15 Oct 2019

Nem sempre o melhor índice zootécnico é o mais rentável

Ter os olhos voltados para todos os detalhes dentro da pecuária de corte e leite não é uma tarefa fácil. Gerenciamento de equipe, custo operacional, manejo, taxa de lotação, genética, controle dos lotes, nutrição, saúde e bem-estar animal são alguns dos check lists de controle do castelo de cartas capazes de determinar o sucesso ou fracasso das fazendas pecuárias brasileiras.
Muitas são as variáveis para alcançar ótimos desempenhos zootécnicos, mas a estratégia econômica vem em primeiro lugar para garantir o sucesso das fazendas parceiras.
De acordo com o zootecnista e gerente da Unidade de Negócios Ruminante da Polinutri®, Alexandre Valise Siqueira, a pecuária do passado que olha somente para os índices zootécnicos dificilmente atingirá novos e melhores resultados.

“Temos que visar também o lado econômico, ou seja, a taxa de remuneração de capital. Essa é uma conta que a pecuária brasileira, de modo geral, não faz. Hoje o mercado exige muito mais o conhecimento financeiro. Costumo dizer que é necessário entender de boi, mas entender de dinheiro também é muito importante”, destaca Alexandre.

Portanto, dentro da estratégia de negócio o quesito financeiro vem antes do zootécnico. “Isso porque nem sempre o melhor dado zootécnico é o mais rentável”, esclarece Siqueira. Para isso é de suma importância conhecer e se integrar ao negócio de cada parceiro de forma individual. Quem explica o processo é o médico-veterinário proprietário da Tradição de Minas Agronegócio (Rio Verde/GO), Fernando Teixeira Moura, representante técnico comercial para os estados de Minas Gerais e Goiás. “A parceria inicia com uma visão empresarial do negócio pecuária”, enfatiza.
O ponta pé inicial se dá pela análise estratégica e posteriormente o acompanhamento a cada 45 a 60 dias in loco das fazendas. “Vemos o negócio do cliente como se fosse o nosso”, afirma Moura. Na sequência, explica o profissional, é avaliado a compra de reposição quesito que em muitos casos corresponde a 74% do business.
“Só após avaliarmos a compra da reposição se é possível atuar com indicadores nutricionais. Isso pode em um primeiro momento causar estranheza, mas é a partir daí que identificamos de forma personalizada o que pode ser rentável durante todo o processo”, alinha.
Vale lembrar que a relação de troca do bezerro por boi gordo em junho de 2019 esteve em queda, sendo que foi a menor relação desde o mesmo período de 2017, 1,92 bezerros contra 1,83 dos últimos dois anos. “Isso comprova a nossa percepção de olhar para o viés econômico. Por isso, para quem recorre à compra de bezerros, a importância de se atentar à reposição”, argumenta o médico-veterinário.


Vitor Thaler titular da fazenda Thaler, é um desses exemplos de parceria. Sediada em Montividiu (GO), município a 45 km de Rio Verde, propriedade que atua na recria e engorda. “Como não trabalho com cria a compra é um importante passo para obter ganhos, isso porque é a compra que baliza os resultados, sem deixar a qualidade do animal em segundo plano, pois afeta nos índices futuros”, destaca. Em 2018 o valor pago na sua reposição foi de R$ 1.180,00 e neste ano foi de R$ 1.350,00.

Portanto, planejamento é fator decisivo para o sucesso do seu negócio. “Após a compra da reposição outro quesito importante é a matéria-prima que, no meu caso e nesta época, em função da safrinha de milho a preços mais baixos, que compro a mais para fazer estoque e adicionalmente a silagem”, informa.
Na avaliação do pecuarista, antever as oscilações de mercado é sempre uma excelente ferramenta para evitar sustos. Neste sentido, a compra antecipada passa a ser uma necessidade do seu negócio. “Sempre travamos nossas principais matérias primas para condução de forma mais adequada do nosso rebanho”, lembra.
Com praças de alimentação, sistema de pastejo rotacionado e fornecimento de proteinado, atualmente Thaler gira por ano 500 cabeças dentro de uma área 80 hectares. “De novembro até março temos um ganho de 700 g/dia. Projeto que viabiliza o investimento, isso porque temos animais bons, uma formulação ideal para o objetivo e um pasto adequado”, enaltece e destaca que “pelo fato da pecuária ter margens baixas é necessário criar parcerias sólidas, estratégias com foco na viabilidade da sua propriedade e região e, acima de tudo, acompanhamento”.
Outro pecuarista estimulado a este modelo de negócio que traz como orientação as atenções voltadas para o lado econômico é Valcir Marcon, titular da Agropecuária Marcon (Tio Verde/GO). Seu negócio não se resume a terminação na pecuária de corte, conta com 2 galpões para criação de leitões e 1 granja avícola – estas em parceria com uma grande agroindústria – além da produção de leite, lastros de negócios vindos da origem sulista.

O pecuarista compartilha da opinião de Thaler, mesmo atento a todas questões zootécnicas como por exemplo uso de ultrassom, IATF e dieta conforme produção e desempenho de nada adianta se olhos não estiverem voltados para o lado econômico.

“Não é interessante ter bons resultados zootécnicos se não nos atentarmos aos custos, sem isso não temos lucro”, opina Marcon.
Por isso, por meio da construção da parceria com uma empresa de confiança e tradição, além do bom atendimento, “os resultados sempre foram alcançados”, enaltece o titular da Agropecuária Marcon. “Contamos com uma assessoria econômica atenta à nossa realidade que vai além da nutrição. Por meio da avaliação de dados sempre mostram as oportunidades de ganhar mais”, descreve.

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