Microbiota intestinal e sua modulação através da dieta em cães
A microbiota presente no trato gastrointestinal é composta por uma ampla diversidade de microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos e protozoários (Suchodolski, 2021). Essa comunidade microscópica desempenha um papel fundamental no funcionamento do organismo e na manutenção da homeostase do hospedeiro.
Os cinco principais filos de bactérias que constituem o microbioma de cães e gatos são Firmicutes, Fusobacteriota, Bacteroidota, Proteobacteria e Actinobacteria. |
Cada filo possui preferência específica por substratos para a fermentação, resultando na produção de diversos metabólitos, os quais podem ter efeitos benéficos ou adversos.
Alguns dos efeitos benéficos atribuídos aos metabólitos produzidos pela fermentação bacteriana, como ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e ácidos biliares secundários, são efeito trófico e anti-inflamatório à mucosa intestinal.
Por outro lado, alguns compostos podem ser tóxicos para a mucosa, como algumas aminas biogênicas, amônia e fenóis, prejudicando o ambiente intestinal e por sua vez, interferindo na qualidade fecal (Garrigues et al., 2022).
A microbiota intestinal também desempenha funções relacionadas ao sistema imune, por meio da defesa contra patógenos intestinais não residentes (Suchodolski, 2011).
Dessa forma, quando a microbiota está em eubiose (equilíbrio), exerce um impacto direto nas funções do organismo, proporcionando suporte ao sistema imunológico (Arpaia et al. 2013; Suchodolski, 2016). No entanto, esse equilíbrio pode ser perturbado por diversos fatores, como:
Com base nisso, será abordado a seguir as principais bactérias relacionadas à saúde intestinal de cães e como a dieta pode auxiliar na sua modulação.
Bactérias sentinelas do trato gastrointestinal