Influência dos níveis de energia e lisina no desempenho e qualidade dos ovos

23 Apr 2021

Influência dos níveis de energia e lisina no desempenho e qualidade dos ovos

A energia metabolizável aparente e o conteúdo de lisina digestível padronizado da dieta são 2 variáveis-chave que afetam a produção de ovos e o custo de alimentação em poedeiras comerciais.
Normalmente, um aumento no conteúdo energético da dieta diminui proporcionalmente o consumo de ração, pois as poedeiras tendem a ajustar o consumo de ração para satisfazer suas necessidades energéticas.
No entanto, quando a dieta é diluída excessivamente, as galinhas podem não conseguir manter o consumo de ração para atender às suas necessidades de produção de ovos. Entretanto, dietas altamente concentradas de energia são caras e podem reduzir a eficiência alimentar para produção de ovos, pois parte da energia ingerida é direcionada para a deposição de gordura e ganho de peso.
Outro ponto que deve ser considerado nesse balanço é que dietas de alta energia geralmente contêm mais ácido linoleico e gordura suplementar do que as dietas de baixa energia, resultando frequentemente em um aumento no tamanho do ovo.
Normalmente, as dietas comerciais para poedeiras são formuladas com base no conceito de proteína ideal, em que a lisina digestível, o segundo aminoácido limitante (AA) em dietas para poedeiras, é usado como referência. Consequentemente, a estimativa precisa dos requisitos de lisina para maximizar a produção de ovos, otimizar os custos e reduzir a excreção de nitrogênio. Porém, os valores de lisina necessários para ótima produção relatados na literatura ainda são muito discrepantes.
Devido a importância do balanço de energia e conteúdo de lisina na dieta de poedeiras, pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri realizaram um experimento com o objetivo de determinar os efeitos do aumento da concentração de energia da dieta de 2.680 para 2.780 kcal energia metabolizável aparente/kg e do conteúdo em lisina digestível de 0,68 para 0,80%, no desempenho e características de qualidade dos ovos de poedeiras marrons de 19 a 59 semanas de idade.

No estudo foram utilizadas um total de 648 galinhas Lohmann Brown Classic, dividas em grupos, e alojadas em gaiolas enriquecidas (120×63 cm e 45 cm de altura).
Foram testadas 8 dietas experimentais arranjadas em fatorial 2 × 4, com 2 concentrações de energia (2.680 vs. 2.780 kcal energia metabolizável aparente/kg) e 4 níveis de lisina (0,68, 0,72, 0,76 e 0,80%). Todos os outros aminoácidos essenciais ​​foram formulados de acordo com o conceito de proteína ideal (FEDNA 2018).

Produção e Qualidade de Ovos
Os autores não observaram interações entre os conteúdos de energia metabolizável aparente e lisina das dietas para nenhuma das características de produção e qualidade dos ovos estudadas.
A idade afetou todas as características de produção e qualidade de ovos estudadas, exceto mortalidade e proporção dos componentes dos ovos, mas nenhuma interação entre a idade das galinhas e a dieta foi detectada.

Concentração de energia da dieta
Um aumento no conteúdo de energia metabolizável aparente da dieta de 2.680 para 2.780 kcal / kg melhorou peso dos ovos (60,2 vs. 61,3 g), conversão alimentar (2,148 vs. 2,079) e ingestão de energia (296,7 vs. 304,7 kcal). Porém, não teve efeito em nenhuma das outras variáveis estudadas.
A maioria das diferenças observadas foi detectada após o 3º período do ciclo de postura para o peso do ovo e ingestão energética, e após o 5º período para conversão alimentar. O conteúdo energético da dieta não afetou a incidência de ovos sujos, quebrados ou sem casca, ou a proporção de gema, albumina e casca dos ovos.
 
Conteúdo de lisina digestível
Um aumento no teor de lisina da dieta de 0,68 para 0,80% não afetou a produção de ovos, consumo de ração, peso vivo, ingestão energética ou conversão alimentar em nenhum dos períodos considerados.
No entanto, o peso dos ovos e a produção de massa de ovo aumentaram conforme o nível de lisina aumentou.
A dieta não afetou nenhuma das características de qualidade do ovo estudadas, exceto a porcentagem de ovos sem casca que diminuiu com o aumento do nível de lisina. A proporção dos componentes do ovo, medida apenas nos últimos 2 períodos experimentais, não foi afetada pelo conteúdo de lisina da dieta.

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Os autores concluíram que, um aumento no conteúdo energético da dieta de 2.680 para 2.780 kcal de energia metabolizável aparente/kg não afetou a produção de ovos, mas aumentou o peso dos ovos, provavelmente devido ao maior nível de gordura suplementar das dietas de alta energia.

Galinhas vermelhas não requerem mais do que 744 mg de lisina por dia (correspondendo a 0,68% de lisina na dieta) para otimizar a produção de ovos. No entanto, quando o objetivo é maximizar o peso do ovo (e a produção de massa de ovo), as galinhas poedeiras vermelhas devem consumir pelo menos 843 mg lisina por dia. Os dados confirmam que as necessidades de lisina digestível de poedeiras dependem dos critérios de resposta estudados, sendo pelo menos 100 mg/d maior para maximizar o peso dos ovos do que para otimizar o número de ovos produzidos.

Para consulta do artigo completo clique aqui

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SCAPPATICCIO, R. et al. Influence of the energy and digestible lysine contents of the diet on performance and egg quality traits of brown-egg laying hens from 19 to 59 weeks of age. Poultry Science, p. 101211, 2021.

As informações desse texto foram retiradas do artigo intitulado “Influence of the energy and digestible lysine contents of the diet on performance and egg quality traits of brown-egg laying hens from 19 to 59 weeks of age” com autoria de:
R. Scappaticcio12; J. Garcia1; G. Fondevila2; A. F. de Juan2; L. Cámara2; G. G. Mateos2

1Camar Agroalimentaria S.L., Toledo, Spain
2Departamento de Producción Agraria, Universidad Politécnica de Madrid, 28040 Madrid, Spain
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