A leguminosa é muito prática. Além de se reproduzir por meio de semente, basta uma estaca em uma cova e forma-se uma nova planta, que em pouco tempo estará repleta de folhas comestíveis para os animais.
Fonte de proteína, resistente à seca e prática, a gliricídia é um ótimo alimento para bovinos, caprinos e ovinos no Nordeste
Testada pela Embrapa em diversas pesquisas, a leguminosa gliricídia foi, junto com a palma forrageira, uma das duas únicas plantas verdes que restaram na lavoura após um longo período de deficiência hídrica em Sergipe, em 2013.
Originária do México e América Central, a Gliricidia sepium vem sendo objeto de diversas pesquisas lideradas pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) com foco em sistemas integrados para a região Nordeste.
Esses estudos já começam a resultar em soluções tecnológicas sustentáveis que integram a planta arbustiva como componente de múltipla aplicação em sistemas de Integração Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF), com destaque para
Denominado GliriTec, o conjunto de soluções em sistemas integrados engloba:
“A gliricídia resiste bem à seca e é uma boa fonte de proteína para os animais”, afirma o pesquisador José Henrique Rangel, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), que lidera projetos de ILPF para o Nordeste, desenvolvendo soluções adaptadas tanto ao litoral e agreste, áreas mais úmidas, quanto no Semiárido, onde as chuvas são escassas.
A leguminosa é muito prática. Além de se reproduzir por meio de semente, basta uma estaca em uma cova e forma-se uma nova planta, que em pouco tempo estará repleta de folhas comestíveis para os animais.
Gliricídia em sistema integrado com coqueiro – Photo: Ivan Brscan
Na prática
Neste vídeo, o veterinário Samuel Figueiredo, analista da Embrapa Tabuleiros Costeiros, mostra como produzir mudas da leguminosa gliricídia tanto através de sementes como de estaca.
Para alimentar bovinos, caprinos e ovinos, a gliricídia pode ser picada com capim elefante, milho e até com tronco de bananeira e colocada em cochos, com técnicas de silagem e fenação. A gliricídia é uma árvore que pode crescer até 15 metros.
Por isso, a gliricídia é considerada o componente arbóreo ou florestal em sistemas ILPF, pesquisados e desenvolvidos pela Embrapa e parceiros em todas as regiões do país. Ao integrar a gliricídia, há também ganhos como aumento da diversidade da fauna atraindo mais abelhas, insetos polinizadores e abrigando nos seus galhos pássaros e ninhos.
Evandro Muniz, outro pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, especialista em nutrição animal, detalha no vídeo “Gliricídia é um ótimo alimento para os animais” as múltiplas funcionalidades dessa leguminosa, inclusive mostrando como integrar a leguminosa com a pecuária e lavoura.
Múltipla aplicação
A Embrapa Tabuleiros Costeiros pesquisou o plantio de gliricídia de várias formas de integração e integrando diversas práticas agropecuárias. Uma delas é o de alameda, junto com o pasto, milho ou feijão. Já é uma boa economia com ureia com a nitrogenação do solo.
No sistema de alamedas, o ideal é o espaçamento de 4×2 metros, onde o gado pode passar com facilidade. O produtor pode optar pelo plantio adensado, se quiser alimentar os animais com gliricídia (20.000 a 30.000 plantas/ha) como forragem, feno e silagem ou até usar suas folhas e ramos como adubo verde.
Nesse caso, não é possível o pastejo, pois não há espaço para o gado transitar. No entanto, é muito produtivo, pois é possível o corte a cada 70 dias na estação chuvosa e a cada 120 dias, na estação seca.
Um hectare pode produzir em torno de 20 toneladas de folhas comestíveis para o gado, em cada corte.
São 80 toneladas anuais por hectare. O produtor pode também formar um banco de proteína. Os animais são colocados para comer as folhas da gliricídia uma hora pela manhã e outra hora pela tarde e no tempo restante, o gado come outro tipo de pasto. Esse processo é recomendado para vacas de leite, pois o manejo dos animais é mais constante.
Utilizada com ILPF, a gliricídia ainda tem os méritos de
O pesquisador Humberto Rollemberg Fontes, também da Embrapa Tabuleiros Costeiros, indica a gliricídia como adubo verde em cultivo consorciado com coqueiro híbrido.
“Ao depositar a parte aérea da gliricídia na zona de coroamento do coqueiro híbrido, duas vezes ao ano, pode-se substituir totalmente ou parte dos fertilizantes nitrogenados durante a fase de crescimento, proporcionando economia e maiores ganhos ambientais em função da redução do uso de insumos químicos”.
Por: Embrapa
Assine agora a revista técnica de nutrição animal
Retrospectiva 2022 e perspectivas do setor de nutrição animal em 2023
Pedro VeigaRecorde de público e aceitação, SIAVS supera expectativas e fomenta negócios
Juliano RangelEstratégias nutricionais para mitigar o estresse térmico em matrizes suínas
Marcelo Dourado de LimaImportância do processamento térmico do farelo de soja para a nutrição de aves
Vivian Izabel VieiraNutracêuticos na dieta de cães e gatos
Mel Suzane Santos MarquesO planejamento e manejo como arma para eficiência nutricional na piscicultura
Lucas Gustavo Rodrigues PimentaDDGS: conhecer a produção para otimizar a aplicação
Ines AndrettaStreptococcus suis, como enfrentar esse desafio?
Glaiton MartinsA arte da higiene de rações
Michael NoonanA pecuária como agente mitigador da emissão dos gases de efeito estufa
Thainá Pereira da Silva CabralESCUTE A REVISTA EM agriFM