiência alimentar.
O conjunto dessas movimentações indica que a proteína animal brasileira está se consolidando não apenas como volume de produção, mas como referência de qualidade, padronização e competitividade global. E isso coloca a nutrição animal no centro da estratégia, como elo fundamental para garantir desempenho, sustentabilidade e segurança alimentar.
Para o setor de nutrição, o recado é claro: a demanda por soluções técnicas e inovadoras vai crescer — e quem estiver preparado poderá atender, em alto nível, um mercado global cada vez mais exigente.
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