O livro “Bases para omanejo alimentar sustentável na piscicultura”, publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), divulga uma série de práticas que podem reduzir riscos econômicos na criação de peixes, garantir o bem-estar animal e incrementar a produtividade, dentro de um cenário de impacto ambiental mínimo e maior lucratividade.
“Com planejamento e gestão sustentável da propriedade, os produtores conseguem otimizar o aproveitamento do alimento utilizado na criação e reduzir o desperdício quando adotam boas práticas no manejo alimentar rotineiro e na avaliação do desempenho zootécnico”, destaca a autora Roselany de Oliveira Corrêa, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, Pará).
Segundo a pesquisadora, resolver os problemas de alimentação tem sido imperativo na piscicultura brasileira. Estudos revelam que o elevado preço das rações chega a representar cerca de 60% dos custos de produção, tornando-se fator limitante. Por outro lado, a alta disponibilidade de água, as condições climáticas e a crescente demanda de mercado favorecem a piscicultura no país – considerada uma atividade recente se comparada com outros tipos de criação animal, por exemplo avicultura, bovinocultura e suinocultura.
O livro “Bases para o manejo alimentar sustentável na piscicultura” (clique no título para baixar o livro) contém o que há de mais atualizado nosaspectos teóricos da nutrição e alimentação de peixes, além das orientações práticas.
“Apresentamos um conjunto de conhecimento e ações básicas que, se bem aplicadas, tornam a piscicultura uma atividade duradoura e sustentável”, afirma a também autora Rayette Sousa da Silva, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará.
A publicação cita uma estimativa de que, até 2030, 60% dos peixes disponíveis para o consumo humano serão produzidos em cativeiro. Conforme dados mencionados, em 2021 produziram-se 841 mil toneladas de peixe no Brasil, significando um crescimento de 4,7% sobre a produção de 2020. (Texto: Izabel Drulla Brandão, jornalista, MTb 1084/PR)
Piscicultura do pirarucu
Um dos peixes mais pesquisados pela Embrapa Amazônia Oriental é o pirarucu (Arapaima gigas). O centro de pesquisa sediado na capital paraense lançou a primeira publicação técnico-científica da Embrapa sobre a piscicultura da espécie, datada de 1985, de autoria do pesquisador Emir Imbiriba, pioneiro nos estudos da criação do pirarucu em cativeiro.
Já a publicação mais recente (agosto de 2022) sobre o pirarucu é o boletim de pesquisa e desenvolvimento “Substituição da farinha de peixe por farelo de soja em dietas para pirarucu“, também de autoria da pesquisadora Roselany Corrêa. A obra contém informações que, segundo a autora, contribuem para subsidiar a formulação de dietas nutricionalmente seguras para a espécie utilizando fontes proteicas vegetais.
Neste caso, concluiu-se que “o pirarucu se mostrou tolerante à substituição de 20% da farinha de peixe por farelo de soja, não tendo seu crescimento e ganho de peso comprometidos pela substituição”. São também autores deste boletim de pesquisa: Viviana Lisboa, Renata Silva de Oliveira, Luana de Nazaré dos Anjos Aires, Rayette Souza da Silva, Cristhian Alves de Queiroz e Taiane Moraes Sousa.
Voltado ao segmento agroindustrial, a Embrapa Amazônia Oriental publicou o comunicado técnico “Filé de pirarucu em conserva“, produto agroindustrial que amplia o potencial econômico do cultivo da espécie – visto como negócio em expansão no País, atraente para empreendedores do Brasil e do exterior. Autoras: Alessandra Ferraiolo de Freitas, Renata Torrezan, Janine Passos Lima da Silva, Daniela de Grandi Castro Freitas de Sá e Rafaella de Andrade Mattietto.
Com foco na criação de pirarucu em cativeiro, três fôlderes estão disponíveis gratuitamente para download, basta clicar sobre os títulos a seguir, de autoria dos pesquisadores Marcos Tucunduva de Faria e Raimundo Nonato Guimarães Teixeira