A busca incessante para que as aves consigam expressar o máximo de seu potencial genético tem sido a base para a evolução da performance de nossos planteis, focando ações direcionadas nos quatro pilares produtivos em busca desta excelência:
Genética,
Sanidade,
Ambiência e
Nutrição.
Com o aumento dos custos de produção, sendo a nutrição o principal gargalo devido aos incrementos nos preços do milho e do farelo de soja que são a base da nutrição para avicultura, a excelência produtiva e a expressão do máximo da performance se tornaram vitais para que as agroindústrias e produtores se mantenham “vivos” na atividade, já que o limiar entre o lucro e prejuízo estão caminhando em linhas estreitas.
Uma das saídas para enfrentar este gargalo, é valorizar o uso dos minerais utilizados nas rações, que auxiliam o bom desenvolvimento dos animais e ajudam em um grande número de funções metabólicas, elevando ao máximo o potencial produtivo das aves.
Outra saída para potencializar os resultados zootécnicos é o uso dos macrominerais (enxofre, cálcio, fósforo, potássio, sódio, cloro e magnésio) que impactam nas funções estruturais ou fisiológicas e dos microminerais (ferro, zinco, cobre, manganês, níquel, cobalto, molibdênio, selênio, cromo, iodo, flúor, estanho, sílica, vanádio e arsênico), que possuem funções metabólicas incluindo a resposta imune, reprodução e crescimento.
Devido a sua importância na fisiologia das aves e na performance zootécnica dos lotes, o uso de minerais orgânicos vem aumentando muito nos últimos anos frente as fontes inorgânicas, já que não utilizam as mesmas rotas de absorção utilizadas pelos inorgânicos sendo melhor absorvido e proporcionando melhores respostas frente as exigências requeridas pelas aves.
É importante ressaltar que, na forma orgânica, os minerais são absorvidos pelos carreadores intestinais de aminoácidos e peptídeos e não pelos transportadores intestinais clássicos de minerais e não sofrem competição, por já possuírem seu próprio aminoácido ao entrar no trato digestivo, passando diretamente para o plasma através das células da mucosa intestinal e sua ligação permanece inalterada.
Existem várias formas de complexos metálicos disponíveis no mercado para fins de uso na alimentação animal. Eles são intitulados coletivamente de Minerais Orgânicos, devido ao fato de que o microelemento mineral em questão estar complexado ou, de outra forma, associado com moléculas orgânicas. De acordo com a Association of American Feed Control Officials (AAFCO, 2000), podemos classificar os Minerais Orgânicos em:
Complexo Metal Aminoácido
Complexo Metal Aminoácido Específico
Quelato Metal Aminoácido
Metal Proteinato
Metal Polissacarídeo
Por que usar Minerais Orgânico na Avicultura?
As aves estão sendo melhoradas geneticamente para obter o máximo de performance produtiva, seja através do rápido ganho de peso (frangos de corte) ou pelo aumento da produção e qualidade dos ovos (poedeiras comerciais e reprodutoras).
Para que este aumento de produtividade seja possível é preciso que as aves consigam utilizar e absorver o máximo dos nutrientes das rações incluindo as fontes minerais.
Deficiências subclínicas de microminerais são um grande problema na produção animal, uma vez que os sintomas não são evidentes e o animal, embora em taxa reduzida, continua o seu crescimento.
Além das perdas dos resultados zootécnicos nas granjas, muito prejuízos são vistos nos abatedouros através das perdas de aproveitamento e condenações de carcaças por fragilidade tegumentar (dermatites e dermatoses), calos de pata, “peito amadeirado” (White Stripe), etc.
Dentre outros manejos utilizados para reduzir estas perdas nos abatedouros estão o uso dos minerais orgânicos, que proporcionam uma melhor absorção dos minerais nas dietas atuando diretamente na melhora da recuperação celular das aves.
7 Razões para se usar Minerais Orgânicos nas produções Avícola:
Os microminerais possuem baixa biodisponibilidade, o que segundo Mabe (2001) pode estar relacionado com a formação de complexos com outras substâncias no trato digestivo reduzindo a solubilidade desses elementos. Esse fato justifica o interesse crescente em explorar fatores que aumentam a absorção ou metabolização destes minerais.
Neste sentido, fontes quelatadas ou orgânicas de minerais têm sido utilizadas devido a sua maior biodisponibilidade.
Vários fatores devem ser observados quanto falamos de minerais orgânico, ou seja, como todos os minerais orgânicos utilizam uma fonte inorgânica de mineral para ser produzido, fatores como Biodisponibilidade, Índice de Quelatação e Constante de Estabilidade precisam estar presentes para que os minerais orgânicos se mantenham estáveis e consigam atravessar todo o trato gastrointestinal sem sofrer “quebra” da quelatação e retornar ao seu estado original inorgânico.
Biodisponibilidade: Refere-se à extensão e velocidade com que a porção ativa entra na circulação sistêmica, atingindo o local de ação.
Índice de Quelatação: É a quantidade de mineral quelatado em uma amostra, ou seja, é a quantidade de minerais orgânicos (%) presente dentro do produto na forma orgânica.
Constante de Estabilidade: A constante de estabilidade é uma medida da força das ligações entre as moléculas de Minerais, Aminoácidos e pequenos peptídeos, ou seja, quanto maior a constante de estabilidade mais forte é a ligação da molécula orgânica ao aminoácido e peptídeo.
Em suma, os ganhos com a substituição das fontes de minerais inorgânicos por minerais orgânicos quelatados são muitos, além de proporcionar uma melhora nos índices zootécnicos dos lotes e no aproveitamento das aves no abatedouro, através da melhora da qualidade da carcaça dos frangos, reduzem o impacto ambiental dos dejetos.
Além disso, o uso destes nas dietas de matrizes pesadas e poedeiras comerciais proporcionam a melhora no desempenho produtivo e na resposta imunológica da progênie, uma vez que matrizes jovens têm dificuldade de transferir estas substâncias para o ovo e com a aplicação dos minerais orgânicos na dieta, vê-se um aumento na concentração de nutrientes no ovo, melhorando a qualidade do pintinho.
Desta forma, a presença dos minerais orgânicos nas produções avícolas atribuirá para a máxima expressão do potencial genético produtivo, levando maior rentabilidade e sustentabilidade para as granjas.
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