Fonte: IPEA
A Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea, revisou a estimativa de crescimento do valor adicionado (VA) do setor agropecuário de 2021 de 2,6% para 1,7%. Os principais motivos para esse ajuste nas projeções são a redução nas estimativas de produtividade e produção de culturas importantes – como a do milho – e um cenário pior para a produção de bovinos – em função de surpresas negativas nos dados mais recentes.
Para 2022, baseada nos prognósticos iniciais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para alguns segmentos da produção vegetal e em projeções próprias para a produção animal, a Dimac prevê um crescimento de 3,3% para o VA do setor agropecuário. Os principais fatores determinantes dessa perspectiva positiva para o ano que vem são as expectativas de crescimento em culturas importantes como soja e milho e de recuperação para a produção de bovinos, após dois anos consecutivos de queda na produção.
VA do setor agropecuário em 2021 |
A revisão para baixo da estimativa de crescimento do VA do setor agropecuário de 2021 justifica-se pela piora no resultado esperado no ano de itens importantes tanto na produção vegetal quanto animal.
No que se refere à produção vegetal, revisamos a nossa projeção de um crescimento de 2,7% para uma alta de 1,7%, principalmente pela revisão na estimativa de produção da safra de milho, que deve apresentar queda acentuada na colheita de sua 2ª safra, muito afetada por efeitos climáticos mais severos do fenômeno La Niña na safra 2020/2021 (gráfico 1).
Para a produção animal, a nova estimativa é de crescimento de 1,8%.
VA da produção animal em 2021 |
A projeção de crescimento do VA da produção animal deve ocorrer devido ao crescimento previsto para todos os segmentos, com exceção da produção de bovinos (tabela 1). A nova projeção conta com uma revisão significativa na produção de bovinos, mas insuficiente para impedir o resultado positivo no componente. Com efeito, nossa estimativa para a produção animal foi revista de alta de 2,5% para um crescimento de 1,8%. Fonte: IPEA
Para o segmento de bovinos, apesar de indícios iniciais de que o ciclo de retenção de fêmeas tenha se encerrado, há baixa oferta de animais para abate. Isso pode ser observado pela utilização da capacidade dos frigoríficos no Mato Grosso, divulgada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), que esteve abaixo de 50% em julho.
O consumo de carne bovina, embora apresente leve melhora desde o início do ano (Gráfico 2), ainda se encontra muito abaixo do nível que estava antes do início das fortes altas de preços, no final de 2019. Contudo, a inflação mais alta aliada aos impactos negativos da pandemia sobre o mercado de trabalho ainda devem continuar contendo o consumo de carne bovina – que é a proteína mais cara relativamente às demais.
Com uma oferta limitada de animais e consumo baixo, os primeiros resultados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais apontam para uma queda de 1,9% no peso das carcaças abatidas de bovinos no segundo trimestre, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Esperávamos uma recuperação já neste trimestre e por conta das surpresas negativas, revisamos nossa projeção de alta de 0,9% para uma queda de 1,0% na produção de bovinos. Ainda assim, essa projeção atual já embute uma melhora esperada para o segundo semestre.
No que se refere às demais proteínas, o ano tem sido de desempenho positivo, com a produção de suínos e frangos crescendo 8,7% e 7,8%, respectivamente, no acumulado do ano até junho.
A produção de suínos tem sido estimulada pelo aumento das exportações, que cresceram 22,9% no acumulado do ano até junho e pelo efeito renda, que desloca o consumo de carne bovina para as demais carnes.
Porém, com a alta esperada para produção e consumo de carne bovina, o crescimento da produção de suínos e frangos deve desacelerar. Sendo assim, foi revisada a estimativa para a produção de suínos e frangos de altas de 6,8% e 6,5% para crescimentos de 7,7% e 3,9%, respectivamente. Projetamos ainda crescimento para as produções de leite e ovos, que devem registrar alta de 3,1% e 4,5% respectivamente.
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